« Externalidades e o papel do governo » : différence entre les versions

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As externalidades positivas, em que as acções de uma pessoa ou empresa beneficiam outras sem compensação direta, desempenham um papel crucial na economia e na sociedade. Tomemos, por exemplo, o fenómeno de um carro ser sugado por um camião ao longo da autoestrada. Quando um camião circula a alta velocidade, cria uma esteira de ar que pode reduzir a resistência ao vento dos veículos que o seguem, melhorando assim a sua eficiência em termos de combustível. Embora esta não seja a principal intenção do condutor do camião, beneficia os outros condutores ao reduzir o seu consumo de combustível. As vacinas são um exemplo clássico de uma externalidade positiva. Quando as pessoas são vacinadas, não só se protegem a si próprias contra certas doenças, como também reduzem a probabilidade de essas doenças serem transmitidas a outras pessoas. Esta imunidade de grupo beneficia toda a comunidade, especialmente aqueles que não podem ser vacinados por razões médicas. A restauração de edifícios históricos ou qualquer atividade que atraia turistas também traz benefícios significativos para a comunidade local. Estes projectos não só aumentam a atração estética de uma área, como também estimulam a economia local, atraindo visitantes que gastam dinheiro em hotéis, restaurantes e outras empresas locais. Outro exemplo fascinante é a interação entre um pomar e as colmeias de um apicultor vizinho. O apicultor beneficia da presença do pomar, uma vez que as suas abelhas encontram uma fonte abundante de néctar, melhorando a qualidade e a quantidade do seu mel. Em contrapartida, os pomares beneficiam da polinização efectuada pelas abelhas, essencial para a produção de frutos. É um belo exemplo de simbiose em que ambas as partes beneficiam mutuamente das respectivas actividades. Por último, a investigação de novas tecnologias é frequentemente uma fonte de externalidades positivas. As inovações e as descobertas podem beneficiar a sociedade no seu conjunto, melhorando a qualidade de vida, introduzindo novas soluções para problemas existentes e estimulando o crescimento económico. Muitas vezes, os benefícios dessa investigação ultrapassam em muito os resultados directos para os investigadores ou para as organizações que os financiam. Estes exemplos ilustram a importância das externalidades positivas na nossa sociedade. Destacam também o papel que a intervenção governamental, por exemplo, subsidiando ou apoiando actividades que geram essas externalidades, pode desempenhar na maximização do bem-estar coletivo.
As externalidades positivas, em que as acções de uma pessoa ou empresa beneficiam outras sem compensação direta, desempenham um papel crucial na economia e na sociedade. Tomemos, por exemplo, o fenómeno de um carro ser sugado por um camião ao longo da autoestrada. Quando um camião circula a alta velocidade, cria uma esteira de ar que pode reduzir a resistência ao vento dos veículos que o seguem, melhorando assim a sua eficiência em termos de combustível. Embora esta não seja a principal intenção do condutor do camião, beneficia os outros condutores ao reduzir o seu consumo de combustível. As vacinas são um exemplo clássico de uma externalidade positiva. Quando as pessoas são vacinadas, não só se protegem a si próprias contra certas doenças, como também reduzem a probabilidade de essas doenças serem transmitidas a outras pessoas. Esta imunidade de grupo beneficia toda a comunidade, especialmente aqueles que não podem ser vacinados por razões médicas. A restauração de edifícios históricos ou qualquer atividade que atraia turistas também traz benefícios significativos para a comunidade local. Estes projectos não só aumentam a atração estética de uma área, como também estimulam a economia local, atraindo visitantes que gastam dinheiro em hotéis, restaurantes e outras empresas locais. Outro exemplo fascinante é a interação entre um pomar e as colmeias de um apicultor vizinho. O apicultor beneficia da presença do pomar, uma vez que as suas abelhas encontram uma fonte abundante de néctar, melhorando a qualidade e a quantidade do seu mel. Em contrapartida, os pomares beneficiam da polinização efectuada pelas abelhas, essencial para a produção de frutos. É um belo exemplo de simbiose em que ambas as partes beneficiam mutuamente das respectivas actividades. Por último, a investigação de novas tecnologias é frequentemente uma fonte de externalidades positivas. As inovações e as descobertas podem beneficiar a sociedade no seu conjunto, melhorando a qualidade de vida, introduzindo novas soluções para problemas existentes e estimulando o crescimento económico. Muitas vezes, os benefícios dessa investigação ultrapassam em muito os resultados directos para os investigadores ou para as organizações que os financiam. Estes exemplos ilustram a importância das externalidades positivas na nossa sociedade. Destacam também o papel que a intervenção governamental, por exemplo, subsidiando ou apoiando actividades que geram essas externalidades, pode desempenhar na maximização do bem-estar coletivo.
== Les Conséquences des Externalités sur l'Économie de Marché ==
== As consequências das externalidades na economia de mercado ==


Les externalités, qu'elles soient positives ou négatives, créent un décalage entre les coûts et bénéfices privés et les coûts et bénéfices sociaux, conduisant ainsi à des inefficacités de marché.  
As externalidades, sejam elas positivas ou negativas, criam um desfasamento entre os custos e benefícios privados e os custos e benefícios sociais, conduzindo a ineficiências do mercado.


Dans le cas des externalités négatives, les coûts externes de la production ou de la consommation ne sont pas pris en compte par les producteurs ou les consommateurs. Par exemple, une usine qui pollue ne paie pas pour les dommages environnementaux et sanitaires que sa pollution cause. Cela conduit à une surproduction de biens polluants, car le prix du marché ne reflète pas le véritable coût social de ces produits. En d'autres termes, si les coûts externes étaient internalisés dans le prix du produit, le coût serait plus élevé, réduisant ainsi la demande et alignant la production sur un niveau plus socialement optimal.
No caso das externalidades negativas, os custos externos da produção ou do consumo não são tidos em conta pelos produtores ou pelos consumidores. Por exemplo, uma fábrica que polui não paga pelos danos ambientais e sanitários que a sua poluição provoca. Isto leva a uma sobreprodução de bens poluentes, porque o preço de mercado não reflecte o verdadeiro custo social desses produtos. Por outras palavras, se os custos externos fossem internalizados no preço do produto, o custo seria mais elevado, reduzindo a procura e alinhando a produção com um nível socialmente mais ótimo.


Pour les externalités positives, le scénario est inversé. Les bénéfices que les actions d'un individu ou d'une entreprise apportent à la société ne sont pas compensés financièrement. Prenons l'exemple de la vaccination : les individus qui se font vacciner protègent non seulement eux-mêmes, mais réduisent aussi le risque de propagation de maladies au sein de la communauté. Cependant, ce bénéfice externe n'est pas reflété dans le prix du vaccin. En conséquence, moins de gens choisissent de se faire vacciner que ce qui serait idéal d'un point de vue social. Si les bénéfices externes étaient pris en compte, la vaccination serait plus attrayante, et le niveau de vaccination dans la société pourrait se rapprocher de l'optimal social.
No caso das externalidades positivas, o cenário é inverso. Os benefícios que as acções de um indivíduo ou de uma empresa trazem à sociedade não são compensados financeiramente. Tomemos o exemplo da vacinação: os indivíduos que são vacinados não só se protegem a si próprios, como também reduzem o risco de propagação de doenças na comunidade. No entanto, este benefício externo não se reflecte no preço da vacina. Consequentemente, o número de pessoas que optam por ser vacinadas é inferior ao que seria ideal de um ponto de vista social. Se os benefícios externos fossem tidos em conta, a vacinação seria mais atractiva e o nível de vacinação na sociedade poderia aproximar-se do ótimo social.


Les marchés, lorsqu'ils sont laissés à eux-mêmes, ont donc tendance à produire une quantité excessive de biens ou services générant des externalités négatives et une quantité insuffisante de ceux générant des externalités positives. Pour corriger ces inefficacités, des interventions telles que des taxes (pour les externalités négatives) ou des subventions (pour les externalités positives) sont souvent nécessaires pour aligner les coûts et bénéfices privés sur les coûts et bénéfices sociaux.
Deixados à sua própria sorte, os mercados tendem a produzir uma quantidade excessiva de bens ou serviços que geram externalidades negativas e uma quantidade insuficiente dos que geram externalidades positivas. Para corrigir estas ineficiências, são frequentemente necessárias intervenções como impostos (para as externalidades negativas) ou subsídios (para as externalidades positivas) para alinhar os custos e benefícios privados com os custos e benefícios sociais.


L'exemple sur le marché de l'aluminium illustre parfaitement comment les externalités négatives peuvent affecter le coût social total de la production. Dans ce cas, la pollution générée par les usines d'aluminium représente un coût externe qui n'est pas initialement pris en compte dans le calcul du coût de production de l'aluminium. Le coût privé de production est celui que le producteur d'aluminium doit directement supporter pour fabriquer le produit. Ce coût inclut des éléments comme les matières premières, la main-d'œuvre, l'énergie, l'entretien des équipements, et autres dépenses opérationnelles. Ce sont les coûts sur lesquels l'entreprise se base pour déterminer son prix de vente et évaluer sa rentabilité.
O exemplo do mercado do alumínio é uma ilustração perfeita de como as externalidades negativas podem afetar o custo social total da produção. Neste caso, a poluição gerada pelas fábricas de alumínio representa um custo externo que não é inicialmente tido em conta no cálculo do custo de produção do alumínio. O custo privado de produção é o custo que o produtor de alumínio tem de suportar diretamente para fabricar o produto. Este custo inclui elementos como as matérias-primas, a mão de obra, a energia, a manutenção do equipamento e outras despesas de funcionamento. É nestes custos que a empresa baseia o seu preço de venda e a sua rendibilidade.


Cependant, si les usines d'aluminium polluent, cela entraîne des coûts externes qui affectent d'autres parties de la société. Ces coûts externes peuvent inclure des effets néfastes sur la santé publique, des dommages à l'environnement, une baisse de la qualité de vie, et d'autres impacts négatifs qui ne sont pas reflétés dans le prix de l'aluminium. Par exemple, la pollution peut entraîner des frais de santé supplémentaires pour la communauté, des coûts de nettoyage et de restauration de l'environnement, ainsi qu'une perte de biodiversité. Ainsi, le coût social de la production d'aluminium est la somme du coût privé de production (le coût supporté par les producteurs) et du coût externe (les coûts subis par la société en raison de la pollution). Cette addition montre que le prix du marché de l'aluminium, basé uniquement sur le coût privé, est inférieur au véritable coût social de sa production.
No entanto, se as fábricas de alumínio poluem, há custos externos que afectam outras partes da sociedade. Estes custos externos podem incluir efeitos adversos na saúde pública, danos no ambiente, redução da qualidade de vida e outros impactos negativos que não se reflectem no preço do alumínio. Por exemplo, a poluição pode levar a custos adicionais de saúde para a comunidade, custos de limpeza e recuperação ambiental, e uma perda de biodiversidade. Assim, o custo social da produção de alumínio é a soma do custo privado de produção (o custo suportado pelos produtores) e do custo externo (os custos incorridos pela sociedade em resultado da poluição). Esta adição mostra que o preço de mercado do alumínio, baseado apenas no custo privado, é inferior ao verdadeiro custo social da sua produção.


