« Elasticidades e suas aplicações » : différence entre les versions

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A elasticidade da oferta de um produto depende, portanto, em grande medida, da capacidade das empresas para se adaptarem às variações da procura e dos preços. Factores como a facilidade de acesso aos factores de produção, a flexibilidade da produção, a capacidade de armazenamento dos factores de produção e a utilização de produtos intermédios são fundamentais para esta adaptabilidade. Uma boa compreensão e gestão destes factores é essencial para as empresas que desejam otimizar a sua produção e maximizar os seus lucros face às flutuações do mercado.
A elasticidade da oferta de um produto depende, portanto, em grande medida, da capacidade das empresas para se adaptarem às variações da procura e dos preços. Factores como a facilidade de acesso aos factores de produção, a flexibilidade da produção, a capacidade de armazenamento dos factores de produção e a utilização de produtos intermédios são fundamentais para esta adaptabilidade. Uma boa compreensão e gestão destes factores é essencial para as empresas que desejam otimizar a sua produção e maximizar os seus lucros face às flutuações do mercado.


=== Capacidade dos vendedores para ajustarem a sua produção ==
== Capacidade dos vendedores para ajustarem a sua produção ==


A capacidade dos vendedores para ajustarem o seu nível de produção de bens tem um impacto direto na elasticidade da oferta destes produtos. Tomemos dois exemplos para ilustrar este princípio: a produção à beira-mar e a produção de computadores.
A capacidade dos vendedores para ajustarem o seu nível de produção de bens tem um impacto direto na elasticidade da oferta destes produtos. Tomemos dois exemplos para ilustrar este princípio: a produção à beira-mar e a produção de computadores.

Version du 1 janvier 2024 à 15:37

Baseado num curso de Federica Sbergami[1][2][3]

A elasticidade em economia é um conceito fundamental que mede a sensibilidade da quantidade procurada ou oferecida de um bem ou serviço a alterações nos seus factores determinantes, como o preço. É expressa em percentagem para indicar a capacidade de resposta da procura ou da oferta a alterações no preço ou noutros factores.

A elasticidade pode ser de diferentes tipos. Por exemplo, a elasticidade-preço da procura mede a variação percentual da quantidade procurada em resposta a uma variação percentual do preço. Quando esta elasticidade é superior a 1, diz-se que a procura é elástica, ou seja, sensível às variações de preço. Se for inferior a 1, a procura é inelástica, indicando uma baixa sensibilidade às variações de preços. Do mesmo modo, a elasticidade-preço da oferta centra-se na quantidade oferecida e na sua reação às variações de preço. Existem ainda outras formas de elasticidade, como a elasticidade da procura em relação ao rendimento ou aos preços de bens substitutos e complementares.

A compreensão da elasticidade é crucial para as empresas e para os decisores políticos. As empresas utilizam-na para fixar os preços e antecipar as vendas. Por exemplo, o preço de um produto com uma procura inelástica pode aumentar sem levar a uma queda significativa da quantidade vendida. Os governos utilizam a elasticidade para prever o impacto dos impostos, subsídios e outras políticas nos mercados.

A elasticidade é geralmente medida como o rácio entre a variação percentual da quantidade procurada ou oferecida e a variação percentual do preço ou de outros factores. Num gráfico, a inclinação da curva da procura ou da oferta pode fornecer pistas sobre a elasticidade. Uma curva de procura plana sugere uma elasticidade elevada, enquanto uma curva mais acentuada indica uma inelasticidade. Vejamos um exemplo concreto: se o preço de um bem aumentar 10% e a quantidade procurada diminuir 20%, a elasticidade-preço da procura será -2 (20% / 10%). Esta elevada capacidade de reação da procura ao preço indica uma elevada elasticidade.

A necessidade de compreender a elasticidade

A elasticidade responde a uma necessidade fundamental em economia: compreender e medir a forma como a quantidade procurada de um produto ou serviço reage a alterações de preço. Este conceito é crucial tanto para as empresas como para os decisores políticos, uma vez que permite analisar e prever o comportamento dos consumidores em resposta a alterações de preços.

À medida que nos deslocamos ao longo da curva da procura, observamos como a quantidade procurada se altera em resposta a uma variação do preço. Esta observação é essencial para determinar a elasticidade-preço da procura. A inclinação da curva da procura desempenha aqui um papel fundamental. Uma curva da procura relativamente plana indica uma elevada sensibilidade da quantidade procurada às variações de preço, caracterizando assim uma procura elástica. Inversamente, uma curva da procura inclinada sugere que a quantidade procurada é relativamente insensível às variações de preço, indicando uma procura inelástica. Esta informação é vital para as empresas quando determinam as suas estratégias de preços. Por exemplo, se uma empresa sabe que a procura do seu produto é elástica, um pequeno aumento de preço pode levar a uma diminuição significativa da quantidade procurada, afectando potencialmente as suas receitas. Por outro lado, para um produto com uma procura inelástica, a empresa pode aumentar os preços sem recear uma queda significativa da procura.

Para os governos e os decisores políticos, compreender a elasticidade é igualmente importante. Ajuda a prever as consequências económicas dos impostos, subsídios e outras políticas. Por exemplo, a imposição de um imposto sobre um produto com uma elasticidade elevada pode levar a uma queda considerável da procura, ao passo que o mesmo imposto sobre um produto com uma elasticidade baixa pode não ter um impacto tão acentuado na quantidade procurada.

O simples conhecimento do declive da função da procura não é suficiente para exprimir adequadamente a sensibilidade da resposta da procura às variações de preços. Há duas razões principais para este facto. Em primeiro lugar, o declive da curva da procura é influenciado pelas unidades de medida utilizadas, o que pode dificultar as comparações entre diferentes bens. Por exemplo, se a procura de café aumentar em 10 chávenas após uma redução de preço de 1 franco, esta informação é específica para esse contexto e para essas unidades. Comparar esta variação com a de outro bem medido em metros ou horas é complexo porque as unidades não são diretamente comparáveis. Este facto pode levar a interpretações erradas ou enganadoras. Em segundo lugar, a variação em termos absolutos (por exemplo, 10 chávenas ou 1 franco) não dá qualquer indicação sobre a importância relativa desta variação. Sem conhecer o nível inicial do preço ou da quantidade pedida, é difícil avaliar se uma variação é significativa. Por exemplo, um aumento de 10 chávenas pode ser considerável se a procura inicial era de 20 chávenas, mas relativamente insignificante se a procura inicial era de 1000 chávenas. Do mesmo modo, uma variação de 1 franco pode ser significativa para um produto barato, mas insignificante para um produto caro.

É aqui que a elasticidade entra em jogo, uma vez que mede variações relativas e não absolutas. A elasticidade fornece uma medida normalizada da reatividade da procura, que é independente das unidades de medida e tem em conta a proporcionalidade das variações em relação aos níveis iniciais de preço e de quantidade. Desta forma, permite uma melhor compreensão da sensibilidade da procura e permite efetuar comparações mais significativas entre diferentes produtos ou serviços.

A elasticidade é uma ferramenta essencial em economia porque mede a reação dos compradores e vendedores às mudanças nas condições de mercado, evitando os problemas associados à utilização de medidas absolutas, como a inclinação da curva da procura. Eis como a elasticidade resolve estes problemas:

  • Independência das unidades de medida: A elasticidade é expressa em termos relativos, tornando-a independente das unidades de medida utilizadas. Por exemplo, a elasticidade-preço da procura calcula a variação percentual da quantidade procurada em relação à variação percentual do preço. Esta abordagem permite efetuar comparações significativas entre diferentes bens ou serviços, mesmo que estes sejam medidos em unidades diferentes (como chávenas, metros ou horas).
  • Contextualizar as variações : A elasticidade fornece um quadro para avaliar a importância relativa das variações de quantidade e de preço. Em vez de se concentrar nas variações absolutas (como um aumento de 10 chávenas de café), a elasticidade permite compreender estas variações em proporção aos níveis iniciais. Aplicabilidade universal: A elasticidade pode ser utilizada para analisar vários tipos de mercados e produtos, fornecendo um método normalizado para estudar o comportamento económico. Quer estejamos a analisar a resposta dos consumidores a alterações no preço dos bens de consumo, quer a resposta das empresas a alterações no custo das matérias-primas, a elasticidade oferece uma forma consistente de avaliar estas respostas.

Em suma, a elasticidade é um instrumento valioso para economistas e decisores, porque oferece uma medida normalizada e relativa da capacidade de reação da procura e da oferta, que tem em conta as características específicas de cada mercado e produto, evitando as armadilhas das medidas absolutas. Isto permite compreender melhor a forma como os agentes económicos reagem às mudanças e desenvolver estratégias ou políticas mais eficazes e mais bem informadas.

Análise das elasticidades da procura

Elasticidade-preço da procura

A elasticidade-preço da procura é uma medida central em economia que quantifica a forma como a quantidade procurada de um bem ou serviço reage a uma alteração do seu preço. A fórmula para calcular a elasticidade-preço da procura é o rácio entre a variação percentual da quantidade procurada e a variação percentual do preço do bem.

Eis a fórmula matemática para a elasticidade-preço da procura (Ep):

Para calcular a variação percentual, utiliza-se geralmente a seguinte fórmula:

.

No contexto da elasticidade-preço da procura, isto significa: *Para a quantidade procurada: A variação percentual da quantidade procurada é calculada dividindo a variação da quantidade procurada pela quantidade inicial procurada e multiplicando-a por 100. *Para o preço: Da mesma forma, a variação percentual do preço é calculada dividindo a variação do preço pelo preço inicial e multiplicando-o por 100.

É importante notar que a elasticidade-preço da procura pode ser positiva ou negativa, mas é geralmente negativa porque a quantidade procurada tende a diminuir quando o preço aumenta, e vice-versa. No entanto, o sinal negativo é muitas vezes omitido na prática, uma vez que é geralmente entendido que a elasticidade da procura é inversamente proporcional ao preço.

A elasticidade-preço da procura permite que as empresas e os decisores políticos compreendam a sensibilidade dos consumidores às variações de preços, o que é crucial para as decisões em matéria de preços, marketing e política económica.

Para variações discretas :

= = .

Esta fórmula representa a elasticidade-preço da demanda () em termos de variações discretas. Ela usa as diferenças absolutas nas quantidades demandadas () e nos preços () para medir as variações relativas e, em seguida, determina a razão dessas variações relativas. O sinal "< 0" no final indica que, em geral, a elasticidade-preço da procura é negativa, reflectindo a relação inversa entre o preço e a quantidade procurada.

Para variações infinitesimais (ou variações na margem), a fórmula da elasticidade-preço da procura é a seguinte

= .

Nesta expressão, representa a elasticidade-preço da procura. O termo é a derivada parcial da quantidade procurada em relação ao preço, indicando como a quantidade procurada se altera instantaneamente com uma pequena alteração no preço. Multiplicando esta derivada parcial pelo rácio (preço sobre quantidade procurada) obtém-se a elasticidade-preço da procura. O sinal "< 0" no final indica que essa elasticidade é geralmente negativa, de acordo com a lei da demanda, que afirma que a quantidade demandada de um bem geralmente diminui quando seu preço aumenta.

Factores que influenciam a elasticidade-preço da procura

Impacto da disponibilidade de substitutos próximos

Quando existem substitutos próximos para um bem ou serviço, a procura desse bem ou serviço tende a ser mais elástica. Isto significa que é mais provável que os consumidores alterem a sua escolha em resposta a alterações no preço ou noutros factores.

