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Em conjunto, a Assembleia Geral e os órgãos especializados da ONU representam um sistema complexo e integrado que trabalha para enfrentar uma multiplicidade de desafios globais, reflectindo o empenho comum dos Estados membros num mundo mais pacífico, justo e sustentável. A participação da Suíça neste sistema, tanto na qualidade de observador como de membro de pleno direito, sublinha o seu papel ativo e a sua contribuição significativa para a comunidade internacional.
Em conjunto, a Assembleia Geral e os órgãos especializados da ONU representam um sistema complexo e integrado que trabalha para enfrentar uma multiplicidade de desafios globais, reflectindo o empenho comum dos Estados membros num mundo mais pacífico, justo e sustentável. A participação da Suíça neste sistema, tanto na qualidade de observador como de membro de pleno direito, sublinha o seu papel ativo e a sua contribuição significativa para a comunidade internacional.


=== Conseil de Sécurité ===
=== O Conselho de Segurança ===
Le Conseil de Sécurité des Nations Unies est l'un des six organes principaux de l'ONU et joue un rôle crucial dans le maintien de la paix et de la sécurité internationales. Il est composé de 15 membres, dont la structure reflète à la fois l'histoire de l'organisation et son engagement à représenter la diversité géopolitique mondiale. Cinq de ces membres sont permanents, et il s'agit des États qui étaient les puissances victorieuses de la Seconde Guerre mondiale : les États-Unis, la France, le Royaume-Uni, la Chine et la Russie (l'Union Soviétique jusqu'à la dissolution de celle-ci en 1991). Ces membres permanents possèdent un pouvoir particulier, notamment le droit de veto, ce qui signifie qu'ils peuvent bloquer toute résolution, même si celle-ci a été approuvée par tous les autres membres du Conseil.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas é um dos seis principais órgãos da ONU e desempenha um papel crucial na manutenção da paz e da segurança internacionais. É composto por 15 membros, cuja estrutura reflecte tanto a história da organização como o seu empenho em representar a diversidade geopolítica do mundo. Cinco desses membros são permanentes e são os Estados que foram as potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial: os Estados Unidos, a França, o Reino Unido, a China e a Rússia (a União Soviética até à sua dissolução em 1991). Estes membros permanentes têm poderes especiais, nomeadamente o direito de veto, o que significa que podem bloquear qualquer resolução, mesmo que esta tenha sido aprovada por todos os outros membros do Conselho.


Les 10 autres membres du Conseil de Sécurité sont des États non permanents, élus pour des mandats de deux ans par l'Assemblée générale de l'ONU. L'élection de ces membres non permanents est conçue pour assurer une représentation équilibrée des différentes régions géographiques du monde. Cette répartition géographique vise à garantir que les intérêts et les perspectives de toutes les régions du monde soient pris en compte dans les décisions du Conseil. Le Conseil de Sécurité a la responsabilité principale de maintenir la paix et la sécurité internationales. Il peut adopter des résolutions qui ont force juridique pour les États membres de l'ONU et a le pouvoir d'entreprendre des actions allant de l'imposition de sanctions économiques à l'autorisation d'interventions militaires. Le Conseil joue également un rôle essentiel dans la résolution des conflits, la prévention des guerres et la gestion des crises internationales.
Os outros 10 membros do Conselho de Segurança são Estados não permanentes, eleitos para mandatos de dois anos pela Assembleia Geral da ONU. A eleição destes membros não permanentes tem por objetivo assegurar uma representação equilibrada das diferentes regiões geográficas do mundo. Esta distribuição geográfica tem por objetivo garantir que os interesses e as perspectivas de todas as regiões do mundo sejam tidos em conta nas decisões do Conselho. O Conselho de Segurança é o principal responsável pela manutenção da paz e da segurança internacionais. Pode adotar resoluções que têm força legal para os Estados membros da ONU e tem poderes para tomar medidas que vão desde a imposição de sanções económicas até à autorização de intervenções militares. O Conselho também desempenha um papel essencial na resolução de conflitos, na prevenção de guerras e na gestão de crises internacionais.