Ce décalage conduit à une surproduction d'aluminium par rapport à ce qui serait produit si les coûts externes étaient inclus, ce qui est un exemple typique d'inefficacité du marché due aux externalités négatives. Pour corriger cela, des mesures comme l'imposition d'une taxe environnementale sur la pollution produite par les usines d'aluminium peuvent être mises en place. Cette taxe viserait à internaliser les coûts externes, alignant ainsi le coût privé avec le coût social et conduisant à une production plus proche de l'optimal social.
Esta discrepância conduz a uma sobreprodução de alumínio em relação ao que seria produzido se os custos externos fossem incluídos, o que constitui um exemplo típico de ineficiência do mercado devido a externalidades negativas. Para corrigir esta situação, poderiam ser introduzidas medidas como a imposição de um imposto ambiental sobre a poluição produzida pelas fábricas de alumínio. Este imposto teria como objetivo internalizar os custos externos, alinhando assim o custo privado com o custo social e conduzindo a uma produção mais próxima do ótimo social.


Coût social = coût privé de production (offre) + coût externe
Custo social = custo privado de produção (oferta) + custo externo


Voici un examen plus détaillé de cette équation :
Vejamos esta equação em pormenor:


* Coût Privé de Production : Ce sont les coûts que le producteur d'aluminium doit supporter pour fabriiquer le produit. Cela inclut les dépenses pour les matières premières, la main-d'œuvre, l'énergie, les équipements, et d'autres coûts opérationnels. Ces coûts déterminent le prix auquel l'entreprise est disposée à offrir son produit sur le marché.
* Custo privado de produção: Estes são os custos que o produtor de alumínio tem de suportar para fabricar o produto. Inclui as despesas com matérias-primas, mão de obra, energia, equipamento e outros custos operacionais. Estes custos determinam o preço a que a empresa está disposta a oferecer o seu produto no mercado;
* Coût Externe : Ce sont les coûts subis par la société qui ne sont pas pris en compte par le producteur. Dans le cas de l'aluminium, si la production implique de la pollution, les coûts externes peuvent inclure les impacts sur la santé publique, l'environnement, la qualité de vie, et d'autres aspects qui ne sont pas reflétés dans le prix du marché de l'aluminium. Ces coûts sont souvent diffus et difficiles à quantifier précisément, mais ils sont réels et significatifs.
* Custos externos: são os custos incorridos pela empresa que não são tidos em conta pelo produtor. No caso do alumínio, se a produção envolver poluição, os custos externos podem incluir impactos na saúde pública, no ambiente, na qualidade de vida e outros aspectos que não se reflectem no preço de mercado do alumínio. Estes custos são muitas vezes difusos e difíceis de quantificar com precisão, mas são reais e significativos.  
* Coût Social : Le coût social est la somme du coût privé de production et du coût externe. Il représente le coût total pour la société de la production d'aluminium. Ce coût social est supérieur au coût privé de production en raison de l'ajout des coûts externes.
* Custo social: O custo social é a soma do custo privado de produção e do custo externo. Representa o custo total da produção de alumínio para a sociedade. Este custo social é mais elevado do que o custo privado de produção devido à adição de custos externos.


Lorsque les coûts sociaux ne sont pas intégrés dans les décisions de production et de consommation, cela conduit à une surproduction d'aluminium par rapport à ce qui serait socialement optimal. En d'autres termes, plus d'aluminium est produit que ce qui serait le cas si les coûts de la pollution étaient pris en compte. Cette situation est un exemple classique d'échec du marché dû aux externalités négatives. Pour y remédier, les politiques publiques peuvent intervenir, par exemple en imposant des taxes sur la pollution pour que les producteurs internalisent ces coûts externes, ou en imposant des réglementations environnementales pour limiter la pollution. Ces interventions visent à faire en sorte que le coût privé reflète plus fidèlement le coût social, conduisant ainsi à une allocation des ressources plus efficiente du point de vue de la société.
Quando os custos sociais não são tidos em conta nas decisões de produção e consumo, isto leva a uma sobreprodução de alumínio em comparação com o que seria socialmente ótimo. Por outras palavras, é produzido mais alumínio do que seria o caso se os custos da poluição fossem tidos em conta. Esta situação é um exemplo clássico de falha do mercado devido a factores externos negativos. Para remediar esta situação, as políticas públicas podem intervir, por exemplo, impondo impostos sobre a poluição para que os produtores internalizem estes custos externos, ou impondo regulamentação ambiental para limitar a poluição. O objetivo destas intervenções é assegurar que o custo privado reflicta melhor o custo social, conduzindo a uma afetação de recursos mais eficiente do ponto de vista da sociedade.


== Analyse de la Pollution et de l'Optimum Social ==
== Analyse de la Pollution et de l'Optimum Social ==

Version du 9 janvier 2024 à 10:06

Baseado num curso de Federica Sbergami[1][2][3]

A noção de "mão invisível" descrita por Adam Smith é um conceito central em economia, reflectindo a ideia de que as acções individuais motivadas pelo interesse próprio podem conduzir a resultados benéficos para a sociedade no seu conjunto. No entanto, esta ideia baseia-se no pressuposto de uma concorrência perfeita, que raramente se verifica na prática.

No mundo real, o mercado é frequentemente imperfeito e está sujeito a várias disfunções, nomeadamente devido à existência de externalidades. As externalidades são os efeitos que as transacções económicas têm sobre terceiros que não estão diretamente envolvidos na transação. Estes efeitos podem ser positivos ou negativos.

Um exemplo clássico de externalidade negativa é a poluição: uma fábrica que polui o ar ou a água prejudica o ambiente e a saúde pública, mas estes custos não são incluídos no preço dos seus produtos. Por outro lado, um exemplo de externalidade positiva pode ser a vacinação: ao ser vacinado, uma pessoa reduz o risco de transmitir doenças a outras, beneficiando assim a sociedade.

Quando existem externalidades, o mercado não consegue afetar os recursos de forma eficiente, o que conduz ao que se designa por "deficiência do mercado". Nessas situações, pode justificar-se a intervenção do Estado para corrigir essas falhas. Tal pode ser feito através de regulamentação, impostos (como o imposto sobre o carbono aplicado aos poluidores) ou subsídios (para incentivar actividades que geram externalidades positivas).

= Compreender as externalidades e o seu impacto na eficiência do mercado

Esclarecimento de termos: Externalidades explicadas

Uma externalidade ocorre quando uma ação de um indivíduo ou de uma empresa tem um impacto direto no bem-estar de um terceiro sem que esse impacto seja compensado ou regulado pelo sistema de preços de mercado. Este conceito é crucial em economia, uma vez que representa uma das principais falhas do mercado.

Existem dois tipos principais de externalidades:

  1. Externalidades negativas: ocorrem quando a ação de um indivíduo ou empresa tem um impacto negativo sobre terceiros. Um exemplo clássico é o da poluição: uma empresa que emite poluentes para a atmosfera afecta a saúde e a qualidade de vida das pessoas que vivem nas proximidades, mas estes custos não se reflectem no preço dos seus produtos.
  2. Externalidades positivas: Inversamente, uma externalidade positiva ocorre quando a ação de um indivíduo ou de uma empresa beneficia terceiros sem que estes paguem por esse benefício. Por exemplo, a plantação de árvores por um indivíduo pode melhorar a qualidade do ar e a estética do bairro, beneficiando todos os residentes da zona sem que estes contribuam financeiramente para a plantação.

O problema das externalidades é que podem conduzir a uma afetação de recursos abaixo do nível ótimo. No caso das externalidades negativas, podem conduzir a uma sobreprodução ou a um sobreconsumo dos bens que geram essas externalidades. Inversamente, as externalidades positivas podem levar à subprodução ou ao subconsumo dos bens que as geram, porque os produtores não são compensados pelos benefícios que proporcionam à sociedade.

Para corrigir estas ineficiências, é frequentemente necessária a intervenção do Estado. Esta pode assumir a forma de regulamentação, impostos para as externalidades negativas ou subsídios para incentivar actividades que geram externalidades positivas. Por exemplo, um imposto sobre o carbono tem por objetivo internalizar os custos ambientais da poluição, fazendo com que os poluidores paguem pelo impacto das suas emissões.

As externalidades negativas assumem muitas formas e têm um impacto considerável na sociedade e no ambiente. Tomemos o exemplo do fumo do cigarro, frequentemente citado pelos seus efeitos secundários nos não fumadores. As pessoas expostas ao fumo passivo sofrem riscos acrescidos de doenças respiratórias e cardiovasculares, apesar de não terem escolhido estar expostas a esses perigos. Outro exemplo notável são os gases de escape dos automóveis. A poluição atmosférica causada pelo tráfego automóvel afecta a saúde pública e o ambiente, mesmo para aqueles que utilizam pouco ou nada os seus veículos. Isto ilustra como as escolhas individuais de transporte podem ter consequências generalizadas e não intencionais. Nas zonas urbanas e residenciais, problemas como o ladrar excessivo de cães ou o deitar fezes nos passeios também constituem externalidades negativas. Estes comportamentos causam incómodos aos residentes, que vão desde o incómodo sonoro a uma maior necessidade de limpeza e manutenção dos espaços públicos. Os incómodos sonoros em geral, sejam eles provenientes da indústria, de obras de construção ou de actividades de lazer, são outra fonte de externalidade negativa. Pode perturbar a vida quotidiana, afectando o bem-estar, o sono e a saúde mental das pessoas que vivem ou trabalham nas proximidades. Um exemplo menos óbvio, mas igualmente importante, é a resistência aos antibióticos, exacerbada pela utilização excessiva de medicamentos. O uso excessivo de antibióticos faz com que os agentes patogénicos se adaptem, tornando o tratamento menos eficaz para toda a população, e não apenas para os que tomam os medicamentos. Por último, a poluição ou a degradação do ambiente sob diversas formas - como a descarga de resíduos industriais, a desflorestação ou as emissões de gases com efeito de estufa - têm repercussões negativas importantes. Estas actividades danificam os ecossistemas, afectam a saúde humana e animal e contribuem para as alterações climáticas, com efeitos frequentemente sentidos muito para além das áreas de impacto imediato. Estes exemplos realçam a necessidade de intervenção governamental para regular as actividades que geram externalidades negativas. As soluções podem incluir regulamentos, impostos para desencorajar comportamentos prejudiciais ou campanhas de sensibilização para informar o público das consequências de determinadas acções. Ao abordar estas questões de forma proactiva, as sociedades podem gerir melhor os efeitos secundários indesejados de certas actividades e promover um ambiente mais saudável e sustentável para todos.

As externalidades positivas, em que as acções de uma pessoa ou empresa beneficiam outras sem compensação direta, desempenham um papel crucial na economia e na sociedade. Tomemos, por exemplo, o fenómeno de um carro ser sugado por um camião ao longo da autoestrada. Quando um camião circula a alta velocidade, cria uma esteira de ar que pode reduzir a resistência ao vento dos veículos que o seguem, melhorando assim a sua eficiência em termos de combustível. Embora esta não seja a principal intenção do condutor do camião, beneficia os outros condutores ao reduzir o seu consumo de combustível. As vacinas são um exemplo clássico de uma externalidade positiva. Quando as pessoas são vacinadas, não só se protegem a si próprias contra certas doenças, como também reduzem a probabilidade de essas doenças serem transmitidas a outras pessoas. Esta imunidade de grupo beneficia toda a comunidade, especialmente aqueles que não podem ser vacinados por razões médicas. A restauração de edifícios históricos ou qualquer atividade que atraia turistas também traz benefícios significativos para a comunidade local. Estes projectos não só aumentam a atração estética de uma área, como também estimulam a economia local, atraindo visitantes que gastam dinheiro em hotéis, restaurantes e outras empresas locais. Outro exemplo fascinante é a interação entre um pomar e as colmeias de um apicultor vizinho. O apicultor beneficia da presença do pomar, uma vez que as suas abelhas encontram uma fonte abundante de néctar, melhorando a qualidade e a quantidade do seu mel. Em contrapartida, os pomares beneficiam da polinização efectuada pelas abelhas, essencial para a produção de frutos. É um belo exemplo de simbiose em que ambas as partes beneficiam mutuamente das respectivas actividades. Por último, a investigação de novas tecnologias é frequentemente uma fonte de externalidades positivas. As inovações e as descobertas podem beneficiar a sociedade no seu conjunto, melhorando a qualidade de vida, introduzindo novas soluções para problemas existentes e estimulando o crescimento económico. Muitas vezes, os benefícios dessa investigação ultrapassam em muito os resultados directos para os investigadores ou para as organizações que os financiam. Estes exemplos ilustram a importância das externalidades positivas na nossa sociedade. Destacam também o papel que a intervenção governamental, por exemplo, subsidiando ou apoiando actividades que geram essas externalidades, pode desempenhar na maximização do bem-estar coletivo.