Considere-se a procura de umas férias de heli-esqui no Alasca em comparação com umas férias de esqui em Chamonix. Se as férias de esqui em Chamonix forem consideradas como um substituto próximo das férias de heli-ski no Alasca, um aumento significativo do preço das férias de heli-ski no Alasca poderia levar a uma queda significativa da sua procura. Os consumidores, confrontados com este aumento de preços, poderiam recorrer às férias de esqui em Chamonix, que oferecem uma experiência semelhante a um custo potencialmente inferior.

Este exemplo demonstra como a presença de substitutos próximos torna os consumidores mais flexíveis nas suas escolhas, encorajando-os a optar por alternativas se o preço ou outras condições do bem ou serviço inicial se tornarem menos atractivos. Por conseguinte, as empresas e os prestadores de serviços devem estar conscientes da presença de substitutos próximos no mercado quando tomam decisões sobre os preços ou a promoção dos seus produtos ou serviços.

Contraste entre bens essenciais e bens de luxo

Uma distinção importante em economia é a diferença entre bens essenciais e bens de luxo em termos de elasticidade da procura.

Os bens de primeira necessidade, como os alimentos, a eletricidade, os medicamentos e o vestuário básico, têm geralmente uma procura inelástica. Isto significa que, mesmo que os preços destes bens aumentem ou diminuam significativamente, a quantidade procurada não se altera muito. Os consumidores continuam a comprar estes produtos porque são essenciais para a vida quotidiana. Por exemplo, a procura de alimentos mantém-se relativamente constante apesar das flutuações de preços, porque as pessoas precisam de comer independentemente da situação económica.

Em contrapartida, os bens de luxo, como os bilhetes para a Liga dos Campeões, têm uma procura elástica. Estes bens não são essenciais e a sua compra é frequentemente influenciada pelo rendimento disponível dos consumidores. Se o preço dos bilhetes para um evento desportivo de prestígio aumentar consideravelmente, muitas pessoas optarão por não os comprar, uma vez que existem muitas outras opções de entretenimento disponíveis. A quantidade procurada destes bens é, por conseguinte, muito sensível às variações de preços.

É importante notar que a classificação de um bem como de necessidade ou de luxo pode depender das preferências dos consumidores e dos seus níveis de rendimento. O que é considerado um luxo para uma pessoa pode ser uma necessidade para outra. Por conseguinte, esta distinção nem sempre é claramente definida e pode variar em função das circunstâncias individuais e do contexto económico.

Influência da dimensão do mercado na procura

A dimensão do mercado é um fator importante que influencia a elasticidade da procura. Em geral, quanto maior é o mercado, mais inelástica tende a ser a procura. Este facto deve-se, em parte, à diversidade e disponibilidade de alternativas nos grandes mercados, bem como à variedade de necessidades e preferências dos consumidores.

Por exemplo, considere-se a diferença entre a elasticidade da procura de carne em geral e de carne de frango especificamente. A carne, como categoria geral, engloba vários tipos de produtos, como frango, carne de vaca, carne de porco, etc. Num grande mercado em que estes diferentes tipos de carne estão disponíveis, a procura da categoria geral de carne pode ser relativamente inelástica. Isto significa que as variações de preço num tipo de carne podem levar os consumidores a mudar para outros tipos, mas provavelmente continuarão a consumir uma certa quantidade de carne.

Por outro lado, a procura de um tipo específico de carne, como o frango, pode ser mais elástica, especialmente em mercados mais pequenos ou locais. Num mercado pequeno ou numa região onde as preferências pelo frango são fortes e os substitutos estão menos disponíveis, um aumento do preço do frango pode levar a uma queda significativa da procura, uma vez que os consumidores podem não encontrar alternativas adequadas.

A dimensão e a definição do mercado desempenham, por conseguinte, um papel crucial na determinação da elasticidade da procura. Os mercados locais, com opções mais limitadas e preferências mais específicas, são susceptíveis de ter uma maior elasticidade da procura do que os mercados maiores e mais diversificados.

Dinâmica temporal das respostas da procura

As funções da procura a curto prazo são mais elásticas do que as a longo prazo.

  • Funções da procura a curto prazo: A curto prazo, os consumidores e as empresas têm frequentemente menos flexibilidade para ajustar o seu comportamento e as suas escolhas em resposta a alterações de preços. Consequentemente, a procura é geralmente mais inelástica a curto prazo. As opções para substituir um produto ou alterar o consumo são limitadas por hábitos, contratos, custos de mudança ou ausência de alternativas imediatas.
  • Funções da procura a longo prazo: A longo prazo, os consumidores e as empresas têm mais tempo para se adaptarem às variações de preços. Podem encontrar substitutos, alterar os seus hábitos de consumo ou investir em novas tecnologias. Consequentemente, a procura torna-se mais elástica a longo prazo, uma vez que as pessoas têm mais oportunidades e meios para reagir às variações de preços.

O exemplo da procura de energia para o petróleo é uma boa ilustração deste conceito. A curto prazo, ou seja, no próximo mês, os consumidores e as indústrias têm opções limitadas para passar sem petróleo ou encontrar alternativas energéticas. Provavelmente, continuarão a consumir quantidades semelhantes de petróleo, mesmo que os preços subam, o que torna a procura inelástica. Por outro lado, numa escala temporal de 10 anos, os consumidores e a indústria podem efetuar adaptações significativas. Podem investir em veículos mais eficientes em termos de combustível, desenvolver e adotar fontes de energia alternativas ou alterar os seus hábitos de consumo de energia. Estes ajustamentos tornam a procura de energia petrolífera mais elástica a longo prazo, uma vez que as variações de preço conduzirão a maiores alterações na quantidade procurada.

Quando um bem representa uma grande parte do orçamento de um consumidor, a procura desse bem é geralmente mais sensível às variações de preço, o que resulta numa maior elasticidade. Isto deve-se ao facto de as variações no preço destes bens terem um impacto significativo nas finanças globais dos consumidores, obrigando-os a ajustar o seu comportamento de compra.

Vejamos o exemplo da renda versus fósforos. A renda representa geralmente uma parte substancial do orçamento mensal de um agregado familiar. Consequentemente, um aumento significativo da renda pode obrigar as famílias a reconsiderar a sua situação habitacional, a procurar alternativas mais baratas ou a fazer ajustamentos noutras áreas de despesa. Isto significa que a procura de habitação é relativamente elástica: as variações de preço tendem a conduzir a alterações significativas na quantidade de habitação procurada. Por outro lado, os jogos representam uma proporção muito pequena do orçamento total. Mesmo que o preço dos fósforos duplique ou triplique, o impacto no orçamento global de uma família é mínimo. Por conseguinte, é menos provável que os consumidores alterem o seu comportamento de compra em resposta a tais variações de preços. A procura de produtos como os fósforos é, por conseguinte, inelástica: as variações de preço não conduzem a grandes variações na quantidade procurada.

Em suma, quanto maior for a quota-parte de um bem no orçamento, mais os consumidores prestarão atenção ao seu preço e mais estarão dispostos a procurar alternativas ou a modificar o seu consumo em resposta às variações de preço. Isto reflecte a maior sensibilidade da procura destes bens em relação ao seu peso no orçamento dos consumidores.

Ilustração da elasticidade-preço da procura

Qual destes dois indivíduos tem uma procura mais elástica?

Preço Quantidade pedida pelo indivíduo A Quantidade pedida pelo indivíduo B
1 20 100
2 15 80
4 10 60
8 5 50


Para determinar qual dos dois indivíduos tem uma procura mais elástica, temos de examinar a elasticidade-preço da procura de cada um. A elasticidade-preço da procura é calculada como a variação percentual da quantidade procurada dividida pela variação percentual do preço.

Vejamos os seguintes dados:

  • Para o indivíduo A: Quando o preço aumenta de 1 para 8 (um aumento de 700%), a quantidade procurada diminui de 20 para 5 (uma diminuição de 75%). Elasticidade-preço da procura para o indivíduo A = (75% / 700%) = aproximadamente 0.
  • Para o Indivíduo B: Quando o preço aumenta de 1 para 8 (um aumento de 700%), a quantidade procurada diminui de 100 para 50 (uma diminuição de 50%). Elasticidade-preço da procura para o Indivíduo B = (50% / 700%) = aproximadamente 0,071.

Neste exemplo, o indivíduo A apresenta uma maior diminuição percentual na quantidade procurada, em comparação com o indivíduo B, para o mesmo aumento de preço. Isto significa que a procura do indivíduo A é mais elástica do que a do indivíduo B. É importante notar que, embora em termos absolutos o indivíduo B reduza o seu consumo em maiores quantidades, é a variação percentual em relação ao consumo inicial e em resposta à variação de preço que determina a elasticidade. Assim, mesmo com reduções absolutas menores, o indivíduo A tem uma reação proporcionalmente mais forte às variações de preço, indicando uma maior elasticidade da procura.

Para calcular a elasticidade-preço da procura do gelado do exemplo, utilizamos a seguinte fórmula. Eis o cálculo pormenorizado:

  1. Variação de preço: O preço aumenta de CHF 2 para CHF 2,20. Isto representa um aumento de CHF 0,20, o que em termos percentuais é ou 10%.
  2. Variação da quantidade procurada: A quantidade procurada diminui de 10 para 8 cones. Isso representa uma diminuição de 2 cones, que em termos percentuais é ou 20%.
  3. Cálculo da elasticidade-preço da demanda:

A elasticidade-preço da procura de gelado, neste exemplo, é de -2. Isto significa que, por cada aumento de 1% no preço, a quantidade procurada diminui 2%. Uma elasticidade de -2 indica uma procura relativamente elástica, em que a quantidade procurada é bastante sensível às variações de preço.

A elasticidade calculada no ponto médio é frequentemente preferida para evitar o problema da assimetria, em que a elasticidade calculada a partir de dois pontos difere consoante se esteja a medir o efeito de um aumento ou de uma diminuição do preço. Eis a fórmula:

Nessa fórmula, é a elasticidade-preço da demanda. é a variação na quantidade demandada, e é a variação no preço. Os termos e representam as médias das quantidades demandadas e dos preços antes e depois da mudança, respetivamente. Este método de cálculo fornece uma medida de elasticidade que é mais representativa ao longo de todo o intervalo em consideração.

No exemplo, a fórmula para a elasticidade-preço da procura no ponto médio é utilizada para calcular a elasticidade da procura para uma alteração específica na quantidade e no preço. A fórmula é a seguinte:

Nesta fórmula, a elasticidade é calculada tomando a média das quantidades e dos preços antes e depois da alteração, o que dá uma medida mais geral da reação da procura às alterações de preços. O resultado, -2,3, indica uma procura relativamente elástica, o que significa que a quantidade procurada é sensível às variações de preço.

Quando a elasticidade-preço da demanda () é conhecida, ela pode ser usada para prever a variação percentual na quantidade demandada () em função de uma variação percentual no preço (). A fórmula é a seguinte:

Nessa fórmula, representa a variação na quantidade demandada, é a quantidade inicial demandada, é a variação no preço e é o preço inicial. Multiplicando a elasticidade-preço da procura pela variação percentual do preço, obtém-se a variação percentual esperada da quantidade procurada. Esta relação é fundamental em economia para compreender como as alterações de preço afectam as quantidades procuradas no mercado.