Le droit de veto des membres permanents du Conseil de Sécurité des Nations Unies est une caractéristique distinctive et influente de son fonctionnement, bien que sa nature exacte soit souvent mal comprise. En effet, le droit de veto n'est pas explicitement mentionné comme tel dans la Charte des Nations Unies, mais découle plutôt de son Article 27. Selon cet article, pour qu'une résolution du Conseil de Sécurité soit adoptée, elle doit obtenir l'approbation d'au moins neuf de ses quinze membres, y compris le consentement de tous les membres permanents. Cela signifie, en pratique, qu'un vote contre une proposition par l'un des cinq membres permanents - les États-Unis, la France, le Royaume-Uni, la Chine et la Russie - suffit à empêcher l'adoption de cette résolution. C'est ce qui est communément appelé le "droit de veto".
O direito de veto dos membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas é uma caraterística distintiva e influente do seu funcionamento, embora a sua natureza exacta seja frequentemente mal compreendida. De facto, o direito de veto não é explicitamente mencionado como tal na Carta das Nações Unidas, decorrendo antes do seu artigo 27º. De acordo com este artigo, para que uma resolução do Conselho de Segurança seja adoptada, deve obter a aprovação de pelo menos nove dos seus quinze membros, incluindo o consentimento de todos os membros permanentes. Na prática, isto significa que um voto contra uma proposta de um dos cinco membros permanentes - Estados Unidos, França, Reino Unido, China e Rússia - é suficiente para impedir a adoção da resolução. Esta situação é comummente designada por "direito de veto".


Il est important de noter que l'abstention ou l'absence d'un membre permanent n'empêche pas une résolution d'être adoptée. Une résolution peut passer si elle reçoit les neuf votes nécessaires, même si un ou plusieurs membres permanents s'abstiennent. Cela signifie que l'abstention d'un membre permanent est considérée comme un non-usage de son droit de veto, permettant ainsi à la résolution d'avancer. Ce système de veto a été conçu à l'origine pour assurer que les grandes puissances de l'après-guerre, ayant des intérêts stratégiques mondiaux majeurs, soient en accord avec les actions entreprises par le Conseil de Sécurité. Cependant, le droit de veto a fait l'objet de critiques, beaucoup le considérant comme un moyen pour les puissances majeures de bloquer des actions même en présence d'un large consensus international. Il a également été critiqué pour avoir parfois contribué à la paralysie du Conseil sur des questions cruciales, où l'intérêt d'un membre permanent entre en conflit avec la volonté de la majorité des membres.
É importante notar que a abstenção ou ausência de um membro permanente não impede a adoção de uma resolução. Uma resolução pode ser aprovada se obtiver os nove votos necessários, mesmo que um ou mais membros permanentes se abstenham. Isto significa que a abstenção de um membro permanente é considerada como uma não utilização do seu direito de veto, permitindo assim que a resolução avance. Este sistema de veto foi originalmente concebido para garantir que as principais potências do pós-guerra, com grandes interesses estratégicos globais, estivessem de acordo com as acções tomadas pelo Conselho de Segurança. No entanto, o veto tem sido criticado por muitos como um meio de as grandes potências bloquearem a ação, mesmo quando existe um amplo consenso internacional. Também tem sido criticado pelo facto de, por vezes, contribuir para a paralisia do Conselho em questões cruciais, quando o interesse de um membro permanente entra em conflito com a vontade da maioria dos membros.