As consequências das externalidades na economia de mercado

As externalidades, sejam elas positivas ou negativas, criam um desfasamento entre os custos e benefícios privados e os custos e benefícios sociais, conduzindo a ineficiências do mercado.

No caso das externalidades negativas, os custos externos da produção ou do consumo não são tidos em conta pelos produtores ou pelos consumidores. Por exemplo, uma fábrica que polui não paga pelos danos ambientais e sanitários que a sua poluição provoca. Isto leva a uma sobreprodução de bens poluentes, porque o preço de mercado não reflecte o verdadeiro custo social desses produtos. Por outras palavras, se os custos externos fossem internalizados no preço do produto, o custo seria mais elevado, reduzindo a procura e alinhando a produção com um nível socialmente mais ótimo.

No caso das externalidades positivas, o cenário é inverso. Os benefícios que as acções de um indivíduo ou de uma empresa trazem à sociedade não são compensados financeiramente. Tomemos o exemplo da vacinação: os indivíduos que são vacinados não só se protegem a si próprios, como também reduzem o risco de propagação de doenças na comunidade. No entanto, este benefício externo não se reflecte no preço da vacina. Consequentemente, o número de pessoas que optam por ser vacinadas é inferior ao que seria ideal de um ponto de vista social. Se os benefícios externos fossem tidos em conta, a vacinação seria mais atractiva e o nível de vacinação na sociedade poderia aproximar-se do ótimo social.

Deixados à sua própria sorte, os mercados tendem a produzir uma quantidade excessiva de bens ou serviços que geram externalidades negativas e uma quantidade insuficiente dos que geram externalidades positivas. Para corrigir estas ineficiências, são frequentemente necessárias intervenções como impostos (para as externalidades negativas) ou subsídios (para as externalidades positivas) para alinhar os custos e benefícios privados com os custos e benefícios sociais.

O exemplo do mercado do alumínio é uma ilustração perfeita de como as externalidades negativas podem afetar o custo social total da produção. Neste caso, a poluição gerada pelas fábricas de alumínio representa um custo externo que não é inicialmente tido em conta no cálculo do custo de produção do alumínio. O custo privado de produção é o custo que o produtor de alumínio tem de suportar diretamente para fabricar o produto. Este custo inclui elementos como as matérias-primas, a mão de obra, a energia, a manutenção do equipamento e outras despesas de funcionamento. É nestes custos que a empresa baseia o seu preço de venda e a sua rendibilidade.

No entanto, se as fábricas de alumínio poluem, há custos externos que afectam outras partes da sociedade. Estes custos externos podem incluir efeitos adversos na saúde pública, danos no ambiente, redução da qualidade de vida e outros impactos negativos que não se reflectem no preço do alumínio. Por exemplo, a poluição pode levar a custos adicionais de saúde para a comunidade, custos de limpeza e recuperação ambiental, e uma perda de biodiversidade. Assim, o custo social da produção de alumínio é a soma do custo privado de produção (o custo suportado pelos produtores) e do custo externo (os custos incorridos pela sociedade em resultado da poluição). Esta adição mostra que o preço de mercado do alumínio, baseado apenas no custo privado, é inferior ao verdadeiro custo social da sua produção.

Esta discrepância conduz a uma sobreprodução de alumínio em relação ao que seria produzido se os custos externos fossem incluídos, o que constitui um exemplo típico de ineficiência do mercado devido a externalidades negativas. Para corrigir esta situação, poderiam ser introduzidas medidas como a imposição de um imposto ambiental sobre a poluição produzida pelas fábricas de alumínio. Este imposto teria como objetivo internalizar os custos externos, alinhando assim o custo privado com o custo social e conduzindo a uma produção mais próxima do ótimo social.

Custo social = custo privado de produção (oferta) + custo externo

Vejamos esta equação em pormenor:

  • Custo privado de produção: Estes são os custos que o produtor de alumínio tem de suportar para fabricar o produto. Inclui as despesas com matérias-primas, mão de obra, energia, equipamento e outros custos operacionais. Estes custos determinam o preço a que a empresa está disposta a oferecer o seu produto no mercado;
  • Custos externos: são os custos incorridos pela empresa que não são tidos em conta pelo produtor. No caso do alumínio, se a produção envolver poluição, os custos externos podem incluir impactos na saúde pública, no ambiente, na qualidade de vida e outros aspectos que não se reflectem no preço de mercado do alumínio. Estes custos são muitas vezes difusos e difíceis de quantificar com precisão, mas são reais e significativos.
  • Custo social: O custo social é a soma do custo privado de produção e do custo externo. Representa o custo total da produção de alumínio para a sociedade. Este custo social é mais elevado do que o custo privado de produção devido à adição de custos externos.

Quando os custos sociais não são tidos em conta nas decisões de produção e consumo, isto leva a uma sobreprodução de alumínio em comparação com o que seria socialmente ótimo. Por outras palavras, é produzido mais alumínio do que seria o caso se os custos da poluição fossem tidos em conta. Esta situação é um exemplo clássico de falha do mercado devido a factores externos negativos. Para remediar esta situação, as políticas públicas podem intervir, por exemplo, impondo impostos sobre a poluição para que os produtores internalizem estes custos externos, ou impondo regulamentação ambiental para limitar a poluição. O objetivo destas intervenções é assegurar que o custo privado reflicta melhor o custo social, conduzindo a uma afetação de recursos mais eficiente do ponto de vista da sociedade.

Analyse de la Pollution et de l'Optimum Social

Dans un cadre économique, l'intersection des courbes de demande et de coût social est cruciale pour comprendre comment atteindre un équilibre efficace qui prend en compte à la fois les intérêts privés et les impacts sociaux.

Voici comment cela fonctionne :

  1. Courbe de Demande : La courbe de demande reflète la volonté des consommateurs à payer pour différentes quantités d'un bien ou d'un service. Elle montre la relation entre le prix d'un bien et la quantité demandée, généralement avec une relation inverse : à mesure que le prix augmente, la quantité demandée diminue, et vice-versa.
  2. Courbe de Coût Social : La courbe de coût social englobe à la fois le coût privé de production (les coûts directs supportés par le producteur) et les coûts externes (les coûts non compensés subis par la société en raison de la production de ce bien). Par exemple, dans le cas de l'aluminium, cela inclurait les coûts de production plus les coûts environnementaux et de santé publique liés à la pollution.
  3. Intersection pour la Quantité Optimale : Lorsque la courbe de demande croise la courbe de coût social, cela indique la quantité optimale du bien du point de vue de la société dans son ensemble. À ce point, le prix que les consommateurs sont prêts à payer correspond au coût total (privé + externe) de la production de ce bien. Cette quantité est différente de celle qui serait atteinte si seul le coût privé était pris en compte, car elle intègre l'impact total sur la société.

Si les marchés ne prennent en compte que les coûts privés, il y aura tendance à une surproduction (dans le cas d'externalités négatives) ou une sous-production (dans le cas d'externalités positives) par rapport à cette quantité optimale. C'est pourquoi les interventions telles que les taxes (pour internaliser les coûts externes) ou les subventions (pour encourager la production de biens générant des externalités positives) peuvent être nécessaires pour aligner les quantités de marché sur les quantités socialement optimales.

Cette approche vise à atteindre un équilibre où les choix de production et de consommation reflètent non seulement les coûts et avantages privés, mais aussi les coûts et avantages pour la société dans son ensemble.

La distinction entre la quantité d'équilibre du marché et la quantité socialement optimale est un point clé en économie, en particulier lorsque l'on considère l'impact des externalités.

  1. Quantité d'Équilibre du Marché : Dans un marché libre sans intervention extérieure, l'équilibre se produit au point où le coût privé de production (le coût pour le producteur) est égal au bénéfice privé (le prix que les consommateurs sont prêts à payer). À ce point d'équilibre, la quantité de biens produite et la quantité demandée par les consommateurs sont égales. Cependant, cet équilibre ne tient pas compte des coûts ou bénéfices externes qui affectent la société dans son ensemble.
  2. Quantité Socialement Optimale : La quantité socialement optimale, en revanche, se produit à un niveau de production où le coût social (qui inclut les coûts privés et les coûts externes) est égal au bénéfice social (qui inclut les avantages privés et les avantages externes). Cette quantité prend en compte l'impact total sur la société, pas seulement sur les producteurs et les consommateurs directs.

Dans le cas des externalités négatives, comme la pollution, le coût social de la production est plus élevé que le coût privé. Par conséquent, la quantité socialement optimale est généralement plus faible que la quantité d'équilibre du marché. Cela signifie qu'une réduction de la production jusqu'à la quantité socialement optimale réduirait les coûts externes (comme les dommages environnementaux) et serait donc plus bénéfique pour la société dans son ensemble. Pour atteindre cette quantité socialement optimale, des interventions politiques telles que des taxes sur la pollution (pour internaliser les coûts externes) ou des réglementations (pour limiter la quantité produite) peuvent être nécessaires. Ces interventions visent à aligner les intérêts privés sur les intérêts sociaux, en s'assurant que les coûts et les avantages pour la société sont pris en compte dans les décisions de production et de consommation.

Pollution et optimum social 1.png

Ce graphique représente un graphique économique classique illustrant les concepts d'équilibre de marché et d'optimum social dans le contexte de la production d'aluminium et de ses externalités négatives, en particulier la pollution.

Sur l'axe horizontal, nous avons la quantité d'aluminium produite, et sur l'axe vertical, le prix de l'aluminium. Trois courbes sont tracées :

  1. La courbe de demande (valeur privée) : Elle montre la relation entre le prix que les consommateurs sont prêts à payer et la quantité demandée. Elle est décroissante, ce qui signifie que plus le prix est bas, plus la quantité demandée est élevée, et inversement.
  2. La courbe d'offre (coût privé) : Elle représente le coût de production de l'aluminium pour les producteurs. Elle est ascendante, indiquant que plus la quantité produite est grande, plus le coût de production (et donc le prix de vente) est élevé.
  3. La courbe de coût social : Cette courbe est au-dessus de la courbe d'offre et représente le coût total de la production d'aluminium, en incluant le coût de la pollution. Le coût social est plus élevé que le coût privé car il tient compte des effets externes négatifs de la pollution sur la société.

Le point où la courbe de demande croise la courbe d'offre (coût privé) est le point d'équilibre de marché (QMARCHEˊ​). C'est là que le marché, en l'absence de régulation, tend à se stabiliser : la quantité que les producteurs sont prêts à fournir au prix du marché équivaut à la quantité que les consommateurs sont prêts à acheter.