No exemplo, a elasticidade-preço da procura utilizada para calcular a variação percentual da quantidade procurada após um aumento de preço de 20% é de 20%. Com uma elasticidade-preço da procura de -1,5, eis o cálculo:

Se o preço aumentar 20% e , a variação percentual da quantidade pedida é calculada do seguinte modo

Isto significa que a quantidade procurada diminui 30% em resposta a um aumento de 20% no preço. Esta queda substancial reflecte uma procura relativamente elástica, em que as variações de preço conduzem a variações significativas da quantidade procurada.

Significado de elasticidade-preço absoluta

A elasticidade-preço da procura é muitas vezes expressa como um valor absoluto, porque embora esta elasticidade seja geralmente negativa (seguindo a lei da procura que afirma que a quantidade procurada diminui quando o preço aumenta), é prática comum em economia referir-se à elasticidade em termos do seu valor absoluto para facilitar a compreensão e a comparação. Eis a fórmula:

Nesta expressão, representa o valor absoluto da elasticidade-preço da procura. é a variação da quantidade procurada, é a quantidade inicial procurada, é a variação do preço e é o preço inicial. Esta notação realça a magnitude da resposta da quantidade procurada às variações de preço, independentemente da direção (aumento ou diminuição) dessa resposta.

Quando falamos da elasticidade-preço da procura, um valor de -2 significa que a procura é mais elástica (ou sensível a variações de preço) do que um valor de -1,5, apesar de -2 ser matematicamente menor do que -1,5. Utilizando valores absolutos, podemos dizer que a elasticidade-preço de -2 (que se torna 2 em valor absoluto) é superior a -1,5 (que se torna 1,5 em valor absoluto). Isto permite-nos comunicar mais claramente que a procura com uma elasticidade-preço de -2 é mais reactiva às variações de preço do que a procura com uma elasticidade-preço de -1,5.

A utilização de valores absolutos evita qualquer confusão relacionada com o sinal negativo e facilita a compreensão da elasticidade. Uma elasticidade de valor absoluto mais elevado indica uma maior sensibilidade das quantidades procuradas às variações de preço, independentemente do sinal negativo associado à elasticidade-preço da procura, de acordo com a lei da procura.

Diversidade das curvas de elasticidade dos preços

Différentes courbes de l’élasticité-prix de la demande 1.png

Cada um destes gráficos ilustra um tipo específico de reação da quantidade procurada a uma alteração do preço, ou seja, diferentes tipos de elasticidade da procura.

(a) Procura perfeitamente inelástica: O primeiro gráfico mostra uma curva de procura vertical. Isto indica que a quantidade procurada permanece constante (neste caso, 100 unidades), independentemente das variações de preço. Este pode ser o caso de bens essenciais para os quais não existem substitutos, como certos medicamentos que salvam vidas.

(b) Procura perfeitamente elástica: O segundo gráfico mostra uma curva de procura horizontal a um nível de preço de 4 euros, o que significa que os consumidores estão dispostos a comprar uma quantidade infinita a este preço, mas não procurarão nada se o preço subir acima de 4 euros. Este caso pode ocorrer em mercados altamente concorrenciais, onde os consumidores podem facilmente encontrar substitutos próximos se o preço subir mesmo que ligeiramente.

(c) Procura inelástica: O terceiro gráfico mostra uma curva da procura relativamente inclinada, indicando que a quantidade procurada não varia muito em resposta a uma alteração de preço. Neste exemplo, um aumento de preço de 22% apenas conduz a uma diminuição da quantidade procurada de 11%. Isto pode acontecer no caso de bens de primeira necessidade, para os quais os consumidores não podem reduzir facilmente o seu consumo, mesmo que o preço aumente.

(d) Procura elástica: O último gráfico mostra uma curva de procura relativamente plana, indicando que a quantidade procurada é muito sensível às variações de preço. Neste caso, um aumento de 22% no preço provoca uma diminuição de 67% na quantidade procurada. Este tipo de procura ocorre frequentemente para bens de luxo ou bens para os quais existem muitos substitutos.

Cada um destes gráficos ajuda a compreender como as variações de preço afectam a quantidade procurada e são essenciais para a fixação de preços e para as decisões de política económica. Também ilustram a importância da elasticidade para as empresas quando avaliam o impacto potencial das alterações de preços nas suas receitas e na quantidade vendida.

Scénarios extrêmes d'élasticité de la demande

Cas d'une demande parfaitement inélastique

Lorsqu'on parle d'une demande parfaitement inélastique, cela signifie que la quantité demandée d'un bien ou service ne change pas, quelles que soient les variations de prix. Dans ce cas, l'élasticité-prix de la demande est égale à zéro :

Dans une situation de demande parfaitement inélastique, la courbe de demande est verticale sur un graphique prix-quantité. Cela reflète une situation où les consommateurs sont prêts à acheter la même quantité du bien ou service, indépendamment de son prix. Les exemples typiques de biens ayant une demande parfaitement inélastique comprennent des médicaments essentiels pour lesquels il n'existe pas de substituts, ou d'autres biens et services absolument nécessaires pour lesquels les consommateurs n'ont pas d'alternative.

Caso de uma procura perfeitamente elástica

No caso de uma procura perfeitamente elástica, a mais pequena variação de preço conduz a uma variação extrema da quantidade procurada, que pode ir de zero a infinito. Esta situação é representada por uma elasticidade-preço da procura igual a menos infinito :

Nesta situação, a curva da procura é horizontal num gráfico preço-quantidade. Isto significa que os consumidores estão dispostos a comprar uma quantidade infinita do bem ou serviço a um determinado preço, mas o mais pequeno aumento do preço fará com que a procura caia para zero. As situações de procura perfeitamente elástica são raras na realidade, mas podem ocorrer em certos mercados altamente concorrenciais, onde os bens são considerados perfeitamente substituíveis e os consumidores são extremamente sensíveis às variações de preço.

Cenários intermédios de elasticidade da procura

Caracterização da procura inelástica

No caso da procura inelástica, a procura não é muito reactiva às variações de preço. Isto significa que a quantidade procurada varia menos do que proporcionalmente à variação do preço. Em termos matemáticos, e utilizando valores absolutos para expressar a elasticidade-preço da procura, isto traduz-se numa elasticidade inferior a 1:

A procura inelástica é caraterística de bens e serviços que são considerados necessários ou para os quais existem poucos substitutos próximos. Por exemplo, os consumidores continuarão a comprar estes bens mesmo que o seu preço aumente, porque não os podem substituir facilmente por outros produtos. Consequentemente, as variações de preços têm um impacto relativamente pequeno na quantidade procurada.

Identificar a procura elástica

A procura elástica caracteriza-se por uma reatividade muito elevada da quantidade procurada às variações de preço. Isto significa que a quantidade procurada varia mais do que proporcionalmente à variação do preço. Matematicamente, e utilizando o valor absoluto para expressar a elasticidade-preço da procura, considera-se que a procura é elástica quando a elasticidade é superior a 1 :

No caso de uma procura elástica, os consumidores são muito sensíveis às variações de preço. Se o preço aumentar, reduzirão consideravelmente o seu consumo do bem ou serviço e, inversamente, se o preço baixar, o seu consumo aumentará substancialmente. Este tipo de procura é típico dos bens e serviços de luxo ou dos que têm muitos substitutos próximos.

Compreender a procura com elasticidade unitária

Uma procura com elasticidade unitária ocorre quando a variação percentual da quantidade procurada é exatamente igual à variação percentual do preço. Em termos matemáticos, isto traduz-se numa elasticidade-preço da procura de valor absoluto igual a 1 :

No caso da elasticidade unitária, as variações totais do rendimento e da despesa permanecem inalteradas apesar das variações de preço, porque qualquer aumento ou diminuição do preço é exatamente compensado por uma variação inversa da quantidade procurada. Esta situação é frequentemente ilustrada por uma hipérbole equilátera num gráfico preço-quantidade.

A função de utilidade Cobb-Douglas é um exemplo em que a elasticidade da procura é frequentemente unitária. Este tipo de função de utilidade, amplamente utilizado em economia, implica que os consumidores distribuam as suas despesas entre diferentes bens de forma a que a percentagem de cada bem no orçamento total permaneça constante, resultando numa elasticidade-preço da procura de valor absoluto igual a 1.

Resumo dos conceitos de elasticidade

Élasticités en résumé 1.png

O quadro ilustra as nuances da reação da procura às variações de preços, centrando-se no efeito de um aumento de 1% do preço na quantidade procurada. Quando a procura de um bem ou serviço é perfeitamente inelástica, um tal aumento não conduz a qualquer alteração da quantidade comprada. É geralmente o caso dos bens essenciais de que os consumidores não podem prescindir, como certos medicamentos.

Se a procura for inelástica, o que se traduz numa elasticidade entre 0 e 1, a quantidade procurada diminui apenas ligeiramente quando há um aumento de preço - menos do que o próprio aumento. Para este tipo de bens, é provável que os consumidores continuem a comprar quase a mesma quantidade apesar de um aumento de preço, porque não existem substitutos facilmente disponíveis ou porque são considerados necessários.

Quando a procura tem elasticidade unitária, a quantidade procurada varia exatamente na mesma proporção que o preço. Se o preço aumenta 1%, a quantidade procurada diminui 1%. A despesa total do consumidor com o bem ou serviço mantém-se constante. Isto significa que um aumento do preço é exatamente compensado por uma diminuição da quantidade, o que pode ser o caso de bens para os quais os consumidores têm um orçamento fixo.

A procura elástica ocorre quando a elasticidade é superior a 1. Neste cenário, um aumento de 1% no preço leva a uma redução da quantidade procurada superior a 1%. Os consumidores são, portanto, muito sensíveis às variações de preço, reduzindo significativamente o seu consumo ou recorrendo a outras alternativas. Esta situação é frequentemente caraterística dos bens de luxo ou não essenciais, em que os consumidores podem facilmente alterar os seus hábitos de compra.

Por último, uma procura perfeitamente elástica, em que a elasticidade é infinita, significa que qualquer aumento de preço, por mais pequeno que seja, reduzirá a quantidade procurada a zero. Isto sugere que, a um determinado preço, os consumidores comprarão o máximo que puderem, mas a um preço mais elevado não comprarão nada. Embora seja raro na prática, isto pode acontecer em mercados com produtos perfeitamente substituíveis, onde a mais pequena alteração no preço pode levar os consumidores a optar por outro produto.

A compreensão destes conceitos é vital para as empresas na sua estratégia de preços e para os economistas que estudam a dinâmica do mercado. Permite prever de que forma as variações de preços podem influenciar os padrões de consumo e, consequentemente, a procura global de um bem ou serviço.

Elasticidade em funções de procura lineares

Para calcular a elasticidade-preço da procura para uma função linear da procura, utilizamos a seguinte fórmula:

Utilizando a função de procura linear , verificamos que a derivada da quantidade procurada em relação ao preço () est de -2. Isso representa a inclinação da função de demanda.

Então, para um preço () de 1, a quantidade procurada () é .

Inserindo esses valores na fórmula, a elasticidade-preço da demanda é calculada da seguinte forma:

Isto dá :

Assim, a elasticidade-preço da procura a um preço de 1 para esta função linear da procura é -0,25. Isto significa que, para um aumento de 1% no preço, a quantidade procurada diminuiria 0,25%. Este valor da elasticidade-preço indica uma procura inelástica a este nível de preços, uma vez que a quantidade procurada varia menos do que proporcionalmente à variação do preço.