Depuis la disparition de l'Union soviétique et la fin de la Guerre Froide, le fonctionnement du Conseil de Sécurité des Nations Unies a effectivement évolué. Pendant la période de la Guerre Froide, le Conseil était souvent paralysé par l'opposition entre les blocs soviétique et occidental, avec l'utilisation fréquente du droit de veto par les États-Unis et l'Union soviétique pour bloquer des résolutions qui allaient à l'encontre de leurs intérêts respectifs. Avec la dissolution de l'Union soviétique en 1991, cette dynamique bipolaire a largement disparu, ouvrant la voie à de nouvelles formes de négociation et de prise de décision au sein du Conseil. L'un des changements notables dans la pratique du Conseil de Sécurité a été une tendance accrue à rechercher le consensus. Le consensus, contrairement à une décision prise par un vote majoritaire, implique un accord général ou une absence d'opposition active parmi les membres du Conseil. En pratique, cela signifie que les résolutions et les décisions sont souvent le résultat de longues négociations et de compromis, reflétant un effort pour atteindre un terrain d'entente acceptable pour tous les membres, y compris les membres permanents avec droit de veto.
Desde o desaparecimento da União Soviética e o fim da Guerra Fria, o funcionamento do Conselho de Segurança das Nações Unidas evoluiu efetivamente. Durante a Guerra Fria, o Conselho foi muitas vezes paralisado pela oposição entre os blocos soviético e ocidental, com os Estados Unidos e a União Soviética a utilizarem frequentemente o veto para bloquear resoluções que iam contra os seus interesses respectivos. Com a dissolução da União Soviética em 1991, esta dinâmica bipolar desapareceu em grande parte, abrindo caminho a novas formas de negociação e de tomada de decisões no seio do Conselho. Uma mudança notável na prática do Conselho de Segurança tem sido uma tendência crescente para procurar o consenso. O consenso, ao contrário de uma decisão tomada por maioria de votos, implica um acordo geral ou a ausência de oposição ativa entre os membros do Conselho. Na prática, isto significa que as resoluções e decisões são muitas vezes o resultado de longas negociações e compromissos, reflectindo um esforço para chegar a uma base comum aceitável para todos os membros, incluindo os membros permanentes com direito de veto.


La technique du consensus est bénéfique dans le sens où elle permet d'éviter l'utilisation du veto et favorise une approche plus collaborative et moins conflictuelle des problèmes internationaux. Cela peut conduire à des résolutions qui, bien que parfois moins ambitieuses, sont plus susceptibles d'être acceptées et mises en œuvre par tous les membres du Conseil. Cependant, la recherche du consensus a aussi ses inconvénients. Les critiques soulignent que cela peut mener à des résolutions diluées, où les termes les plus forts ou les actions les plus décisives sont édulcorés pour gagner l'approbation de tous. De plus, le processus de négociation pour atteindre le consensus peut être long et complexe, parfois retardant l'action du Conseil face à des crises urgentes.
A técnica do consenso é benéfica na medida em que evita o recurso ao veto e incentiva uma abordagem mais colaborativa e menos conflituosa dos problemas internacionais. Isto pode conduzir a resoluções que, embora por vezes menos ambiciosas, têm mais probabilidades de serem aceites e aplicadas por todos os membros do Conselho. No entanto, a procura de consensos também tem os seus inconvenientes. Os críticos salientam que pode conduzir a resoluções diluídas, em que os termos mais fortes ou as acções mais decisivas são diluídos para obter a aprovação de todos. Além disso, o processo de negociação para chegar a um consenso pode ser longo e complexo, atrasando por vezes a ação do Conselho em situações de crise urgente.