Cependant, ce point d'équilibre ne prend pas en compte le coût de la pollution. Si nous incluons le coût de la pollution, nous obtenons la courbe de coût social qui coupe la courbe de demande à un point différent, marqué "Optimum". Ce point d'optimum social (QOPTIMUM​) représente la quantité de production qui serait idéale si l'on prenait en compte les coûts externes. À cette quantité, le coût total pour la société (y compris le coût de la pollution) est égal au prix que les consommateurs sont prêts à payer.

Ce qui est notable sur ce graphique, c'est l'écart entre Q MARCHE​ et Q OPTIMUM​. La quantité produite au point d'équilibre de marché est plus élevée que la quantité optimale du point de vue social, ce qui implique que le marché en lui-même produit plus d'aluminium que ce qui serait socialement souhaitable en raison des coûts externes non pris en compte (pollution). Pour réduire la production d'aluminium de Q MARCHE​ à Q OPTIMUM​, des interventions politiques comme la taxation de la pollution, la mise en place de quotas ou de réglementations environnementales peuvent être nécessaires. En somme, ce graphique illustre de manière claire les implications des externalités négatives sur l'efficacité du marché et souligne l'importance d'une intervention régulatrice pour atteindre un niveau de production qui soit en harmonie avec les intérêts sociaux.

Impact des Externalités Négatives sur la Société

Une externalité négative est un coût subi par un tiers qui n'est pas directement impliqué dans une transaction économique. Cela signifie qu'une partie des coûts de production n'est pas prise en charge par le producteur ou le consommateur du bien ou service en question, mais par d'autres membres de la société. Les externalités négatives ont tendance à réduire le bien-être global, car les coûts sociaux de ces activités économiques sont plus élevés que les coûts privés.

Prenons un exemple concret : une usine qui produit de l'aluminium et émet des polluants dans l'atmosphère. Ces émissions ont des conséquences sur la santé publique, comme des maladies respiratoires, et sur l'environnement, comme des dommages à l'écosystème. Ces coûts supplémentaires pour la société, qui peuvent inclure des frais médicaux accrus et une perte de biodiversité, ne sont pas répercutés dans le prix de l'aluminium. Si l'usine ne paie pas pour ces coûts externes, elle a peu d'incitations à réduire sa pollution et peut même produire de l'aluminium à un coût artificiellement bas, ce qui entraîne une surproduction et une surconsommation de ce métal.

Du point de vue du bien-être, cela crée un problème. Les membres de la société subissent des dommages qu'ils n'ont pas choisis et pour lesquels ils ne sont pas compensés. En conséquence, le bien-être global est inférieur à ce qu'il pourrait être si ces coûts externes étaient pris en compte.

La théorie économique et la politique publique cherchent à résoudre ce problème d'externalité négative par diverses interventions :

  • Taxation des activités polluantes : Des taxes peuvent être imposées sur la pollution pour inciter les entreprises à réduire leurs émissions. Ces taxes visent à internaliser le coût externe, ce qui signifie que le producteur devra tenir compte du coût de la pollution dans ses décisions de production.
  • Réglementations et standards environnementaux : Des lois peuvent être mises en place pour limiter directement la quantité de pollution qu'une entreprise peut émettre, obligeant ainsi les entreprises à adopter des technologies plus propres ou à changer leurs procédés de production.
  • Marchés d'échange de droits d'émission : Dans certains cas, il est possible de créer des marchés où les entreprises peuvent acheter et vendre des droits à polluer, ce qui permet d'atteindre des réductions de pollution au moindre coût.

Ces mesures visent à réduire les externalités négatives et, par conséquent, à améliorer le bien-être de la société en s'assurant que les coûts sociaux et privés de la production soient mieux alignés. En intégrant le coût de la pollution dans le prix des biens et services, les entreprises et les consommateurs peuvent prendre des décisions plus éclairées qui reflètent le véritable coût de leurs activités, conduisant à un résultat plus efficace et plus équitable pour l'ensemble de la société.

Externalité et bien être 1.png

C'est un graphique économique détaillant les effets des externalités négatives sur le bien-être dans un marché, en l'occurrence, le marché hypothétique d'un bien mesuré en francs suisses par unité. La courbe de demande descendante indique la valeur que les consommateurs placent sur différentes quantités de ce bien, reflétant ainsi le bénéfice privé et le bénéfice social lié à sa consommation. En parallèle, la courbe d'offre ascendante reflète le coût privé encouru par les producteurs pour fournir chaque unité supplémentaire du bien. Normalement, dans un marché sans externalités, l'équilibre serait trouvé à l'intersection de ces deux courbes, marquant la quantité où le coût privé est égal au bénéfice privé.

Toutefois, lorsque nous prenons en compte les coûts externes, tels que la pollution ou d'autres dommages à la société non inclus dans le coût de production, une nouvelle courbe, celle du coût social, est introduite. Cette courbe, positionnée au-dessus de la courbe d'offre, intègre ces coûts externes au coût privé, montrant le véritable coût pour la société. L'intersection de cette courbe avec la courbe de demande marque alors la quantité socialement optimale du bien, qui est inférieure à celle de l'équilibre de marché.

Le graphique met en évidence une zone de perte sèche, représentée par une zone hachurée entre les quantités d'équilibre du marché et socialement optimales. Cette perte sèche symbolise le bien-être économique perdu en raison de la production excédentaire par rapport à l'optimum social. C'est la valeur des unités produites en excès que la société aurait préféré ne pas produire si tous les coûts, y compris ceux de la pollution, avaient été considérés. Cette perte est une inefficacité du marché car elle représente un coût pour la société qui n'est pas compensé par un gain équivalent ailleurs dans l'économie.

La bande bleue en bas du graphique indique le coût externe, qui reste le même pour chaque unité produite, indépendamment du nombre d'unités. Ce coût externe, constant par unité, n'est pas reflété dans le coût privé de production et doit être pris en compte pour évaluer l'impact total sur la société.

Le graphique démontre clairement que sans intervention, un marché peut fonctionner de manière inefficace en produisant plus que ce qui est socialement souhaitable en raison de l'absence de prise en compte des coûts externes. Cela conduit non seulement à une surproduction nuisible mais aussi à une allocation sous-optimale des ressources de la société. C'est pourquoi des politiques telles que la taxation de la pollution sont souvent proposées pour réaligner la production avec l'optimum social, réduisant ainsi la perte sèche et augmentant le bien-être collectif. Ces mesures visent à responsabiliser les producteurs pour les coûts qu'ils imposent à la société, encourageant une production plus respectueuse de l'environnement et plus conforme aux intérêts de la société dans son ensemble.

L'Impact de l'Éducation en Tant qu'Externalité Positive

Dans le contexte des externalités et du bien-être social, la détermination de la quantité optimale d'un bien ou service à produire et à consommer prend en compte non seulement les bénéfices et les coûts privés mais aussi les bénéfices et les coûts externes à la société. Lorsque nous parlons de bénéfice social, nous faisons référence à la somme des bénéfices privés, qui sont les avantages directs pour les consommateurs et les producteurs impliqués dans la transaction, et des bénéfices externes, qui sont les avantages non comptabilisés qui retombent sur des tiers non directement impliqués dans l'échange économique.

L'intersection de la courbe de bénéfice social et de la courbe de coût reflète le point où le bien-être collectif est maximisé. À ce point, le dernier unité produit apporte autant de bénéfice supplémentaire à la société qu'il en coûte pour le produire. C'est ce que nous appelons la quantité socialement optimale. Cela contraste avec le point d'équilibre du marché, qui ne prend en compte que les bénéfices et les coûts privés et ignore les effets externes.

Pour les biens générant des externalités positives, comme la vaccination ou l'éducation, la courbe de bénéfice social serait plus élevée que la courbe de bénéfice privé, suggérant que la quantité optimale du point de vue de la société est plus grande que celle que le marché produirait de lui-même. Cela justifie souvent des incitations ou des subventions pour augmenter la production et la consommation de ces biens jusqu'au niveau socialement optimal.

Inversement, pour les biens générant des externalités négatives, comme la pollution provenant de la production industrielle, la courbe de coût social est plus élevée que la courbe de coût privé. Cela implique que la quantité produite à l'équilibre du marché dépasse la quantité socialement optimale, car les producteurs et les consommateurs ne prennent pas en compte les coûts externes dans leurs décisions. Dans ce cas, des interventions telles que les taxes pigouviennes ou les réglementations sont nécessaires pour réduire la production à un niveau qui reflète les vrais coûts pour la société.

Le point d'intersection entre le bénéfice social et le coût reflète le compromis optimal entre les avantages des biens et services et leur coût de production, y compris les effets externes. Atteindre ce point nécessite souvent une action politique active pour corriger les défaillances du marché et aligner les incitations privées avec les objectifs sociaux.

Le niveau de production socialement optimal par rapport à la quantité d'équilibre du marché dépend de la nature de l'externalité concernée.

Pour les biens avec des externalités positives, le niveau de production socialement optimal est souvent plus élevé que la quantité d'équilibre de marché. Cela est dû au fait que les bénéfices sociaux d'une unité supplémentaire de ce bien sont plus importants que ne le perçoivent les consommateurs et les producteurs. Par conséquent, le marché, laissé à lui-même, ne produit pas assez de ce bien pour maximiser le bien-être social. Les vaccinations sont un exemple classique de cela; elles bénéficient à la société plus qu'elles ne coûtent à produire, mais sans intervention, moins de personnes sont vaccinées que ce serait socialement idéal, car les individus ne prennent pas en compte les bénéfices que leur vaccination apporte aux autres.

Pour les biens avec des externalités négatives, le niveau de production socialement optimal est en fait souvent plus bas que la quantité d'équilibre de marché. C'est parce que les coûts sociaux d'une unité supplémentaire de ce bien (comme la pollution) sont plus élevés que ce que le producteur prend en compte. Sans intervention réglementaire ou taxation, les producteurs produiront trop de ce bien, dépassant la quantité qui serait optimale pour la société.

En résumé :

  • Quantité d'équilibre du marché : La quantité à laquelle les producteurs sont prêts à vendre est égale à la quantité que les consommateurs sont prêts à acheter, sans tenir compte des externalités. Ici, le coût privé est égal au bénéfice privé.
  • Quantité socialement optimale : La quantité à laquelle le coût total pour la société (incluant les coûts externes) est égal au bénéfice total pour la société (incluant les bénéfices externes). Pour les biens avec externalités positives, cette quantité est plus élevée que l'équilibre de marché; pour ceux avec externalités négatives, elle est plus basse.
Education et optimum social 1.png

Ce graphique représente une analyse économique de l'éducation en tant que bien sur un marché, en tenant compte des effets des externalités positives. La courbe d'offre, qui monte, indique que fournir plus d'éducation coûte plus cher aux institutions éducatives, intégrant des éléments tels que les salaires des enseignants, les infrastructures et les ressources pédagogiques. De l'autre côté, la courbe de demande, qui descend, montre que la quantité d'éducation que les individus sont prêts à consommer diminue à mesure que le prix augmente, ce qui est typique de la plupart des biens et services.

Là où ces deux courbes se croisent, nous trouvons la quantité d'équilibre du marché, qui est le point où la quantité d'éducation offerte correspond à la quantité que les consommateurs sont prêts à acheter. Cependant, cette quantité d'équilibre ne reflète pas nécessairement le niveau optimal pour la société dans son ensemble en raison de la présence d'externalités positives liées à l'éducation, telles que des citoyens mieux informés, une productivité accrue et des bénéfices pour la santé publique qui s'étendent au-delà de l'individu éduqué.