Para calcular a elasticidade-preço da demanda quando o preço de mercado é 4, usaremos a mesma função de demanda linear dada por . Primeiro, determinamos a quantidade demandada a esse preço:

Aplicamos agora a fórmula da elasticidade-preço da procura com o preço de mercado (p) de 4 e a quantidade procurada () de 2 :

En effectuant le calcul :

Isto significa que a elasticidade-preço da procura a um preço de mercado de 4 é -4. Em termos absolutos, isto indica uma procura altamente elástica. Por cada aumento de 1% no preço, a quantidade procurada diminui 4%. Este elevado nível de elasticidade indica que os consumidores são muito sensíveis a alterações de preços a este nível de preços.

Ao longo de uma curva de procura linear, a elasticidade-preço da procura não é constante, mas varia em diferentes pontos da curva. Isto deve-se ao facto de a elasticidade depender não só do declive da curva da procura (que é constante para uma função linear), mas também do rácio entre o preço e a quantidade procurada em cada ponto. A elasticidade-preço da procura é calculada como o produto do declive da curva da procura e o rácio entre o preço e a quantidade procurada no ponto específico. Para uma curva de procura linear, em que o declive é constante, a elasticidade torna-se maior em valor absoluto à medida que se sobe na curva (onde o preço é mais elevado e a quantidade procurada é menor). Isto significa que a procura se torna mais elástica em termos absolutos à medida que o preço aumenta.

É importante não confundir elasticidade com declive, embora estejam relacionados. O declive é uma medida da variação absoluta da quantidade em relação à variação absoluta do preço (ΔQ/ΔP), enquanto a elasticidade mede a variação relativa da quantidade em relação à variação relativa do preço (variação percentual de Q em relação à variação percentual de P). Em termos simples, o declive é uma medida linear, enquanto a elasticidade é uma medida relativa. Esta distinção é crucial em economia, uma vez que afecta a forma como as empresas fixam os seus preços e como os consumidores reagem às alterações de preços. Por exemplo, mesmo que dois produtos tenham o mesmo declive da procura, as suas elasticidades podem ser muito diferentes devido a diferenças nos níveis de preços e nas quantidades procuradas. Este facto pode ter implicações significativas na estratégia de fixação de preços e na tomada de decisões de política económica.

Relação entre a elasticidade-preço da procura e a despesa total

A relação entre a elasticidade-preço da procura e a despesa total (ou receita total) é um aspeto fundamental da teoria económica. A despesa total dos consumidores com um bem é o produto do preço e da quantidade comprada (). A elasticidade-preço da procura ajuda-nos a compreender como as variações de preço afectam esta despesa total.

Quando os preços baixam, há dois efeitos opostos:

  • Efeito preço: a despesa total diminui porque o preço é mais baixo
  • Efeito quantidade: a despesa total aumenta porque são vendidas mais unidades, desde que os consumidores reajam à descida dos preços aumentando a sua quantidade procurada.

O efeito global sobre a despesa total depende da elasticidade-preço da procura:

  • Se a procura for elástica (), uma descida do preço conduz a um aumento proporcionalmente maior da quantidade procurada, o que aumenta a despesa total.
  • Se a procura for inelástica (), uma descida do preço conduz apenas a um pequeno aumento da quantidade procurada, e a despesa total diminui.
  • Se a procura tiver elasticidade unitária (), a despesa total permanece a mesma quando o preço varia, porque o aumento ou diminuição da quantidade procurada é exatamente proporcional à diminuição ou aumento do preço.

Assim, compreender a elasticidade-preço da procura é essencial para as empresas quando consideram alterações de preços. Se aumentarem o preço de um bem com uma procura elástica, podem esperar uma redução da despesa total, ao passo que podem assistir a um aumento da despesa total se o bem tiver uma procura inelástica. É por isso que as empresas precisam de avaliar cuidadosamente a elasticidade da procura dos seus produtos antes de tomarem decisões de fixação de preços.

A relação entre a elasticidade-preço da procura e o nível de preços é uma relação inversa: quando os preços são elevados, mesmo uma pequena diminuição relativa do preço pode levar a um aumento significativo da quantidade procurada, revelando uma procura elástica. Isto deve-se ao facto de, em termos relativos, a redução do preço representar uma pequena parte do preço mais elevado, enquanto a resposta em termos de quantidade é proporcionalmente maior.

Pelo contrário, quando os preços são baixos, uma redução de preços, mesmo que proporcionalmente grande, pode não resultar num aumento substancial da quantidade procurada, indicando uma procura inelástica. Nestes níveis de preços mais baixos, os consumidores já podem satisfazer a sua necessidade do bem em questão, pelo que a sua reação a uma nova redução de preços é menor.

Para ilustrar este facto com uma curva de procura linear, em que o declive permanece constante, a elasticidade do preço varia ao longo da curva:

  • A níveis de preços mais elevados (e, por conseguinte, a quantidades procuradas mais baixas), a procura é mais elástica porque uma alteração no preço resulta numa grande alteração percentual na quantidade procurada
  • A níveis de preços mais baixos (e a quantidades procuradas mais elevadas), a procura torna-se inelástica porque uma alteração no preço tem um efeito percentual menor na quantidade procurada.

Este conceito é crucial para a gestão de preços e para a estratégia de receitas. As empresas podem ajustar os preços de acordo com a sensibilidade esperada dos consumidores. Por exemplo, uma empresa pode estar mais inclinada a reduzir os preços se operar numa gama em que a procura é elástica, uma vez que o aumento esperado da quantidade procurada poderia compensar a redução dos preços e aumentar as receitas totais. Inversamente, se a procura for inelástica, a empresa poderá aumentar os preços, sabendo que a quantidade vendida não diminuirá substancialmente, o que também poderá aumentar as receitas totais.

Elasticité-prix de la demande et dépense totale 1.png

A imagem apresentada é um gráfico que ilustra a forma como a elasticidade-preço da procura afecta a despesa total do consumidor, também conhecida como receita total dos vendedores. O gráfico mostra uma curva de procura clássica, decrescente do canto superior esquerdo para o canto inferior direito, dividida em três segmentos que indicam diferentes níveis de elasticidade.

  1. Segmento de procura elástica: No segmento esquerdo do gráfico, a procura é elástica, o que significa que a elasticidade-preço da procura é superior a 1. (). Nesta zona, uma descida do preço (p ↓) leva a um aumento proporcionalmente maior da quantidade procurada (q ↑), o que aumenta a despesa total (p × q). Isto é ilustrado pela área do retângulo, que aumenta à medida que nos deslocamos para a direita ao longo da curva da procura.
  2. Segmento da procura com elasticidade unitária: No centro do gráfico, onde a curva da procura cruza o eixo da despesa total, a elasticidade-preço da procura é unitária.(). Este é o ponto em que a receita total é maximizada. A este nível, a variação percentual da quantidade procurada é igual à variação percentual do preço, pelo que a despesa total permanece inalterada apesar das variações de preço.
  3. Segmento da procura inelástica: No segmento direito do gráfico, a procura é inelástica, o que significa que a elasticidade-preço da procura é inferior a 1.(). Nesta zona, uma diminuição do preço (p ↓) leva a um aumento menos que proporcional da quantidade procurada (q ↑), resultando numa diminuição da despesa total (p × q). Da mesma forma, um aumento do preço levaria a um aumento da despesa total, porque a diminuição da quantidade procurada não compensaria o aumento do preço.

O gráfico ilustra claramente a relação inversa entre o preço e a quantidade procurada, mas também a relação direta entre a elasticidade e a despesa total. Em termos de elasticidade, uma diminuição do preço conduz a um aumento da despesa total quando a procura é elástica, ao passo que conduz a uma diminuição da despesa total quando a procura é inelástica. Esta relação é fundamental para compreender como as empresas devem abordar a fixação dos preços dos seus produtos em função da sensibilidade dos consumidores ao preço.

Demande inélastique.

Estes dois gráficos ilustram a forma como a elasticidade-preço da procura afecta a receita total a diferentes níveis de preços para um determinado produto. No gráfico da esquerda, podemos ver que, quando o preço de um produto aumenta de 1 para 3 euros, a receita total, inicialmente de 100 euros (o que sugere que são procuradas 100 unidades a 1 euro por unidade), altera-se em resultado desse aumento.

O gráfico da direita mostra o resultado deste aumento de preço: a receita total aumenta para 240 euros. Isto indica que, apesar de o preço ter triplicado, a quantidade procurada apenas baixou para 80 unidades, o que sugere uma reação menos que proporcional da quantidade procurada ao aumento de preço. Esta baixa sensibilidade da procura, ilustrada por um aumento da receita total apesar do aumento significativo do preço, é caraterística de uma procura inelástica. Por outras palavras, os consumidores continuam a comprar quase a mesma quantidade deste produto, apesar de o seu preço ter aumentado consideravelmente, o que pode indicar que o produto é considerado necessário ou que não existem substitutos próximos.

Esta análise da elasticidade dos preços é vital para os decisores económicos, nomeadamente no que se refere à estratégia de preços. Mostra que, se os consumidores não forem muito reactivos a um aumento de preços, a empresa pode aumentar os preços sem recear uma queda significativa da quantidade vendida, o que, por sua vez, pode aumentar as receitas e os lucros da empresa. Dito isto, é essencial compreender bem a elasticidade dos preços, uma vez que esta determina a capacidade de uma empresa para gerar receitas adicionais através de alterações de preços. Uma estimativa incorrecta pode levar a decisões que reduzem, em vez de maximizar, os lucros.

Demande élastique.

Estes dois gráficos mostram os efeitos de um aumento de preços na procura e nas receitas totais de um produto.

No primeiro gráfico, é apresentado um aumento de preço de 4 para 5 euros. Antes do aumento de preço, a receita total era de 200 euros, o que sugere que havia procura de 50 unidades do produto (porque 4 euros multiplicados por 50 unidades é igual a 200 euros). O gráfico mostra uma curva da procura a descer da esquerda para a direita, indicando que, à medida que o preço aumenta, menos consumidores compram o produto.

O segundo gráfico mostra o efeito do aumento do preço nas receitas totais. Quando o preço atinge 5 euros, a receita total desce para 100 euros, o que significa que apenas 20 unidades são vendidas a este preço (5 euros multiplicados por 20 unidades é igual a 100 euros). Isto mostra que a procura é altamente reactiva às variações de preço, ou seja, que a procura é elástica. Neste caso, o aumento do preço levou a uma diminuição proporcionalmente maior da quantidade procurada, o que reduziu a receita total.

Esta situação ilustra um cenário em que a procura é suficientemente elástica para que um aumento de preços conduza a uma diminuição da receita total. Isto pode acontecer com produtos não essenciais ou produtos para os quais os consumidores têm numerosos substitutos. Para as empresas, isto significa que os aumentos de preços nem sempre são benéficos e podem, por vezes, reduzir as receitas se a procura for elástica. Este facto realça a importância de compreender a elasticidade da procura antes de proceder a ajustamentos de preços. Para maximizar as receitas, uma empresa precisa de avaliar se os seus produtos se enquadram numa zona elástica ou inelástica da curva da procura. Este conhecimento permitiria à empresa fixar preços que não reduziriam significativamente a quantidade procurada ou, pelo contrário, identificar um preço que maximizaria as receitas totais sem perder demasiados clientes. Uma estratégia de preços eficaz depende, portanto, da capacidade da empresa para compreender e responder corretamente à elasticidade da procura dos seus produtos.

Elasticidade do rendimento da procura

A elasticidade do rendimento da procura mede a capacidade de reação da quantidade procurada de um bem ou serviço a uma variação do rendimento do consumidor. É expressa como o rácio entre a variação percentual da quantidade procurada e a variação percentual do rendimento.