=== Secrétariat Général ===
=== O Secretariado-Geral ===
Le Secrétariat Général des Nations Unies joue un rôle crucial dans la coordination et la gestion des activités de l'organisation. À la tête de ce Secrétariat se trouve le Secrétaire général, un poste de haute importance qui combine des responsabilités politiques et administratives. Depuis le 1er janvier 2017, le poste est occupé par António Guterres, un diplomate et homme politique portugais. Il a succédé à Ban Ki-moon, dont le mandat s'est terminé en décembre 2016. Le processus de sélection du Secrétaire général implique les deux principaux organes des Nations Unies : le Conseil de Sécurité et l'Assemblée générale. Le candidat est d'abord recommandé par le Conseil de Sécurité, après quoi l'Assemblée générale procède à l'élection. Cette procédure vise à assurer que le choix du Secrétaire général soit le reflet d'un consensus au sein de la communauté internationale.
O Secretariado-Geral das Nações Unidas desempenha um papel crucial na coordenação e gestão das actividades da organização. À frente deste Secretariado está o Secretário-Geral, um cargo de grande importância que combina responsabilidades políticas e administrativas. Desde 1 de janeiro de 2017, o cargo é ocupado por António Guterres, um diplomata e político português. Sucedeu a Ban Ki-moon, cujo mandato terminou em dezembro de 2016. O processo de seleção do Secretário-Geral envolve os dois principais órgãos das Nações Unidas: o Conselho de Segurança e a Assembleia Geral. O candidato é primeiro recomendado pelo Conselho de Segurança, após o que a Assembleia Geral procede à eleição. Este procedimento destina-se a garantir que a escolha do Secretário-Geral reflecte um consenso no seio da comunidade internacional.


Dans son rôle, le Secrétaire général a des fonctions principalement politiques. Il est chargé de la médiation dans les conflits internationaux, s'efforce de promouvoir la paix et la sécurité mondiales, et mobilise les efforts des États membres et des organes de l'ONU pour aborder des enjeux globaux tels que le développement durable, les droits de l'homme, le changement climatique et l'assistance humanitaire. En tant que porte-parole et figure représentative de l'ONU, le Secrétaire général joue également un rôle important dans la sensibilisation et l'influence de l'opinion publique mondiale sur des questions cruciales. Le Secrétariat, l'appareil administratif de l'ONU, assiste le Secrétaire général dans l'exécution de ses tâches. Ce Secrétariat est composé de personnel international qui travaille dans divers domaines, de la gestion administrative à la mise en œuvre des programmes et politiques de l'ONU. Leurs efforts sont essentiels pour le fonctionnement quotidien de l'organisation et pour soutenir le Secrétaire général dans ses initiatives diplomatiques et ses missions de médiation.
O papel do Secretário-Geral é essencialmente político. É mediador em conflitos internacionais, trabalha para promover a paz e a segurança a nível mundial e mobiliza os esforços dos Estados-Membros e dos organismos das Nações Unidas para abordar questões mundiais como o desenvolvimento sustentável, os direitos humanos, as alterações climáticas e a assistência humanitária. Enquanto porta-voz e figura representativa da ONU, o Secretário-Geral desempenha também um papel importante na sensibilização e na influência da opinião pública mundial sobre questões cruciais. O Secretariado, o braço administrativo da ONU, assiste o Secretário-Geral no desempenho das suas funções. O Secretariado é composto por pessoal internacional que trabalha numa variedade de áreas, desde a gestão administrativa até à execução dos programas e políticas da ONU. Os seus esforços são essenciais para o funcionamento quotidiano da organização e para apoiar o Secretário-Geral nas suas iniciativas diplomáticas e missões de mediação.


=== Cour Internationale de Justice ===
=== Cour Internationale de Justice ===

Version du 15 décembre 2023 à 13:27

Baseado num curso de Victor Monnier[1][2][3]

As Nações Unidas

Emblema das Nações Unidas.

A Organização das Nações Unidas (ONU) representa um marco crucial na história da cooperação internacional, tendo sido fundada no imediato pós-guerra com o objetivo de prevenir conflitos mundiais e promover a paz. As suas origens remontam aos dias negros da Segunda Guerra Mundial, quando os líderes mundiais, confrontados com os horrores e os fracassos da Liga das Nações na manutenção da paz, sentiram a necessidade imperiosa de criar uma nova organização internacional com mecanismos mais fortes e mais eficazes para gerir os conflitos e promover a cooperação internacional.