La quantité socialement optimale d'éducation est donc supposée être plus élevée que la quantité d'équilibre du marché, reflétant le plein bénéfice social de l'éducation, qui dépasse les avantages privés perçus par les individus. Ces bénéfices externes ne sont pas pris en compte par les consommateurs ou les fournisseurs lorsqu'ils prennent leurs décisions basées uniquement sur les coûts et les avantages privés, ce qui entraîne un investissement sous-optimal dans l'éducation du point de vue de la société.

Le graphique suggère qu'une intervention, telle que des politiques publiques fournissant des subventions ou des financements à l'éducation, pourrait être nécessaire pour augmenter la quantité d'éducation de la quantité d'équilibre du marché à la quantité socialement optimale. Ces interventions sont conçues pour réduire le coût de l'éducation pour les consommateurs ou pour augmenter l'offre à travers des investissements directs dans les institutions éducatives, permettant ainsi à la société de réaliser pleinement les bénéfices de l'éducation qui, autrement, seraient perdus en raison des défaillances du marché. En somme, le graphique met en évidence le rôle crucial que peut jouer l'intervention gouvernementale dans le soutien à l'éducation pour parvenir à une allocation des ressources qui maximise le bien-être social.

Bienfaits des Externalités Positives sur le Bien-Être Général

Une externalité positive se produit lorsqu'une activité économique procure des avantages à des tiers qui ne sont pas impliqués dans la transaction. Ces tiers bénéficient d'effets positifs sans avoir à payer pour ces bénéfices, ce qui conduit à une situation où la valeur totale de ces activités pour la société est supérieure à la valeur privée pour les individus ou entreprises directement impliqués.

Dans le contexte du bien-être, les externalités positives sont importantes parce qu'elles peuvent conduire à une sous-production du bien ou service en question si le marché est laissé à lui-même. Les producteurs ne reçoivent pas de paiement pour les avantages externes qu'ils fournissent, ils ne sont donc pas incités à produire la quantité socialement optimale de ce bien ou service.

Prenons l'exemple de l'éducation : elle ne bénéficie pas seulement à l'étudiant qui acquiert des compétences et des connaissances, mais aussi à la société dans son ensemble. Une population plus éduquée peut mener à une main-d'œuvre plus compétente, à des innovations accrues, à une meilleure gouvernance et à des taux de criminalité plus faibles. Ces avantages ne sont pas reflétés dans le prix de l'éducation et, par conséquent, sans intervention, moins de ressources seront allouées à l'éducation que ce qui serait idéal pour la société.

Pour adresser ce décalage, les gouvernements peuvent intervenir de différentes manières :

  • Subventions directes : Diminuer le coût de l'éducation pour les étudiants ou les institutions peut encourager une plus grande consommation ou offre de services éducatifs.
  • Crédits d'impôt : Offrir des avantages fiscaux pour les frais d'éducation peut également inciter les individus à investir davantage dans leur éducation.
  • Fourniture publique : Le gouvernement peut fournir l'éducation directement, assurant ainsi que la quantité produite est plus proche de la quantité optimale pour la société.

Lorsque les externalités positives sont correctement internalisées par ces interventions, le bien-être de la société s'améliore. Les individus bénéficient de niveaux plus élevés de consommation du bien ou service, et la société dans son ensemble profite des effets positifs qui se répandent au-delà des consommateurs et des producteurs immédiats. Cela conduit à une allocation plus efficace des ressources et à une amélioration du bien-être social global.

Externalité positive et bien être 1.png

Ce graphique représente une situation économique où une externalité positive est présente sur le marché. Dans ce cas, le coût social de la production est égal au coût privé, ce qui indique que les coûts externes ne sont pas significatifs ou que les externalités négatives ne sont pas le point central ici. En revanche, la courbe de bénéfice social, qui est la somme des bénéfices privés et des bénéfices externes, est au-dessus de la courbe de bénéfice privé, indiquant que la production ou la consommation du bien ou service concerné a des avantages supplémentaires pour la société qui ne sont pas capturés par le marché.

La courbe de demande, représentant le bénéfice privé, montre le prix que les consommateurs sont prêts à payer pour chaque quantité de bien ou service. La courbe de bénéfice social, qui est au-dessus, montre le véritable bénéfice pour la société, incluant les bénéfices externes non payés par les individus. Cela pourrait inclure, par exemple, des avantages comme une meilleure santé publique due à une vaccination accrue ou une productivité économique plus élevée grâce à une population mieux éduquée.

La quantité d'équilibre de marché, QPRIVEˊE∗​, est le point où la courbe de demande (bénéfice privé) croise l'offre. C'est le niveau de production que le marché atteindrait sans intervention. Cependant, la quantité socialement optimale, QSOCIALE∗​, est plus élevée car elle prend en compte les bénéfices externes. Le marché, par lui-même, ne produit pas assez pour atteindre ce point car les producteurs ne reçoivent pas de compensation pour les bénéfices externes qu'ils génèrent.

La zone de perte sèche, indiquée par la zone hachurée, représente le bien-être que la société manque parce que le bien ou service n'est pas produit à la quantité socialement optimale. Il s'agit d'une inefficacité du marché, car si la production était augmentée pour atteindre Q∗SOCIALE​, le bénéfice social supplémentaire (l'aire sous la courbe de bénéfice social entre Q∗PRIVEE​ et Q∗SOCIALE) serait plus grand que le coût supplémentaire de production (l'aire sous la courbe d'offre entre Q∗PRIVEE∗ et Q∗SOCIALE​).

Le graphique suggère qu'une intervention, telle que des subventions ou une fourniture publique du bien ou service, pourrait être nécessaire pour augmenter la production de Q∗PRIVEE​ à Q∗SOCIALE​, et ainsi éliminer la perte sèche. Cela permettrait à la société de profiter pleinement des avantages sociaux du bien ou service, améliorant ainsi le bien-être global.

Méthodes d'Internalisation des Externalités

L'internalisation des externalités est un concept central dans la théorie économique qui vise à résoudre les inefficacités du marché causées par les effets externes des activités économiques. Lorsque des externalités sont présentes, qu'elles soient positives ou négatives, les coûts ou bénéfices ne sont pas entièrement reflétés dans le marché. Les individus ou entreprises qui génèrent ces externalités ne subissent pas les coûts ou ne reçoivent pas les bénéfices associés à leurs actions, ce qui les conduit à prendre des décisions qui ne sont pas socialement optimales.

Pour internaliser une externalité négative, on pourrait imposer une taxe qui reflète le coût externe (comme une taxe sur les émissions de carbone pour les pollueurs), de sorte que le coût privé de l'activité inclut maintenant le coût externe. En conséquence, les producteurs et consommateurs auraient une incitation à réduire la production ou la consommation de ce bien à un niveau plus proche de l'optimal social.

À l'inverse, pour internaliser une externalité positive, l'État pourrait offrir des subventions ou des crédits d'impôt qui augmentent les bénéfices privés pour qu'ils reflètent mieux les bénéfices sociaux. Cela encouragerait une plus grande production ou consommation du bien, comme dans le cas des vaccinations ou de l'éducation.

La solution privée à l'internalisation des externalités, souvent associée au théorème de Coase, stipule que si les droits de propriété sont bien définis et que les coûts de transaction sont faibles, les parties impliquées peuvent négocier une solution sans intervention extérieure. Par exemple, si une entreprise pollue une rivière et nuit ainsi aux pêcheurs en aval, les pêcheurs pourraient potentiellement payer l'entreprise pour réduire la pollution ou l'entreprise pourrait payer pour les dommages causés. En théorie, tant que les parties peuvent négocier et que leurs droits sont clairement établis, elles peuvent parvenir à une solution qui internalise l'externalité et atteint l'efficacité.

Cependant, dans la pratique, les conditions requises pour une solution privée sont souvent difficiles à réaliser. Les droits de propriété peuvent être mal définis ou difficiles à faire respecter, et les coûts de transaction, notamment en matière de négociation et d'information, peuvent être prohibitifs. De plus, lorsque de nombreux agents sont affectés, comme c'est souvent le cas avec la pollution environnementale, la coordination entre tous les agents devient pratiquement impossible sans une sorte d'intervention collective. L'internalisation des externalités par des incitations modifiées est cruciale pour atteindre une allocation des ressources qui est non seulement efficace du point de vue du marché mais aussi bénéfique pour la société dans son ensemble. Des politiques bien conçues peuvent aider à réaliser cet équilibre, menant à un bien-être social accru.

Dans le contexte des externalités négatives et positives, l'État joue un rôle crucial en mettant en place des politiques pour corriger les défaillances du marché et pour aligner les résultats du marché avec le bien-être social.

Pour les externalités négatives, où les activités des entreprises ou des individus ont des effets néfastes sur des tiers, l'État peut intervenir de plusieurs façons :

  1. Normes de Comportement : L'État peut établir des règlements qui limitent directement les activités nuisibles. Ces normes peuvent inclure des restrictions sur la quantité de pollution qu'une usine peut émettre ou des exigences pour l'utilisation de technologies propres.
  2. Taxes Pigouviennes : Du nom de l'économiste Arthur Pigou, ces taxes visent à internaliser le coût des externalités négatives en les incluant dans le coût de production. La taxe est fixée égale au coût de l'externalité pour chaque unité produite, encourageant ainsi les producteurs à réduire la production ou à trouver des moyens de production moins nuisibles. En théorie, la taxe pigouvienne devrait être égale au coût marginal externe à la quantité socialement optimale.

Pour les externalités positives, où les actions d'individus ou d'entreprises bénéficient à la société, l'État peut également adopter différentes mesures :

  1. Obligations et Recommandations : Des politiques peuvent être mises en place pour encourager des comportements qui produisent des externalités positives. Par exemple, des campagnes de santé publique pour encourager la vaccination ou l'éducation pour promouvoir des pratiques bénéfiques pour la société.
  2. Subventions : En subventionnant la production d'un bien qui génère des externalités positives, l'État peut réduire le coût pour les producteurs et les inciter à augmenter la production. Cela peut inclure, par exemple, des subventions pour l'énergie renouvelable ou pour la recherche et le développement dans des domaines d'intérêt public.
  3. Droits de Propriété : Conférer des droits de propriété ou des brevets sur les innovations peut encourager la création et la diffusion de technologies ou d'idées bénéfiques. Cela permet aux innovateurs de bénéficier directement des avantages de leurs inventions, qui autrement pourraient être sous-produites en raison de la nature non exclusive de leurs bénéfices.

Ces politiques visent à aligner les incitations privées avec les avantages ou coûts sociaux, de manière à ce que les activités économiques reflètent plus fidèlement leur véritable coût ou valeur pour la société. En ajustant soigneusement ces interventions, l'État vise à atteindre une allocation des ressources qui maximise le bien-être social.