A elasticidade-renda da procura é formulada da seguinte forma:

= .

Nesta equação:

  • representa a variação da quantidade procurada,
  • é a quantidade inicial procurada,
  • é a variação do rendimento,
  • é o rendimento inicial.

A elasticidade-renda da procura é positiva para os bens normais, o que significa que o consumo destes bens aumenta com o aumento do rendimento. Para os bens de qualidade inferior, por outro lado, esta elasticidade é negativa, porque um aumento do rendimento leva os consumidores a comprarem menos destes bens, passando a consumir bens de qualidade superior ou substitutos mais caros. Esta medida é importante para as empresas e para os economistas, pois ajuda a compreender as alterações nos padrões de consumo em resposta a variações económicas globais ou a alterações no rendimento das famílias.

A elasticidade do rendimento da procura varia consoante o bem seja normal ou inferior, o que se reflecte no sinal da elasticidade:

Para os bens normais, em que a quantidade procurada aumenta à medida que aumenta o rendimento do consumidor, a elasticidade rendimento da procura é positiva. Isto é indicado por :

.

Isto significa que os bens normais são aqueles que os consumidores compram em maior quantidade à medida que o seu poder de compra aumenta. Os bens normais podem ser de dois tipos: os de primeira necessidade, em que a elasticidade da procura em função do rendimento é positiva mas inferior a 1, e os de luxo, em que essa elasticidade é superior a 1.

Para os bens de qualidade inferior, em que a quantidade procurada diminui quando o rendimento do consumidor aumenta, a elasticidade do rendimento da procura é negativa. Isto é representado por :

.

Os bens inferiores são normalmente produtos que os consumidores abandonam ou substituem por alternativas melhores à medida que o seu rendimento aumenta. É o caso de certos produtos alimentares de base ou de bens e serviços considerados menos desejáveis ou de qualidade inferior.

O conhecimento da elasticidade do rendimento da procura é essencial para compreender a forma como a procura de diferentes bens e serviços evolui com a mudança económica e é um instrumento valioso para a análise política e o planeamento estratégico das empresas.

A elasticidade do rendimento da procura desempenha um papel fundamental na classificação dos bens de acordo com a forma como o seu consumo se altera com o aumento do rendimento do consumidor.

Para os bens essenciais, a elasticidade do rendimento da procura é positiva mas relativamente baixa, normalmente entre 0 e 1. Isto significa que, embora o consumo destes bens aumente quando o rendimento do consumidor aumenta, não cresce tão rapidamente como o próprio rendimento. Em termos práticos, os consumidores gastam uma proporção menor do seu rendimento extra nestes bens à medida que o seu rendimento aumenta. Os bens de primeira necessidade incluem artigos como a alimentação básica, o vestuário e a habitação.

Para os bens de luxo, a elasticidade do rendimento da procura é mais elevada, excedendo 1, o que indica que a procura destes bens está a crescer mais rapidamente do que o crescimento do rendimento. Por outras palavras, os consumidores afectam uma maior proporção do seu rendimento extra a estes bens à medida que o seu rendimento aumenta. Os bens de luxo incluem itens como carros topo de gama, viagens caras e produtos tecnológicos de ponta.

Compreender estas nuances é vital para as empresas, para que possam alinhar a sua produção e marketing com as tendências económicas e os níveis de rendimento. As alterações na estrutura de rendimentos da população podem afetar a procura de diferentes tipos de bens e as empresas têm de se adaptar em conformidade para responder eficazmente a estas alterações do mercado.

Exemplo prático de elasticidade-renda da procura

No contexto da elasticidade-renda da procura, a análise de variações discretas significa que observamos variações específicas e isoladas no rendimento dos consumidores e na quantidade de bens que estes procuram, em vez de variações contínuas ou infinitesimais.

Se o rendimento médio dos consumidores de gelados aumentar de CHF 3.000 para CHF 3.150 e a quantidade procurada aumentar de 10 para 12 cones, a elasticidade rendimento desta procura é de :

Segue-se uma explicação pormenorizada do cálculo: * Cálculo da variação percentual da quantidade pedida: A quantidade pedida aumenta de 10 para 12 cones, o que representa um aumento de 2 cones. Em termos percentuais, isto dá , ou seja, um aumento de 20%.

  • Cálculo da variação percentual do rendimento: O rendimento médio aumenta de CHF 3000 para CHF 3150, o que representa um aumento de CHF 150. Em termos percentuais, isto dá , um aumento de 5%.
  • Cálculo da elasticidade-renda da demanda: Usando a fórmula da elasticidade-renda da demanda, dividimos a variação percentual na quantidade demandada pela variação percentual na renda para obter a elasticidade-renda da demanda. Isso dá .

Portanto, a elasticidade-renda da demanda por casquinhas de sorvete neste exemplo é +4. Isso significa que, para cada aumento de 1% na renda média do consumidor, a quantidade demandada de casquinhas de sorvete aumenta em 4%. Uma elasticidade-renda da procura de +4 sugere que os cones de gelado são considerados um bem de luxo para estes consumidores, uma vez que a quantidade procurada aumenta significativamente mais do que o aumento do rendimento.

Elasticidade cruzada da procura e suas implicações

A elasticidade cruzada da procura, frequentemente designada por , mede a sensibilidade da quantidade procurada de um bem A (por exemplo, maçãs) à variação do preço de outro bem B (por exemplo, laranjas). Se A e B forem substitutos, como o café e o chá, um aumento do preço de B conduzirá, em geral, a um aumento da quantidade procurada de A, o que dá origem a uma elasticidade-preço cruzada positiva. Inversamente, se A e B são complementos, como os automóveis e a gasolina, um aumento do preço de B conduzirá a uma diminuição da quantidade procurada de A, o que dá uma elasticidade cruzada negativa.

A fórmula para a elasticidade cruzada dos preços da procura é, portanto, :

Em termos de cálculo, é o seguinte:

Aqui, é a variação na quantidade demandada de A, é a variação no preço de B, é a quantidade inicial demandada de A e é o preço inicial de B.

A elasticidade-preço cruzada da procura, frequentemente designada por , mede a sensibilidade da quantidade procurada de um bem A (por exemplo, maçãs) à variação do preço de outro bem B (por exemplo, laranjas). Se A e B forem substitutos, como o café e o chá, um aumento do preço de B conduzirá, em geral, a um aumento da quantidade procurada de A, o que dá origem a uma elasticidade-preço cruzada positiva. Inversamente, se A e B são complementos, como os automóveis e a gasolina, um aumento do preço de B conduzirá a uma diminuição da quantidade procurada de A, o que dá uma elasticidade cruzada negativa.

A fórmula da elasticidade cruzada dos preços da procura é, portanto, :

Em termos de cálculo, é o seguinte:

Aqui, é a variação na quantidade procurada de A, é a variação no preço de B, é a quantidade inicial procurada de A, e é o preço inicial de B.

Quando o preço de um bem aumenta e, simultaneamente, o preço dos bens substitutos desse bem também aumenta, é possível que a quantidade procurada do bem em equilíbrio aumente ou se mantenha relativamente estável. Isto depende da sensibilidade relativa dos consumidores às variações de preço (elasticidade) destes bens.

O raciocínio subjacente a este facto é que, no caso dos bens substituíveis, os consumidores procuram alternativas quando o preço de um bem aumenta. Se os substitutos desse bem também virem os seus preços aumentar, os consumidores podem não encontrar uma alternativa mais barata e, por conseguinte, continuar a comprar o bem original , mesmo a um preço mais elevado. Isto poderia resultar numa diminuição menor, ou mesmo num aumento, da quantidade procurada do bem .

Os sinais da equação da elasticidade-preço cruzada para bens substitutos são importantes para entender essa relação. Elasticidade-preço cruzada positiva () entre dois bens indica que estes são substituíveis. Se o preço de um deles aumentar e o preço do outro também aumentar, os consumidores podem optar por não abandonar o bem original, dependendo da magnitude relativa destes aumentos de preços e da disponibilidade de outras alternativas.

Esta análise é particularmente relevante para as empresas quando definem a sua estratégia de preços num mercado competitivo. Compreender de que forma os preços dos concorrentes afectam a procura do seu próprio produto é essencial para maximizar as receitas e a quota de mercado.

Compreender a elasticidade-preço da oferta

Elasticidade-preço da oferta

A elasticidade-preço da oferta mede a capacidade de reação da quantidade oferecida de um bem ou serviço a uma alteração do seu preço. É um indicador importante para compreender como os produtores ou fornecedores reagem às mudanças no mercado.

A fórmula para a elasticidade-preço da oferta é a seguinte

Em termos matemáticos, isto traduz-se em :

Em que:

  • é a variação da quantidade ofertada,
  • é a quantidade inicial ofertada,
  • é a variação do preço,
  • é o preço inicial.

Esta fórmula é utilizada para determinar se a oferta de um produto é elástica ou inelástica. Uma oferta elástica significa que os produtores são capazes de alterar a quantidade oferecida em resposta a uma alteração no preço. Inversamente, a oferta inelástica significa que a quantidade oferecida não se altera muito, mesmo que o preço se altere.

Para calcular a elasticidade-preço da oferta de gelado, utilizamos a fórmula da elasticidade-preço da oferta mencionada anteriormente. Eis o cálculo pormenorizado:

  1. Variação de preço: O preço aumenta de CHF 2 para CHF 2,20, ou seja, um aumento de CHF 0,20. A variação percentual do preço é, portanto ou 10%.
  2. Variação da quantidade oferecida: A quantidade oferecida aumenta de 5 para 6 cones, ou seja, um aumento de 1 cone. A variação percentual na quantidade oferecida é, portanto, ou 20%.
  3. Calcular a elasticidade-preço da oferta:

A elasticidade-preço da oferta de gelado, neste exemplo, é de 2. Isto significa que, por cada aumento de 1% no preço, a quantidade oferecida aumenta 2%. Uma elasticidade da oferta de 2 indica uma oferta relativamente elástica, em que os produtores são bastante reactivos às variações de preços.

Determinantes da elasticidade-preço da oferta

O papel dos factores de produção na elasticidade da oferta

A elasticidade da oferta de um produto é fortemente influenciada pela disponibilidade e acessibilidade dos factores de produção necessários para o produzir. Quando as matérias-primas, os componentes ou a mão de obra necessários para fabricar um produto estão facilmente disponíveis e acessíveis, os produtores podem responder mais rápida e eficazmente às flutuações de preços no mercado. Esta capacidade de obter rapidamente factores de produção adicionais ou de aumentar a mão de obra permite às empresas aumentar a sua produção em resposta a um aumento da procura ou dos preços, tornando a sua oferta mais elástica.

Além disso, a utilização de bens manufacturados intermédios na produção desempenha um papel crucial na determinação da elasticidade da oferta. Como os bens intermédios já estão parcialmente transformados ou montados, oferecem uma maior flexibilidade no processo de produção. Isto significa que as empresas podem ajustar a sua produção mais fácil e rapidamente em resposta a variações de preços. Isto é particularmente verdade nas indústrias em que os métodos de produção são flexíveis e podem adaptar-se rapidamente para responder a mudanças na procura.

A capacidade de armazenamento e a durabilidade dos factores de produção são também factores importantes. Se os factores de produção puderem ser armazenados durante muito tempo sem se deteriorarem, as empresas terão maior flexibilidade para ajustar a sua produção em resposta às flutuações de preços. As empresas podem armazenar factores de produção quando os seus custos são baixos e utilizá-los para aumentar a produção quando a procura e os preços sobem.

A flexibilidade da cadeia de produção é outro elemento essencial. Uma empresa que possa ajustar facilmente as suas linhas de produção para aumentar ou diminuir a produção de um produto em resposta a variações de preços terá uma oferta mais elástica. Esta flexibilidade permite às empresas reagir rapidamente às mudanças do mercado, o que é crucial em sectores onde as condições de mercado são voláteis ou altamente competitivas.

A elasticidade da oferta de um produto depende, portanto, em grande medida, da capacidade das empresas para se adaptarem às variações da procura e dos preços. Factores como a facilidade de acesso aos factores de produção, a flexibilidade da produção, a capacidade de armazenamento dos factores de produção e a utilização de produtos intermédios são fundamentais para esta adaptabilidade. Uma boa compreensão e gestão destes factores é essencial para as empresas que desejam otimizar a sua produção e maximizar os seus lucros face às flutuações do mercado.

Capacidade dos vendedores para ajustarem a sua produção

A capacidade dos vendedores para ajustarem o seu nível de produção de bens tem um impacto direto na elasticidade da oferta destes produtos. Tomemos dois exemplos para ilustrar este princípio: a produção à beira-mar e a produção de computadores.

Por um lado, a oferta de imóveis à beira-mar é considerada inelástica. A principal razão para esta inelasticidade é a limitação geográfica e a escassez da propriedade. Existe uma quantidade fixa de terrenos disponíveis na orla marítima, que não pode ser aumentada, independentemente da procura ou do aumento dos preços. Por conseguinte, mesmo um aumento significativo dos preços dos imóveis à beira-mar não conduzirá a um aumento da oferta, uma vez que é impossível aumentar a quantidade de terrenos disponíveis junto ao mar.

Por outro lado, a produção de computadores é geralmente considerada bastante elástica. Tal deve-se ao facto de os fabricantes de computadores poderem, com relativa facilidade, aumentar ou diminuir a produção em resposta a alterações de preços. A produção de computadores não depende de recursos geograficamente limitados da mesma forma que o sector imobiliário à beira-mar. Além disso, a indústria tecnológica beneficia de processos de fabrico escaláveis e de cadeias de abastecimento flexíveis, o que permite aos produtores de computadores ajustar rapidamente a produção para satisfazer a procura do mercado.

Estes dois exemplos ilustram a forma como a natureza e as características dos bens influenciam a elasticidade da oferta. Os bens que são fisicamente limitados ou escassos tendem a ter uma oferta inelástica, enquanto os que podem ser produzidos em grandes quantidades e rapidamente ajustados para satisfazer as necessidades do mercado têm uma oferta mais elástica. Compreender estas diferenças é crucial para os decisores e as empresas quando planeiam as suas estratégias de produção e de preços.

Variações temporais da capacidade de resposta da oferta

A elasticidade da oferta de um produto varia consideravelmente consoante o horizonte temporal considerado. A curto prazo, a elasticidade da oferta é geralmente rígida ou inelástica, porque as empresas são confrontadas com capacidades de produção e infra-estruturas que são fixas e não podem ser alteradas rapidamente. Esta rigidez a curto prazo deve-se a condicionalismos imediatos, como os limites da capacidade de produção existente, os custos fixos e a lentidão dos processos de reajustamento da produção. Por exemplo, na indústria petrolífera, o aumento da oferta de petróleo a curto prazo é um desafio importante. Para tal, é necessário um investimento significativo na exploração e no desenvolvimento de novos campos petrolíferos, bem como na expansão das infra-estruturas existentes, o que leva tempo e exige um investimento financeiro significativo.

No entanto, a longo prazo, as empresas têm a capacidade de tornar a sua oferta mais elástica. Ao longo do tempo, podem investir em novas tecnologias, expandir a capacidade de produção e ajustar outros aspectos das suas operações em resposta a alterações na procura e nos preços. A longo prazo, as empresas petrolíferas, por exemplo, podem desenvolver novos campos de petróleo, melhorar os seus métodos de extração e processamento de petróleo e ajustar a sua estratégia global em resposta a alterações no mercado. Este potencial de ajustamento a longo prazo permite uma maior flexibilidade e uma resposta mais dinâmica às variações de preços.

Estas diferenças na elasticidade da oferta entre o curto e o longo prazo têm implicações importantes para a compreensão dos mercados e para a tomada de decisões estratégicas. Nos sectores em que as condições de mercado são voláteis ou sujeitas a flutuações rápidas, a capacidade das empresas para se adaptarem rapidamente pode ser limitada a curto prazo. No entanto, a longo prazo, essas mesmas empresas podem planear e aplicar estratégias para aumentar a sua flexibilidade e capacidade de resposta. Esta distinção é também crucial para os decisores políticos e económicos, que precisam de compreender esta dinâmica para desenvolver políticas eficazes e apoiar o desenvolvimento industrial e económico.

Cas divers d'élasticité-prix de l'offre

Elasticité-prix de l’offre cas divers 1.png

Cette image représente quatre graphiques différents illustrant les concepts de l'élasticité-prix de l'offre pour différents scénarios.

Offre parfaitement inélastique (Graphique a) : Ce graphique montre une ligne verticale, indiquant que la quantité offerte reste inchangée quelle que soit l'augmentation du prix. Ceci est typique des biens pour lesquels il n'est pas possible d'augmenter la production, peu importe la hausse du prix, souvent à cause de contraintes physiques ou de ressources limitées. L'élasticité-prix de l'offre pour un tel bien est de zéro, car les variations de prix n'ont aucun effet sur la quantité offerte.

Offre parfaitement élastique (Graphique b) : Ce graphique présente une ligne horizontale au niveau d'un prix spécifique. Cela signifie que les producteurs sont prêts à offrir n'importe quelle quantité au prix fixé, mais aucune quantité à un prix inférieur. L'élasticité-prix de l'offre est infinie à ce prix, car la moindre variation de prix au-dessus de ce seuil entraînerait une augmentation infinie de la quantité offerte, tandis qu'une baisse en dessous de ce seuil réduirait immédiatement l'offre à zéro.

Offre inélastique (Graphique c) : Dans ce scénario, une augmentation du prix entraîne une augmentation relativement faible de la quantité offerte, indiquant une offre inélastique. L'élasticité-prix de l'offre est inférieure à 1, comme illustré par une pente ascendante modérée. Cela peut se produire dans des cas où il y a des délais dans la capacité de réponse des producteurs ou des coûts fixes qui rendent l'augmentation de la production difficile ou coûteuse.

Offre élastique (Graphique d) : Ici, l'augmentation du prix entraîne une augmentation proportionnellement plus grande de la quantité offerte, indiquant une offre élastique. L'élasticité-prix de l'offre est supérieure à 1, comme le montre la pente ascendante relativement raide. Cela est caractéristique des marchés où les producteurs peuvent rapidement augmenter la production en réponse à une hausse des prix, par exemple, lorsqu'il y a peu de contraintes sur les ressources ou la main-d'œuvre.

Chacun de ces graphiques illustre des situations différentes que les producteurs peuvent rencontrer sur le marché, montrant comment l'offre peut réagir à des changements dans le prix de leurs produits. Comprendre ces concepts est essentiel pour les producteurs, les économistes et les décideurs politiques lorsqu'ils analysent les marchés et prévoient les réactions des producteurs aux variations de prix.

Cas extrêmes d'élasticité de l'offre

Analyse d'une offre parfaitement inélastique

Une offre parfaitement inélastique représente une situation où la quantité offerte d'un bien ou d'un service reste constante, indépendamment de toute variation de son prix. Dans ce cas, l'élasticité-prix de l'offre est égale à zéro, ce qui signifie que les variations de prix n'ont aucun impact sur la quantité offerte.

La formule s'exprime comme suit :

Cette situation est rare dans la réalité économique mais peut se produire dans certains cas. Par exemple, l'offre de certains biens patrimoniaux ou historiques, comme des œuvres d'art rares ou des antiquités, peut être parfaitement inélastique car leur quantité est fixe et ne peut pas être augmentée, quel que soit le prix. De même, la disponibilité de ressources naturelles limitées, comme un terrain spécifique ou des minéraux rares, peut également être parfaitement inélastique.

Dans ces cas, les fournisseurs ne peuvent pas répondre à une augmentation de la demande par une augmentation de l'offre, ce qui peut entraîner des situations où les prix augmentent considérablement sans que cela ne se traduise par une augmentation de la quantité disponible sur le marché.

Étude d'une offre parfaitement élastique

Une offre parfaitement élastique décrit une situation dans laquelle la quantité offerte peut varier de manière illimitée en réponse à la moindre variation de prix. Dans ce cas, l'élasticité-prix de l'offre est considérée comme infinie, ce qui signifie que tout changement, même minime, dans le prix entraînera soit une absence totale d'offre (si le prix baisse en dessous d'un certain niveau) soit une offre illimitée (si le prix augmente même légèrement).

Cette situation est exprimée par la formule suivante :

Cette condition d'offre parfaitement élastique est théorique et rarement rencontrée dans la pratique. Cependant, elle peut être utilisée pour décrire des situations où les fournisseurs sont prêts à vendre n'importe quelle quantité d'un produit à un prix donné, mais à aucun prix inférieur. Un exemple pourrait être un produit dont la production est extrêmement facile et peu coûteuse, comme certains produits numériques ou services en ligne, où la capacité de production peut être pratiquement illimitée en réponse à une demande croissante, tant que le prix reste au-dessus du seuil de rentabilité.

Scénarios intermédiaires d'élasticité de l'offre

Une offre inélastique se caractérise par une faible réactivité de la quantité offerte aux variations de prix. Dans ce cas, la quantité offerte varie moins que proportionnellement par rapport à la variation du prix. Cela signifie que même de grandes variations de prix entraînent des changements relativement faibles dans la quantité offerte. L'élasticité-prix de l'offre est donc inférieure à 1 en valeur absolue.

Cette situation est exprimée par la formule suivante :

Cette faible élasticité peut être due à divers facteurs, tels que des capacités de production limitées, l'indisponibilité de matières premières supplémentaires, des délais de production longs, ou des coûts fixes élevés qui rendent difficile l'ajustement rapide de la quantité produite en réponse aux changements de prix.

Les biens avec une offre inélastique comprennent souvent ceux qui nécessitent une infrastructure lourde ou des investissements importants, comme les industries extractives (par exemple, le pétrole et les minéraux) ou certains types de production agricole. Dans ces cas, la capacité à augmenter la production en réponse à une hausse des prix est limitée par des contraintes physiques ou techniques.

Caractéristiques d'une offre élastique

Une offre élastique caractérise une situation où la quantité offerte d'un bien ou service est très réactive aux variations de prix. Dans ce cas, la quantité offerte varie plus que proportionnellement par rapport à la variation du prix. Cela signifie que de petites variations de prix entraînent des changements significatifs dans la quantité offerte. L'élasticité-prix de l'offre est donc supérieure à 1 en valeur absolue.

Cette situation est exprimée par la formule suivante :

L'offre élastique est souvent observée dans les industries où il est relativement facile d'ajuster la production en réponse aux changements de prix. Cela peut être dû à des facteurs tels que la disponibilité de technologies flexibles, la capacité d'augmenter rapidement la production sans coûts supplémentaires significatifs, ou la présence de matières premières facilement accessibles.

Un exemple typique d'offre élastique peut être trouvé dans les industries manufacturières où les ajustements de production peuvent être rapidement effectués en réponse aux signaux du marché. Cela permet aux entreprises de capitaliser sur les opportunités de marché en augmentant la production lorsque les prix augmentent et en la réduisant lorsque les prix baissent.