Les Approches Privées pour Gérer les Externalités

Le théorème de Coase

Le théorème de Coase, formulé par l'économiste Ronald Coase, propose une perspective intéressante sur la manière dont les externalités peuvent être gérées par le marché sans intervention gouvernementale. Selon ce théorème, si les droits de propriété sont clairement définis et si les coûts de transaction sont négligeables, les parties affectées par l'externalité peuvent négocier entre elles pour atteindre une solution efficace qui maximise le bien-être total, indépendamment de la répartition initiale des droits. Dans ce contexte, les droits de propriété sont les droits légaux de posséder, utiliser et échanger une ressource. Une définition claire de ces droits est essentielle car elle détermine qui est responsable de l'externalité et qui a le droit de négocier à ce sujet. Par exemple, si un droit de propriété est accordé à un pollueur, les parties affectées par la pollution (comme les riverains) devraient théoriquement négocier avec le pollueur et potentiellement le compenser pour réduire la pollution. Inversement, si les riverains ont le droit de jouir d'un environnement propre, le pollueur devrait les indemniser pour continuer à polluer.

Le théorème de Coase indique également que l'efficacité de l'allocation des ressources sera atteinte quelle que soit la répartition des droits de propriété, tant que les parties peuvent négocier librement. Cela signifie que les parties vont continuer à négocier jusqu'à ce que le coût de l'externalité pour le pollueur soit égal au coût pour la société. L'essentiel de cette proposition est que le résultat final (en termes d'efficacité) devrait être le même, peu importe qui détient initialement les droits, un principe connu sous le nom d'invariance de Coase. Cependant, dans la pratique, les conditions requises pour l'application du théorème de Coase ne sont souvent pas remplies. Les coûts de transaction peuvent être significatifs, les droits de propriété peuvent être difficiles à établir ou à faire respecter, et les parties peuvent ne pas avoir des informations complètes ou symétriques pour négocier efficacement. De plus, lorsque de nombreuses parties sont impliquées ou que les effets d'une externalité sont diffus et non localisés, la coordination nécessaire pour négocier des accords privés devient extrêmement complexe.

Dans ces situations où les conditions du théorème de Coase ne sont pas remplies, l'intervention de l'État par des réglementations, des taxes ou des subventions peut s'avérer nécessaire pour atteindre une allocation des ressources qui reflète le coût social ou le bénéfice des externalités. Cela aide à garantir que les externalités sont internalisées, menant à une solution plus proche de l'optimal social.

Les problèmes soulevés sont des défis majeurs lorsqu'il s'agit de résoudre des externalités par des moyens de marché ou des solutions privées, comme décrit dans le théorème de Coase.

Problème I - Coûts de Transaction Élevés : Les coûts de transaction englobent tous les coûts associés à la négociation et à l'exécution d'un échange. Dans le cas des externalités, ces coûts peuvent inclure les frais de recherche d'informations sur les parties affectées, les coûts de négociation pour arriver à un accord, les coûts juridiques pour formaliser l'accord, et les coûts de surveillance et d'application pour s'assurer que les termes de l'accord sont respectés. Lorsque ces coûts sont prohibitifs, les parties ne peuvent pas parvenir à un accord qui permettrait d'internaliser l'externalité. Par conséquent, le marché seul ne parvient pas à corriger l'externalité, et une intervention extérieure, telle que celle de l'État, peut devenir nécessaire pour faciliter une solution plus efficace.

Problème II - Problème du Resquilleur (Free-Rider Problem) : Le problème du resquilleur est particulièrement pertinent dans le cas des biens publics ou lorsqu'il s'agit d'externalités positives, comme la protection de l'environnement ou la vaccination. Si un bien est non excludable (il est difficile d'empêcher quelqu'un d'en bénéficier) et non rival (la consommation par une personne n'empêche pas la consommation par une autre), les individus peuvent être incités à ne pas révéler leur véritable valorisation du bien ou service en espérant que d'autres paieront pour sa provision tout en profitant eux-mêmes des bénéfices sans contribuer au coût. Cela conduit à une sous-fourniture du bien ou service car tout le monde attend que quelqu'un d'autre paie pour l'externalité positive, résultant en une quantité produite inférieure à l'optimal social.

Ces deux problèmes illustrent pourquoi les marchés peuvent souvent échouer à résoudre les externalités de manière autonome et pourquoi l'intervention gouvernementale peut être nécessaire. L'État peut aider à réduire les coûts de transaction par la mise en place de lois et de réglementations qui facilitent les accords privés, et il peut surmonter le problème du resquilleur en fournissant lui-même des biens publics ou en subventionnant leur production pour encourager une provision plus proche de l'optimal social.

La Puissance de la Négociation Privée et la Définition des Droits de Propriété

Ce graphique illustre une situation de négociation entre un pollueur et un pollué concernant la dépollution, dans le contexte du théorème de Coase. Le graphique montre deux courbes : le coût marginal de dépollution pour le pollueur et le bénéfice marginal de dépollution pour le pollué.

NB: le niveau de pollution socialement optimale n'est pas égal à zéro!

Ce graphique illustre une approche économique pour résoudre le problème des externalités négatives par le biais de négociations entre parties, conformément au théorème de Coase. Il décrit une situation où un pollueur et une partie affectée par la pollution, le pollué, sont impliqués dans une négociation visant à trouver un niveau de dépollution qui maximise le bien-être collectif.

Dans cette représentation, le coût de réduire la pollution, ou de dépolluer, pour le pollueur augmente avec chaque unité supplémentaire de dépollution entreprise. Cela est représenté par la courbe ascendante, indiquant que les premières unités de dépollution sont relativement peu coûteuses pour le pollueur, mais que le coût augmente progressivement. Parallèlement, le bénéfice que le pollué tire de la réduction de la pollution diminue avec chaque unité supplémentaire. Les premières réductions de pollution apportent de grands bénéfices au pollué, mais ces bénéfices diminuent à mesure que l'air ou l'eau devient plus propre.

Le point où ces deux courbes se croisent, marqué Q∗, représente le niveau de dépollution où le bénéfice marginal du nettoyage est exactement égal au coût marginal de ce nettoyage. C'est le niveau idéal de dépollution du point de vue de l'efficacité économique, car il équilibre parfaitement le coût et le bénéfice marginal de la dépollution.

Le cadre fourni par le graphique suggère que, indépendamment de la partie qui détient initialement les droits de propriété, qu'il s'agisse du pollueur ou du pollué, il y a une opportunité pour un accord mutuellement bénéfique. Si le pollueur a le droit de polluer, le pollué peut potentiellement compenser financièrement le pollueur pour réduire la pollution, jusqu'au point où il n'est plus avantageux pour le pollué de payer pour une dépollution supplémentaire. Inversement, si le pollué détient le droit à un environnement propre, le pollueur pourrait payer pour le droit de polluer, jusqu'à ce que le coût supplémentaire de réduction de la pollution soit supérieur aux bénéfices que le pollueur en tire.

Cependant, dans la réalité, les négociations entre le pollueur et le pollué sont souvent entravées par des coûts de transaction élevés. Ces coûts peuvent inclure les frais juridiques pour établir et faire respecter les accords, les coûts liés à la recherche d'informations et à la négociation, ainsi que les défis liés à la coordination entre un grand nombre de parties. De plus, les asymétries d'information et le problème des resquilleurs, où des individus bénéficient des résultats de la négociation sans y participer activement, peuvent également compliquer la résolution privée des externalités.

En conséquence, bien que le théorème de Coase propose une solution élégante sur le papier, la nécessité d'une intervention de l'État sous forme de réglementations ou de taxes environnementales est souvent inévitable pour gérer efficacement les externalités et parvenir à une allocation des ressources qui reflète le coût et le bénéfice social de la dépollution.

Illustration Pratique: Un Accord Négocié en Détail

L'analyse des coûts et bénéfices marginaux pour les deux frères, Toxico et Asmatico, nous donne une base pour une possible solution négociée à la question de fumer en voiture lors de leurs voyages.

Pour Toxico, le coût marginal de ne pas fumer une cigarette augmente linéairement avec chaque cigarette non fumée, ce qui est décrit par la fonction . Cela signifie que chaque cigarette supplémentaire qu'il choisit de ne pas fumer lui coûte plus en termes de satisfaction personnelle. Lorsqu'il ne fume pas dans la voiture d'Asmatico, le coût total qu'il subit après avoir renoncé à un paquet entier est de 220 unités de bien-être, qui est la somme des coûts marginaux de chaque cigarette non fumée.

D'autre part, pour Asmatico, qui n'aime pas la fumée, le bénéfice marginal de chaque cigarette non fumée par Toxico diminue avec chaque cigarette supplémentaire non fumée. Cela est représenté par la fonction . Le bénéfice total qu'Asmatico retire de l'abstention de Toxico est de 100 unités de bien-être, ce qui est la somme des bénéfices marginaux pour chaque cigarette non fumée.

Ces fonctions suggèrent que les deux frères peuvent négocier une compensation qui est mutuellement avantageuse. Puisque le coût total pour Toxico de ne pas fumer est plus élevé que le bénéfice total pour Asmatico lorsque Toxico fume, Asmatico pourrait compenser Toxico pour qu'il ne fume pas, jusqu'à un point où le coût marginal de Toxico égale le bénéfice marginal d'Asmatico. La négociation consisterait à déterminer une quantité de cigarettes que Toxico serait prêt à ne pas fumer et le montant que Asmatico serait prêt à payer pour cette abstention.

Par exemple, Toxico pourrait accepter de réduire le nombre de cigarettes qu'il fume si Asmatico lui paie une certaine somme par cigarette non fumée. Ils devraient trouver un accord qui maximise leur bien-être collectif, c'est-à-dire trouver le nombre de cigarettes que Toxico est prêt à ne pas fumer et qui correspond au montant que Asmatico est prêt à payer pour cette réduction. En théorie, selon le théorème de Coase, ils pourraient arriver à un accord sans l'intervention de leurs parents ou d'une autre autorité, à condition que les coûts de transaction pour négocier et faire respecter cet accord soient négligeables.

Externalité Exemple de solution négociée.png

Le graphique représente une situation économique qui implique deux parties, Toxico et Asmatico, et leurs préférences relatives à fumer des cigarettes pendant qu'ils sont en voiture. Sur l'axe horizontal, nous avons le nombre de cigarettes non fumées, C, et sur l'axe vertical, les coûts et bénéfices marginaux en termes de bien-être ou de satisfaction, mesurés en unités monétaires.

La courbe ascendante, , représente le coût marginal pour Toxico de ne pas fumer de cigarettes. Comme on peut le voir, ce coût marginal augmente avec chaque cigarette supplémentaire qu'il choisit de ne pas fumer. Cela indique que Toxico trouve de plus en plus difficile de renoncer à chaque cigarette supplémentaire.

La courbe descendante, , représente le bénéfice marginal pour Asmatico pour chaque cigarette que Toxico ne fume pas. Le bénéfice est plus élevé lorsque le nombre de cigarettes non fumées est faible et diminue à mesure que davantage de cigarettes sont non fumées.

Le point où les deux courbes se croisent, marqué , suggère un compromis optimal pour les deux parties. À ce point, le coût pour Toxico de ne pas fumer six cigarettes est égal au bénéfice pour Asmatico lorsque six cigarettes ne sont pas fumées. Cela implique que Toxico devrait s'abstenir de fumer exactement six cigarettes pour que les deux parties maximisent leur bien-être combiné.

Le graphique est divisé en différentes zones colorées (A à F), chacune représentant un différent coût ou bénéfice pour Toxico et Asmatico. Par exemple, les zones A et B représentent le coût total pour Asmatico dans la voiture de Toxico lorsque la fumée est autorisée. Les zones C à F représentent le coût total pour Toxico lorsqu'il accompagne Asmatico dans sa voiture et que la fumée est interdite.