Offre avec élasticité unitaire expliquée

Une offre avec élasticité unitaire se produit lorsque la quantité offerte d'un bien ou service change exactement dans la même proportion que le prix. Autrement dit, la variation en pourcentage de la quantité offerte est égale à la variation en pourcentage du prix. Dans ce cas, l'élasticité-prix de l'offre est égale à 1 en valeur absolue.

Cette situation est exprimée par la formule suivante :

L'offre avec élasticité unitaire indique un équilibre entre la sensibilité de l'offre aux variations de prix et la quantité produite. Cela signifie que pour chaque augmentation de 1% du prix, la quantité offerte augmente également de 1%, et vice versa. Ce type d'élasticité est important dans les contextes économiques où les fournisseurs doivent ajuster leur production de manière proportionnelle aux changements de prix pour rester compétitifs ou pour maximiser leurs revenus.

Dans la pratique, il est rare de trouver des situations où l'offre a une élasticité exactement unitaire, mais cette notion est utile pour comprendre la théorie économique et pour modéliser les comportements de marché. Elle fournit un point de référence utile pour analyser comment les variations de prix affectent la quantité offerte et pour évaluer la réactivité des producteurs aux changements du marché.

Applications pratiques des élasticités

Interactions entre élasticités et équilibre du marché

Effets inattendus : l'exemple du blé hybride

Le graphique suivant décrit une situation où l'introduction d'un blé hybride, qui a un meilleur rendement que les variétés existantes, impacte le marché du blé.

Découverte du blé hybride élasticité.png

Voici une analyse basée sur les phénomènes économiques habituels dans de telles circonstances :

  1. Augmentation de l'Offre : La découverte d'un hybride de blé plus productif augmente l'offre de blé sur le marché. Cela est représenté par un déplacement de la courbe d'offre vers la droite, de S1​ à S2​, indiquant qu'à chaque prix, une plus grande quantité de blé est disponible.
  2. Chute des Prix : Si la demande reste inélastique (c'est-à-dire que la quantité demandée ne change pas beaucoup en réponse à une variation de prix), l'augmentation de l'offre entraînera une baisse des prix. Cela est dû au fait que, pour vendre toute la quantité supplémentaire de blé, les producteurs doivent baisser le prix pour attirer les consommateurs.
  3. Réduction du Revenu Total des Producteurs : Une chute significative du prix, avec seulement une légère augmentation de la quantité vendue en raison de l'inélasticité de la demande, peut réduire le revenu total des producteurs. Dans l'exemple donné, le revenu total diminue de CHF 300 à CHF 220, malgré la vente d'une plus grande quantité de blé.

Ce phénomène est parfois appelé "paradoxe de l'abondance" ou "malédiction de la bonne récolte" dans le contexte agricole : une offre accrue due à une meilleure productivité peut paradoxalement nuire aux producteurs si la baisse des prix due à l'excès d'offre l'emporte sur l'augmentation de la quantité vendue. Les producteurs peuvent finir par être pires financièrement, même s'ils ont une récolte plus abondante, en raison de la pression à la baisse sur les prix et de la faible élasticité de la demande pour le bien en question.

Pour atténuer ce problème, les producteurs peuvent rechercher des marchés alternatifs, développer de nouveaux produits à valeur ajoutée à partir du blé ou travailler ensemble pour ajuster l'offre globale et stabiliser les prix. Par ailleurs, l'intervention des gouvernements peut parfois être nécessaire pour soutenir les prix et garantir un revenu stable aux agriculteurs.

Durabilité de l'augmentation du prix du pétrole post-choc pétrolier

L'augmentation du prix du pétrole après le premier choc pétrolier de 1973 n'a pas duré principalement en raison de la dynamique des élasticités de l'offre et de la demande à long terme.

Voici une explication détaillée des mécanismes en jeu :

  1. Élasticité de l'offre à long terme : Dans le court terme, l'offre de pétrole est relativement inélastique en raison des délais nécessaires pour développer de nouveaux champs pétrolifères ou pour améliorer la technologie d'extraction. Cependant, avec le temps, l'incitation à investir dans le développement pétrolier augmente lorsque les prix sont élevés. De nouvelles explorations sont lancées, des technologies existantes sont améliorées et de nouvelles techniques sont développées, ce qui augmente l'offre de pétrole. À moyen et long terme, la quantité de pétrole offerte à un prix donné augmente, contribuant à la stabilisation ou à la baisse des prix.
  2. Élasticité de la demande à long terme : La demande de pétrole, bien qu'inélastique à court terme (les gens et les entreprises ne peuvent pas changer immédiatement leur consommation de pétrole en réponse à des changements de prix), devient plus élastique à long terme. Lorsque les prix du pétrole augmentent et restent élevés pendant un certain temps, cela crée une incitation pour les consommateurs et les industries à rechercher des substituts ou à adopter des technologies plus économes en énergie. L'efficacité énergétique s'améliore, la consommation de carburant diminue et les alternatives au pétrole, telles que les énergies renouvelables, gagnent du terrain. Cela réduit la demande de pétrole, exerçant une pression à la baisse sur les prix.
  3. Ajustements du marché : La combinaison d'une offre plus élastique et d'une demande également plus élastique à long terme signifie que les chocs de prix comme ceux causés par le premier choc pétrolier ont tendance à être tempérés avec le temps. Les marchés s'ajustent : l'offre augmente grâce à de nouveaux investissements et à l'innovation, tandis que la demande diminue en réponse à la recherche d'efficacité et à l'adoption de substituts.

En conséquence, l'effet net est qu'une diminution de l'offre ou une augmentation initiale du prix du pétrole entraîne seulement une petite augmentation des prix à long terme par rapport à l'effet beaucoup plus grand observé à court terme. Cela explique pourquoi l'augmentation des prix du pétrole après le premier choc pétrolier n'a pas été durable et pourquoi les prix ont finalement commencé à se stabiliser, voire à baisser, dans les années qui ont suivi.

Stratégies de lutte contre la consommation de drogues et criminalité associée

La lutte contre la consommation de drogues et son impact sur la criminalité peut être abordée par diverses politiques publiques, chacune ayant des conséquences différentes sur le marché des drogues et sur les comportements criminels associés.

  1. Politiques de réduction de l'offre : Les politiques qui visent à réduire l'offre de drogues, telles que l'augmentation des contrôles policiers et la répression des vendeurs, peuvent réduire la quantité de drogues disponibles sur le marché. Cependant, si la demande de drogues reste inélastique, c'est-à-dire que les consommateurs continuent à consommer des quantités similaires malgré l'augmentation des prix, ces politiques peuvent involontairement augmenter le prix des drogues sur le marché noir. L'effet pervers potentiel est que, malgré une réduction de la quantité disponible, le revenu total des dealers peut augmenter en raison des prix plus élevés. Cela pourrait renforcer l'attrait financier du trafic de drogues et aggraver les problèmes de criminalité associés, car les bénéfices accrus pourraient encourager plus d'individus à entrer dans le commerce illégal des drogues.
  2. Politiques de réduction de la demande : À l'opposé, les politiques qui s'attaquent à la demande de drogues, par exemple à travers des programmes d'éducation et d'information, visent à réduire la consommation en sensibilisant aux dangers de la drogue et en offrant des alternatives et des soutiens pour le sevrage. Ces politiques peuvent être plus efficaces à long terme car elles cherchent à réduire la demande directement. Si elles réussissent, la quantité de drogues consommée diminuera, entraînant une baisse des prix sur le marché. Avec une demande moins inélastique et des prix plus bas, le revenu total des dealers diminuerait, ce qui pourrait réduire les incitations financières à la criminalité liée aux drogues. En outre, en s'attaquant aux causes sous-jacentes de la consommation de drogues, ces politiques peuvent également réduire les dommages sociaux et sanitaires associés.

En résumé, les politiques de réduction de la demande pourraient s'avérer plus efficaces pour diminuer à la fois la consommation de drogues et la criminalité liée aux drogues à long terme. Elles visent non seulement à réduire l'attrait économique du trafic de drogues mais aussi à résoudre les problèmes de santé publique et d'addiction qui alimentent la demande. Ces politiques peuvent également être renforcées par des mesures de soutien telles que les traitements de substitution, les thérapies et le soutien à la réinsertion sociale des anciens consommateurs.

Élasticités et équilibre du marché : vue d'ensemble

L'élasticité de la demande joue un rôle central dans la manière dont les chocs de l'offre affectent les marchés. L'élasticité de la demande mesure la sensibilité de la quantité demandée à une variation de prix. Si la demande est élastique, une petite augmentation de prix entraîne une grande diminution de la quantité demandée, et inversement.

  1. Demande Élastique : Avec une demande élastique, un choc sur l'offre (par exemple, une diminution de la quantité offerte due à une catastrophe naturelle ou à une hausse des coûts de production) entraîne une variation plus importante de la quantité vendue et une variation plus faible du prix. Cela est dû au fait que les consommateurs réduisent significativement leur consommation en réponse à une hausse des prix. Les producteurs ne peuvent donc pas augmenter les prix librement sans risquer une chute substantielle de la quantité vendue.
  2. Demande Inélastique : À l'inverse, lorsque la demande est inélastique, les consommateurs ne réduisent pas beaucoup leur consommation en réponse à une augmentation de prix. Dans ce cas, un choc sur l'offre se traduit par une augmentation relativement plus importante du prix et une variation plus contenue de la quantité vendue. Cela signifie que les producteurs peuvent répercuter plus facilement une augmentation des coûts de production sur les consommateurs sans craindre une réduction significative des ventes.

L'implication est que, pour les biens à demande inélastique, les producteurs ont une plus grande capacité à transférer les coûts supplémentaires aux consommateurs sous forme de prix plus élevés. C'est souvent observé avec des produits de première nécessité ou des médicaments pour lesquels il y a peu ou pas de substituts directs, et les consommateurs continuent d'acheter même si les prix augmentent.

Les graphiques économiques représentant ces scénarios montrent généralement une courbe de demande plus plate pour les biens à demande élastique et une courbe de demande plus raide pour les biens à demande inélastique. Dans les marchés où la demande est inélastique, les stratégies de prix sont un outil puissant pour les entreprises, tandis que dans les marchés à demande élastique, la compétitivité dépend davantage de la capacité à gérer les coûts et à maintenir des volumes de vente élevés.

Dans le très court terme, la fonction d'offre est souvent rigide ou inélastique parce que les producteurs n'ont pas le temps ou la capacité de changer rapidement leur niveau de production en réponse à des changements de prix. Les installations de production, la main-d'œuvre, les contrats d'approvisionnement, et d'autres facteurs ne peuvent pas être ajustés instantanément. Cela signifie que, face à un choc de demande, les quantités offertes ne peuvent pas augmenter pour satisfaire la demande supplémentaire immédiatement, ce qui entraîne des augmentations de prix.

À court terme, les prix jouent donc un rôle de rationnement de la demande. Quand la demande pour un bien augmente soudainement et que l'offre ne peut pas suivre immédiatement, les prix montent pour rééquilibrer le marché. Les consommateurs qui sont disposés et capables de payer le prix plus élevé obtiennent le produit, tandis que ceux qui ne le sont pas doivent s'en passer ou chercher des substituts.