Cette illustration sert à montrer comment une négociation Coasienne pourrait se dérouler entre les deux parties. Si elles peuvent négocier sans coûts de transaction, elles pourraient s'entendre sur une compensation pour que Toxico ne fume que six cigarettes, améliorant ainsi le bien-être d'Asmatico sans imposer un coût excessif à Toxico. La négociation pourrait impliquer que Asmatico paie Toxico pour chaque cigarette non fumée jusqu'à atteindre l'équilibre à .

Cependant, si les coûts de transaction étaient significatifs ou si l'une des parties avait une information incomplète sur les préférences de l'autre, atteindre cet accord deviendrait plus compliqué. De plus, si Toxico ou Asmatico adoptait un comportement de resquilleur, en essayant de bénéficier de l'accord sans payer sa part juste, cela pourrait également empêcher de parvenir à une solution efficace. En l'absence d'une solution négociée, une intervention extérieure, telle qu'une réglementation ou une politique mise en place par les parents ou une autorité, pourrait être nécessaire pour résoudre la situation.

1. ACHAT DE PERMIS DE POLLUER

Toxico décide d'acheter le droit de fumer dans la voiture d'Asmatico pour 7 CHF par cigarette. Il continue à fumer jusqu'à ce que son coût marginal de ne pas fumer atteigne 7 CHF. À ce stade, il a renoncé à fumer 6 cigarettes, fumant donc 14 cigarettes sur les 20 habituelles.

Le coût total pour Toxico se compose de deux parties :

  1. Le coût de l'achat du droit de fumer, qui correspond à la zone D+E dans le graphique. Cela se calcule comme le prix par cigarette multiplié par le nombre de cigarettes fumées, soit CHF.
  2. Le coût associé à l'abstinence des 6 cigarettes qu'il a décidé de ne pas fumer, correspondant à la surface C. Ce coût est représenté par l'aire d'un triangle avec une base de 6 (le nombre de cigarettes non fumées) et une hauteur de 7 (le coût marginal de la sixième cigarette non fumée, qui commence à 1 CHF pour la première cigarette non fumée et augmente de 1 CHF pour chaque cigarette additionnelle). Par conséquent, l'aire de ce triangle est CHF. Le coût total pour Toxico est donc de 98 CHF pour l'achat des droits de fumer plus 21 CHF pour le coût d'abstinence, ce qui fait un total de 119 CHF.

Cependant, s'il n'avait pas acheté les droits de fumer, fumer toutes les cigarettes lui aurait coûté 220 CHF. Donc, en ne fumant pas ces 6 cigarettes, il réalise un gain de CHF, qui correspond à la surface F.

Asmatico, d'autre part, est prêt à accepter cet arrangement car jusqu'à la treizième cigarette, son bénéfice marginal de ne pas subir la fumée est inférieur à 7 CHF, ce qui est moins que ce qu'il reçoit de Toxico. Il subit un coût associé à la fumée passive des 14 cigarettes que Toxico fume, ce qui correspond à la surface D, évaluée à 49 CHF. Cependant, il gagne 98 CHF de Toxico pour le droit de fumer. Ainsi, son gain net est de CHF, correspondant à la surface E.

Cet exemple démontre comment une négociation Coasienne peut aboutir à une solution où les deux parties s'améliorent grâce à des échanges volontaires, malgré la présence d'externalités négatives.

2. ACHAT DE DROITS À L'AIR PROPRE

Lorsque Asmatico achète le droit à un air propre en payant Toxico pour ne pas fumer dans la voiture, les calculs montrent les résultats suivants :

  • Le bénéfice total pour Asmatico, si Toxico ne fumait pas du tout pendant le voyage, serait de 100 CHF.
  • Le coût pour Toxico de ne pas fumer 6 cigarettes est de 24 CHF, qui est la somme des coûts marginaux d'abstinence pour ces cigarettes.
  • Asmatico paie Toxico 42 CHF pour qu'il s'abstienne de fumer ces 6 cigarettes (7 CHF par cigarette non fumée).

En termes de gain net pour chacun des frères dans ce scénario :

  • Toxico reçoit 42 CHF d'Asmatico, et comme son coût d'abstinence est de 24 CHF, son gain net est de 18 CHF.
  • Asmatico, d'autre part, paie 42 CHF mais son bénéfice total sans fumée est de 100 CHF, donc son gain net est de 58 CHF.

Dans cette situation, la quantité de cigarettes non fumées est identique à celle du premier scénario : Toxico s'abstient de fumer 6 cigarettes. Cependant, les gains nets diffèrent en raison de la direction du paiement. Asmatico paie pour un air propre, et Toxico reçoit une compensation pour ne pas fumer, contrairement au premier scénario où Toxico payait pour le droit de fumer.

Cela illustre comment la distribution initiale des droits affecte la distribution des gains monétaires entre les parties, même si la quantité de l'externalité (dans ce cas, la fumée de cigarette) reste la même. C'est une démonstration pratique du théorème de Coase : tant que les coûts de transaction sont négligeables et que les droits de propriété sont clairement définis, les parties peuvent négocier des compensations pour atteindre un résultat efficient indépendamment de la répartition initiale des droits. ​

Ação pública e externalidades =

A gama de intervenções públicas para as externalidades

Quando o mercado conduz a uma má afetação de recursos devido a uma externalidade e a negociação privada não é possível, geralmente devido aos elevados custos de transação, à informação assimétrica ou ao problema do parasitismo, o governo pode intervir para corrigir esta falha.

Uma abordagem que o governo pode adotar é a adoção de políticas autoritárias, que consistem em regulamentos rigorosos. Estas regulamentações podem assumir a forma de obrigações ou proibições de determinados comportamentos. Por exemplo, o governo pode tornar a vacinação obrigatória para todas as crianças em idade escolar para garantir que a sociedade beneficie da imunidade de grupo. Do mesmo modo, pode estabelecer um nível máximo de poluição que as empresas não podem exceder para proteger a saúde pública e o ambiente. Estas medidas podem ser eficazes para alcançar o resultado desejado de forma rápida e bastante direta.

No entanto, estas políticas podem também ser consideradas intrusivas e limitar as liberdades individuais ou as escolhas das empresas. Por conseguinte, devem ser cuidadosamente concebidas para equilibrar os objectivos de bem-estar social com o respeito pelos direitos individuais. Além disso, a sua eficácia depende da capacidade do governo para as fazer cumprir, o que muitas vezes exige um controlo e recursos significativos.

Quando as negociações privadas não conseguem resolver as externalidades e o mercado não consegue obter uma afetação óptima dos recursos, o governo pode optar por intervenções que se baseiam nos mecanismos de mercado para realinhar os incentivos privados com os interesses sociais. Estas intervenções, ditas "orientadas para o mercado", procuram utilizar os preços e os incentivos económicos para encorajar comportamentos desejáveis sem impor diretamente regulamentação.

Os impostos pigouvianos são um exemplo clássico deste tipo de política. Baptizados com o nome do economista Arthur Pigou, destinam-se a internalizar os custos das externalidades negativas. Ao tributar as actividades que produzem externalidades prejudiciais, como a poluição, o governo pode incentivar as empresas e os consumidores a reduzir o seu comportamento poluente até que os custos sociais e privados estejam alinhados. O montante do imposto é geralmente fixado de forma a ser igual ao custo externo marginal da atividade poluente na quantidade socialmente óptima.

Por outro lado, os subsídios podem ser utilizados para encorajar comportamentos que tenham externalidades positivas. Por exemplo, o governo pode oferecer ajuda financeira para melhorar o isolamento das casas particulares, o que reduz o consumo de energia e, consequentemente, as emissões de gases com efeito de estufa. Do mesmo modo, podem ser oferecidos subsídios às empresas que investem na investigação e desenvolvimento de tecnologias limpas ou na formação da sua mão de obra, o que pode ter efeitos positivos para a economia em geral.

Estas políticas orientadas para o mercado são frequentemente preferidas à regulamentação direta, porque podem atingir os objectivos desejados, permitindo simultaneamente flexibilidade na forma como os indivíduos e as empresas respondem aos incentivos fiscais. No entanto, a sua conceção e aplicação exigem uma compreensão precisa da natureza e da dimensão das externalidades, bem como a capacidade de ajustar os impostos e os subsídios de forma adequada para evitar efeitos secundários indesejáveis ou distorções do mercado.

Comparação dos sistemas de licenciamento e de tributação

O Estado tem duas abordagens principais para reduzir a poluição de uma fábrica:

  1. Regulamentação: O estado pode impor regulamentos rigorosos que exigem que a planta reduza a poluição para um nível específico. Estes limites regulamentares são frequentemente definidos na sequência de estudos ambientais e sanitários e podem incluir limites máximos para as emissões de poluentes específicos. A fábrica deve então ajustar os seus processos de produção, investir em tecnologias de controlo da poluição ou alterar as suas matérias-primas para cumprir as normas impostas. Esta abordagem de "comando e controlo" dá às autoridades a garantia de que certas reduções de poluição serão alcançadas, mas pode ser dispendiosa para as empresas e não oferece flexibilidade quanto à forma como essas reduções são alcançadas. # Imposto Pigouviano: Em alternativa, o Estado pode impor um imposto Pigouviano, que é um imposto sobre cada unidade de poluição emitida. O montante do imposto é idealmente igual ao custo externo marginal da poluição na quantidade óptima de poluição. Este imposto incentiva a fábrica a reduzir a poluição, porque agora tem de pagar o impacto externo das suas emissões. O imposto Pigouviano oferece flexibilidade à fábrica quanto à forma de reduzir a poluição, uma vez que pode optar por pagar o imposto, reduzir a poluição para evitar o imposto, ou uma combinação de ambos. Pode também incentivar a inovação nas tecnologias de redução da poluição, uma vez que a redução das emissões se torna financeiramente vantajosa.

Cada uma destas abordagens tem as suas vantagens e desvantagens. A regulamentação pode ser mais direta e mais fácil de compreender pelo público, mas também pode ser menos eficiente e menos flexível. Os impostos pigouvianos, por outro lado, são geralmente considerados mais eficientes do ponto de vista económico, uma vez que permitem que cada instalação encontre a forma mais rentável de reduzir a sua poluição. No entanto, a determinação do montante exato do imposto que corresponde ao custo externo marginal da poluição pode ser complexa e sujeita a debates políticos e económicos.

O sistema "cap-and-trade", também conhecido como mercado de licenças de poluição, é um método de controlo da poluição orientado para o mercado, que oferece incentivos económicos para reduzir as emissões poluentes. Eis como funciona:

  1. Limite máximo: O Estado estabelece um teto, ou seja, um limite máximo para a quantidade total de poluição que pode ser emitida por todas as empresas em causa. Este limite é inferior ao nível atual de emissões para forçar uma redução global.
  2. Distribuição de licenças: O Estado atribui ou vende licenças de poluição às empresas, sendo que cada licença autoriza o seu titular a emitir uma determinada quantidade de poluição. O número total de licenças corresponde ao limite de emissões fixado pelo Estado.
  3. Comércio: As empresas que podem reduzir as suas emissões a um custo inferior ao preço de mercado das licenças terão um incentivo para o fazer e poderão vender as suas licenças excedentárias. Isto cria um mercado para os direitos de poluir. As empresas que consideram mais dispendioso reduzir as emissões podem comprar licenças adicionais no mercado para cumprir os regulamentos.

O sistema "cap-and-trade" tem várias vantagens. Dá às empresas a flexibilidade necessária para cumprirem os objectivos de redução das emissões da forma mais rentável. Também incentiva a inovação em tecnologias limpas porque as poupanças resultantes de reduções mais eficientes podem ser rentáveis.

No entanto, há um problema potencial com este sistema relacionado com o lobbying. As empresas e os grupos de interesse podem fazer pressão para aumentar o número de licenças atribuídas, o que aumentaria o limite máximo de emissões permitido e reduziria a eficácia do regime em termos de redução da poluição. Se o limite for demasiado elevado, as licenças podem tornar-se demasiado abundantes e baratas, reduzindo o incentivo ao investimento na redução da poluição.

Para que o sistema de limitação e comércio de emissões funcione eficazmente, é fundamental que o limite de emissões seja fixado a um nível que reflicta objectivos genuínos de redução da poluição e que seja gradualmente reduzido ao longo do tempo para incentivar reduções contínuas. Além disso, o processo de atribuição de licenças deve ser transparente e justo para evitar a manipulação do mercado e garantir uma concorrência leal e efectiva.

Impostos Pigouvianos e Licenças de Poluição: Uma Avaliação da sua Equivalência

Os gráficos abaixo comparam as abordagens do imposto Pigouviano e das licenças de emissão negociáveis para regular a poluição. Ambos os mecanismos têm como objetivo reduzir a poluição através da imposição de custos aos poluidores, mas funcionam de formas ligeiramente diferentes.

Equivalence des taxes pigouviennes et des droits à polluer 1.png

Imposto Pigouviano (Gráfico a): O imposto Pigouviano é um preço fixado pelo Estado para a poluição. Este preço destina-se a refletir o custo externo que a poluição impõe à sociedade. O gráfico mostra uma linha horizontal a um preço determinado pelo imposto. O ponto em que esta linha intersecta a curva da procura de poluição indica a quantidade de poluição que será produzida ao preço fixado pelo imposto. As empresas poluidoras pagarão o imposto por cada unidade de poluição que emitem, e este imposto é suposto incentivar as empresas a reduzir as suas emissões até que o custo marginal da redução da poluição seja igual ao imposto. A principal vantagem desta abordagem é o facto de permitir que as empresas decidam como vão reduzir a poluição, dando-lhes a flexibilidade para encontrarem as soluções mais baratas. No entanto, o nível de poluição resultante não é garantido, uma vez que depende da reação das empresas ao imposto. Se o imposto for demasiado baixo, a poluição poderá manter-se elevada; se for demasiado elevado, poderá impor custos excessivos às empresas.

Mercado de licenças de poluição (Gráfico b): No sistema cap-and-trade, também conhecido como mercado de licenças de poluição, o Estado estabelece um limite máximo para a quantidade total de poluição que pode ser emitida. As licenças correspondentes a este limite são distribuídas ou vendidas às empresas poluidoras. Estas licenças são transaccionáveis, o que significa que as empresas que podem reduzir a poluição de forma mais barata venderão as suas licenças excedentárias a outras empresas para as quais a redução é mais cara. O gráfico mostra que o preço das licenças é determinado pelo ponto em que a curva da oferta de licenças (que é vertical porque o número de licenças é fixo) intersecta a curva da procura do direito de poluir. A vantagem deste sistema é que garante um nível de poluição que não ultrapassa o limite máximo fixado. No entanto, o preço das licenças pode variar e pode ser difícil de prever, o que pode criar incerteza para as empresas.

A escolha entre o imposto Pigouviano e o mercado de licenças depende dos objectivos específicos e das condições de mercado. Se o principal objetivo é garantir um nível máximo de poluição, o mercado de licenças é mais adequado. Se o objetivo é incentivar as empresas a inovar e a encontrar formas rentáveis de reduzir a poluição, o imposto Pigouviano pode ser preferível devido à flexibilidade que oferece. Ambos os sistemas enfrentam desafios de implementação, incluindo a necessidade de medir com exatidão a poluição e controlar o seu cumprimento. Os grupos de pressão podem exercer uma influência significativa na fixação dos preços dos impostos ou no número de licenças distribuídas, o que pode comprometer a eficácia de cada sistema. Além disso, ambos os mecanismos podem ter consequências sociais e económicas, como a transferência de custos para os consumidores, o impacto na competitividade das empresas e a necessidade de uma transição justa para os trabalhadores das indústrias afectadas.

Em suma, o imposto Pigouviano e o mercado de licenças de poluição são dois instrumentos de política ambiental que tentam corrigir as falhas de mercado associadas às externalidades negativas da poluição. O seu êxito dependerá da forma como forem integrados num quadro regulamentar mais vasto e da sua aceitação pelo público e pelas empresas.

Análise comparativa dos méritos e limites das licenças de emissão e dos impostos ambientais

As licenças de poluição e os impostos pigouvianos são dois dos principais métodos utilizados para internalizar as externalidades negativas da poluição. Embora ambos visem atingir o mesmo objetivo de redução das emissões, fazem-no através de mecanismos diferentes, cada um com as suas vantagens e desvantagens.

Os economistas tendem a preferir os impostos Pigouvianos por várias razões. Em primeiro lugar, são considerados menos intrusivos no funcionamento do mercado, porque permitem que as empresas escolham a forma como se vão ajustar ao imposto. Em vez de ditarem como e onde reduzir as emissões, os impostos incentivam as empresas a encontrar os métodos mais rentáveis para si próprias. Este facto pode conduzir à inovação tecnológica, uma vez que as empresas procuram reduzir o montante do imposto que têm de pagar. Outra vantagem é o efeito de incentivo a longo prazo. Ao tributar a poluição, os governos criam um incentivo financeiro permanente para que as empresas invistam na investigação e no desenvolvimento de tecnologias mais limpas. Isto pode levar a melhorias duradouras na eficiência energética e na redução dos poluentes.

No entanto, os impostos Pigouvianos também têm desvantagens. Um dos principais problemas é que o governo tem de determinar o custo social exato da poluição para fixar o imposto a um nível que internalize os custos externos. Isto pode ser extremamente difícil, uma vez que os danos causados pela poluição podem variar consideravelmente em função de muitos factores, incluindo a geografia, a densidade populacional e a sensibilidade dos ecossistemas locais. Se o imposto for fixado a um nível demasiado baixo, não reduzirá suficientemente a poluição; se for fixado a um nível demasiado elevado, poderá impor custos desnecessariamente elevados às empresas e aos consumidores.

Por conseguinte, os impostos pigouvianos são frequentemente preferidos pela sua flexibilidade e potencial de inovação, mas exigem um conhecimento exato dos danos sociais causados pela poluição, que é difícil de quantificar. A decisão de utilizar impostos ou licenças dependerá das circunstâncias específicas, dos objectivos da política ambiental e da capacidade do Estado para recolher as informações necessárias e ajustar as políticas em conformidade. Na prática, pode ser necessária uma combinação de ambas as abordagens e, na verdade, de outros instrumentos políticos, para gerir eficazmente a poluição e proteger o ambiente, mantendo a eficiência económica.

As restrições ou regulamentações directas em matéria de poluição são frequentemente preferidas pela sua simplicidade e pela segurança que proporcionam tanto às entidades reguladoras como às empresas. Prescrevem limites de emissão específicos que devem ser cumpridos, o que pode ser particularmente benéfico em situações em que há falta de informação sobre os custos sociais exactos da poluição. Estes regulamentos estabelecem normas claras e proporcionam resultados previsíveis: as empresas sabem o que se espera delas e os reguladores dispõem de um quadro claro para o controlo e a aplicação. Por outro lado, estes regulamentos têm desvantagens significativas em termos de incentivos à melhoria. Uma vez que uma empresa cumpra a norma, há frequentemente pouco ou nenhum incentivo para reduzir ainda mais a poluição. Este facto pode conduzir a um estado de complacência em que as empresas se contentam com o cumprimento das normas sem procurarem sobressair em termos de desempenho ambiental. Além disso, a regulamentação pode introduzir distorções económicas ao não incentivar as empresas a procurar formas de reduzir os custos. As empresas podem ficar presas a tecnologias dispendiosas, especificamente concebidas para cumprir os requisitos regulamentares, sem explorar outras opções potencialmente mais eficientes ou menos dispendiosas.

Os custos associados à conformidade regulamentar podem também ser elevados. As tecnologias necessárias para cumprir as normas podem ser dispendiosas e estes custos adicionais são frequentemente transferidos para os consumidores. Este facto pode ter repercussões no mercado em termos de competitividade e acessibilidade, uma vez que os preços dos bens e serviços aumentam para cobrir o aumento do investimento de capital e dos custos de funcionamento. As restrições são, por conseguinte, um instrumento importante na caixa de ferramentas da política ambiental, proporcionando uma garantia de que não serão excedidos determinados níveis de emissões. No entanto, podem ser rígidas e não favorecer a inovação e a melhoria contínua para além dos requisitos mínimos. Assim, uma combinação de regulamentação direta com outros instrumentos económicos, como os impostos Pigouvianos e os sistemas de licenças de emissão negociáveis, pode oferecer um compromisso entre certeza, flexibilidade e incentivos à inovação, conduzindo a uma abordagem mais matizada e eficaz da gestão da poluição.

Resumo dos conceitos e estratégias abordados

As externalidades surgem quando uma transação entre um comprador e um vendedor tem repercussões em terceiros que não são compradores nem vendedores nessa transação. Estes efeitos secundários não compensados podem ser benéficos (externalidades positivas) ou prejudiciais (externalidades negativas). Uma externalidade negativa, como a poluição de uma fábrica, leva a uma sobreprodução em relação ao que seria socialmente ideal, porque o custo externo não é tido em conta na decisão de produção da fábrica. Inversamente, uma externalidade positiva, como a vacinação, leva a uma subprodução, porque os benefícios para a sociedade não se reflectem totalmente nos incentivos privados dos indivíduos ou das empresas.

Em alguns casos, as partes afectadas pelas externalidades podem encontrar elas próprias uma solução. O teorema de Coase afirma que, se os direitos de propriedade estiverem claramente definidos e os custos de transação forem nulos, as partes podem negociar compensações que conduzam a uma afetação eficiente dos recursos, independentemente de quem detém inicialmente os direitos. Contudo, na prática, os custos de transação raramente são nulos e os direitos de propriedade nem sempre estão claramente definidos, o que complica frequentemente as negociações privadas.

Quando as negociações privadas não são suficientes para resolver as externalidades, pode ser necessária a intervenção do Estado. O governo pode optar por impor normas de comportamento, que são regulamentos directos que ditam obrigações ou proibições. Estas normas são fáceis de compreender e podem ser eficazes na consecução de objectivos específicos, mas também podem ser inflexíveis e não incentivar a melhoria contínua.

Uma alternativa é a utilização de instrumentos económicos como os impostos Pigouvianos, que procuram internalizar os custos externos através da imposição de um preço à poluição, ou a criação de mercados de licenças de poluição, onde as empresas podem comprar e vender o direito de poluir. Estes métodos orientados para o mercado podem ser mais eficazes e flexíveis do que normas estritas, uma vez que permitem às empresas escolher a forma mais rentável de reduzir a sua poluição e incentivam a inovação a longo prazo.

Em última análise, a escolha dos instrumentos de política ambiental depende de muitos factores, incluindo a natureza da externalidade, a estrutura da indústria em causa e os objectivos específicos da política. Uma combinação de regulamentação direta e de instrumentos económicos pode frequentemente proporcionar um equilíbrio eficaz entre segurança, flexibilidade e incentivos à inovação.

Apêndices

  • The Economist, Selling hot air, 07.08.2006
  • The Economist, Doffing the cap, 14.07.2007

Referências