Dans le moyen et long terme, la fonction d'offre devient plus élastique. Les producteurs ont le temps de répondre à des changements de prix en augmentant la production. Ils peuvent investir dans de nouvelles capacités de production, embaucher plus de travailleurs, ou améliorer l'efficacité pour produire plus. Ainsi, face à un choc de demande durable, l'offre peut augmenter, ce qui peut stabiliser ou même réduire les prix par rapport au pic initial.

Les graphiques économiques qui illustrent ces phénomènes montrent habituellement une courbe d'offre très raide ou verticale dans le très court terme, indiquant une faible réactivité à une variation de prix. À mesure que l'horizon temporel s'étend, la courbe d'offre devient plus inclinée, indiquant une plus grande élasticité. Les implications pour les décideurs économiques sont importantes : dans le court terme, la gestion de la volatilité des prix peut nécessiter des interventions, telles que des réserves stratégiques ou des réglementations des prix, tandis que dans le long terme, les investissements dans la capacité de production et l'innovation sont essentiels pour répondre à la demande croissante.

Influence de l'élasticité de la demande sur l'équilibre du marché

Conséquences d'une demande inélastique

Ce graphique illustre un marché où la demande est inélastique, ce qui signifie que la quantité demandée ne varie pas beaucoup en réponse à une variation des prix. Sur ce graphique, nous voyons deux courbes d'offre, S1​ et S2​, et une courbe de demande relativement raide, indiquant l'inélasticité.

Demande inélastique (faible variation de la quantité et grande variation du prix).
  1. Point d'Équilibre Initial : Le point d'équilibre initial, indiqué par le point 1, se situe à l'intersection de la courbe de demande avec la courbe d'offre S1​. Ce point montre le prix et la quantité d'équilibre avant tout changement dans les conditions du marché.
  2. Nouveau Point d'Équilibre après un Choc de l'Offre : Le point 2 représente un nouveau point d'équilibre après un choc positif de l'offre, où la courbe d'offre se déplace vers la droite de S1​ à S2​. Ce déplacement pourrait être dû à une amélioration technologique, à une réduction des coûts de production, ou à une augmentation de la quantité de producteurs sur le marché.
  3. Conséquences sur le Prix et la Quantité : En raison de la demande inélastique, le nouveau point d'équilibre montre une réduction considérable du prix, mais seulement une faible augmentation de la quantité vendue. Cela est cohérent avec la nature de la demande inélastique, où les consommateurs ne réagissent pas fortement aux variations de prix.

Ce graphique illustre bien les implications d'une demande inélastique sur le marché. Même si l'offre augmente, ne provoquant qu'une légère augmentation de la quantité vendue, le prix peut considérablement baisser. Cela peut être préoccupant pour les producteurs, car une baisse significative des prix peut réduire leurs revenus, surtout si la quantité vendue n'augmente pas de manière significative. Cela montre également l'importance de comprendre l'élasticité de la demande lors de la mise en œuvre de politiques ou de la prise de décisions d'affaires, car les réactions du marché aux changements d'offre dépendent fortement de cette élasticité.

Impacts d'une demande élastique

Le graphique illustre un marché où la demande est élastique. Sur ce graphique, deux courbes d'offre (S1​ et S2​) sont représentées, ainsi qu'une courbe de demande qui a une pente prononcée, indiquant une grande sensibilité de la quantité demandée aux variations de prix.

Demande élastique (grande variation de la quantité et faible variation du prix).
  1. Point d'Équilibre Initial (Point 1) : Ce point se trouve à l'intersection de la courbe de demande et de la courbe d'offre initiale S1​. Il représente le prix et la quantité d'équilibre sur le marché avant tout changement.
  2. Nouveau Point d'Équilibre après un Choc de l'Offre (Point 2) : Le point 2 est le nouveau point d'équilibre résultant d'un choc positif de l'offre, où la courbe d'offre s'est déplacée vers la droite de S1​ à S2​. Ce déplacement de la courbe d'offre pourrait être le résultat d'une amélioration de la technologie, d'une réduction des coûts de production, ou d'une augmentation du nombre de fournisseurs.
  3. Impact sur le Prix et la Quantité : Avec une demande élastique, une augmentation de l'offre entraîne une augmentation substantielle de la quantité vendue mais une modification relativement faible du prix. Cela est dû à la haute sensibilité de la quantité demandée aux changements de prix dans un marché à demande élastique. Les consommateurs sont prêts à acheter beaucoup plus à un prix légèrement inférieur.

Dans ce scénario, les producteurs peuvent bénéficier d'une augmentation de la quantité vendue, mais ils ne verront pas une hausse significative des prix, ce qui pourrait limiter l'augmentation de leur revenu total. Cette illustration montre l'importance de l'élasticité de la demande dans la détermination des effets des variations de l'offre sur le prix et la quantité d'équilibre. Dans les marchés à demande élastique, les variations de l'offre ont tendance à se traduire davantage par des changements de quantité que de prix.

Impact de l'élasticité de l'offre sur l'équilibre du marché

Effets d'une offre inélastique

Sur ce graphique est illustré un marché où l'offre est inélastique. L'inélasticité de l'offre est indiquée par la courbe d'offre relativement raide. Le graphique montre également deux courbes de demande, D1​ et D2​, indiquant deux différents niveaux de demande.

Offre inélastique (faible variation de la quantité et grande variation du prix).
  1. Point d'Équilibre Initial (Point 1) : À l'origine, le marché est à l'équilibre au point 1, où la courbe d'offre inélastique rencontre la courbe de demande initiale D1​. Ce point représente le prix et la quantité d'équilibre avant tout changement dans les conditions de marché.
  2. Nouveau Point d'Équilibre après un Choc de Demande (Point 2) : Le point 2 représente un nouveau point d'équilibre après un choc négatif de la demande, où la courbe de demande se déplace vers la gauche de D1​ à D2​. Ce déplacement pourrait être dû à une diminution de la demande globale pour le bien en question, peut-être à cause de changements dans les préférences des consommateurs, une augmentation du prix d'un bien complémentaire, ou l'introduction d'un substitut moins cher.
  3. Impact sur le Prix et la Quantité : Étant donné que l'offre est inélastique, la réduction de la demande entraîne une baisse substantielle du prix mais seulement une faible diminution de la quantité offerte. Cela est cohérent avec la nature de l'offre inélastique, où les producteurs ne peuvent pas ou ne veulent pas réduire significativement la quantité offerte en réponse à une baisse des prix.

Dans ce scénario, les producteurs peuvent subir une baisse notable de leurs revenus due à la baisse des prix, tandis que la quantité vendue diminue légèrement. Cette illustration met en évidence l'importance de l'élasticité de l'offre dans la détermination des effets des variations de la demande sur le prix et la quantité d'équilibre. Dans les marchés à offre inélastique, les variations de la demande ont tendance à se traduire davantage par des changements de prix que de quantité.

Conséquences d'une offre élastique

Le graphique ci-dessous représente un marché avec une offre élastique, indiquée par une courbe d'offre avec une pente relativement plate. Sur ce graphique, nous voyons un déplacement de la courbe de demande de D1​ à D2​, suggérant un changement dans les conditions de marché qui affecte la demande.

Offre élastique (grande variation de la quantité et faible variation du prix).
  1. Point d'Équilibre Initial (Point 1) : Le point d'équilibre initial est situé à l'intersection de la courbe d'offre élastique et de la courbe de demande D1​. Ce point reflète le prix et la quantité d'équilibre avant le changement de la demande.
  2. Nouveau Point d'Équilibre après un Choc de Demande (Point 2) : Le point 2 montre le nouvel équilibre après que la courbe de demande se soit déplacée vers la droite, de D1​ à D2​, indiquant une augmentation de la demande pour le bien ou service. Cette augmentation pourrait résulter d'une baisse du prix d'un bien complémentaire, d'une hausse du prix d'un substitut, d'une augmentation du revenu des consommateurs, ou d'un changement dans les goûts et les préférences en faveur du bien.
  3. Impact sur le Prix et la Quantité : En raison de l'élasticité de l'offre, l'augmentation de la demande entraîne une augmentation significative de la quantité offerte mais seulement une légère augmentation du prix. Cela montre que les producteurs sont capables de répondre à la hausse de la demande en augmentant la production sans avoir à augmenter considérablement les prix.

Dans ce scénario, les producteurs bénéficient d'une augmentation de la quantité vendue, ce qui peut entraîner une augmentation de leur revenu total, même si la hausse des prix est modeste. Cela illustre l'importance de l'élasticité de l'offre pour absorber les chocs de la demande : dans les marchés où l'offre est élastique, les fournisseurs peuvent ajuster leur production pour répondre aux variations de la demande sans causer de grandes fluctuations de prix. Cela contribue à la stabilité du marché et peut prévenir les fluctuations de prix extrêmes qui pourraient être préjudiciables à la fois aux consommateurs et aux producteurs.

Synthèse des élasticités et de leur portée

Les élasticités sont des mesures essentielles en économie qui permettent d'évaluer la réactivité des quantités demandées ou offertes face à des changements de prix ou d'autres facteurs influençant la demande ou l'offre. Elles sont déterminées par le ratio des variations en pourcentage et offrent un aperçu précis de la dynamique de marché.

Lorsque la demande d'un bien est inélastique, cela signifie que les consommateurs ne réduisent pas significativement leur consommation même si le prix augmente. Dans ce cas, toute augmentation du prix tend à entraîner une hausse du revenu total pour les vendeurs. Cela est dû au fait que la quantité demandée diminue peu, donc l'augmentation du prix l'emporte sur la réduction de la quantité dans le calcul du revenu total.

Inversement, si la demande est élastique, c'est-à-dire que les consommateurs réagissent fortement à une augmentation des prix par une baisse de leur consommation, alors le revenu total des vendeurs tend à diminuer lorsque les prix augmentent. Dans ce scénario, l'augmentation des prix conduit à une baisse de la quantité demandée plus importante, ce qui réduit le revenu total généré par les ventes.

L'élasticité-revenu nous informe sur la relation entre le revenu des consommateurs et la quantité demandée d'un bien. Les biens pour lesquels la demande augmente avec l'augmentation des revenus sont considérés comme des biens normaux et ont une élasticité-revenu positive. À l'inverse, les biens dont la demande diminue quand le revenu des consommateurs augmente sont qualifiés de biens inférieurs et ont une élasticité-revenu négative.

L'élasticité-prix croisée entre deux biens nous indique si ces biens sont complémentaires ou substituts. Une valeur négative indique que les biens sont complémentaires, ce qui signifie que l'augmentation du prix de l'un entraîne une baisse de la demande de l'autre. À l'inverse, une valeur positive indique que les biens sont substituts, signifiant que l'augmentation du prix de l'un entraîne une hausse de la demande pour l'autre.

La différence entre les élasticités à court et à long terme est également significative. À court terme, les réponses des consommateurs et des producteurs aux changements de prix sont généralement limitées en raison de contraintes telles que des contrats, des habitudes ou des capacités de production fixes. Par conséquent, les élasticités sont plus faibles. À long terme, cependant, les consommateurs et les producteurs disposent de plus de temps pour ajuster leur comportement, ce qui se traduit par des élasticités plus élevées.

La compréhension des élasticités est cruciale pour anticiper l'impact des chocs de la demande et de l'offre sur l'équilibre du marché. Ces mesures influencent la façon dont les prix et les quantités s'ajustent en réponse aux chocs, affectant ainsi l'équilibre global du marché. Ainsi, les élasticités jouent un rôle fondamental dans la prévision des conséquences des politiques économiques, des changements du marché, et des tendances externes sur les prix et les quantités, ce qui est vital pour les décisions stratégiques dans les secteurs public et privé.

Annexes

Références