A expressão "Nações Unidas" foi utilizada pela primeira vez em 1 de janeiro de 1942. Nesse dia, representantes de 26 nações que lutavam contra as potências do Eixo assinaram a Declaração das Nações Unidas, assinalando o seu compromisso coletivo contra as forças do Eixo e a favor de uma futura ordem mundial baseada na paz e na segurança. Esta declaração lançou as bases para a colaboração que conduziria à criação da ONU. Em 1944, a Conferência de Dumbarton Oaks, em Washington, D.C., reuniu representantes dos Estados Unidos, do Reino Unido, da URSS e da China. Discutiram planos para uma organização que seria responsável pela manutenção da paz no mundo após a guerra. Estas discussões foram concluídas e aperfeiçoadas na Conferência de Ialta, em fevereiro de 1945, onde os líderes mundiais, incluindo Franklin D. Roosevelt, Winston Churchill e Joseph Stalin, apresentaram propostas mais concretas para esta organização. O ponto culminante destes esforços foi a Conferência de São Francisco, onde foi assinada a Carta das Nações Unidas em 26 de junho de 1945. Este acontecimento histórico contou com a participação de delegados de 50 países, que assinaram um documento que daria forma à ordem mundial do pós-guerra. A Carta entrou em vigor em 24 de outubro de 1945, após a ratificação pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança - Estados Unidos, Reino Unido, França, União Soviética e República da China - bem como pela maioria dos outros signatários.

A ONU foi criada com objectivos ambiciosos, incluindo a prevenção da guerra, a promoção dos direitos humanos, o desenvolvimento económico e social e o respeito pelo direito internacional. Foi igualmente concebida para funcionar com base nos princípios da igualdade de soberania de todos os seus membros, da resolução pacífica de litígios e da não intervenção nos assuntos internos dos Estados. Ao longo dos anos, a ONU tem desempenhado um papel central em muitos acontecimentos históricos significativos. Esteve envolvida na gestão e resolução de grandes conflitos, como a Guerra da Coreia na década de 1950, a crise do Suez em 1956 e, mais recentemente, em vários esforços de manutenção da paz e de intervenção humanitária em regiões devastadas pela guerra, como o Ruanda na década de 1990 e a Síria no século XXI. Além disso, a ONU tem sido um fórum vital para abordar questões globais como as alterações climáticas, os direitos das mulheres e das crianças e o desenvolvimento sustentável. Desde a sua criação em 1945, as Nações Unidas cresceram e evoluíram para uma plataforma global que inclui a grande maioria das nações do mundo. Atualmente, conta com mais de 196 membros, o que atesta o seu papel central na governação global e na cooperação internacional. Entre estes membros, a Suíça ocupa uma posição única devido ao seu historial de membro da ONU.

Reconhecida pela sua neutralidade histórica, a Suíça detém desde há muito um lugar de observador na ONU desde o final da Segunda Guerra Mundial. Esta posição permitiu-lhe participar nos debates e actividades da organização sem ser membro de pleno direito. Esta neutralidade estava em conformidade com a sua política externa tradicional, que privilegiava a não participação em conflitos internacionais e em alianças políticas e militares. O percurso da Suíça para se tornar membro de pleno direito da ONU foi marcado por debates internos e por mudanças no clima político internacional. Em 1986, durante um período marcado pelo confronto entre o bloco soviético e o bloco ocidental, a Suíça realizou um referendo sobre a adesão à ONU, mas a proposta foi rejeitada pelo povo e pelos cantões. Esta decisão reflectiu a preocupação de manter a neutralidade suíça num mundo dividido pela Guerra Fria.

No entanto, com o fim da Guerra Fria e as mudanças na estrutura política mundial, a posição da Suíça começou a evoluir. Em 2002, foi realizado um novo referendo e, desta vez, o povo e os cantões suíços votaram a favor da adesão à ONU. Esta votação marcou um ponto de viragem na política externa suíça, assinalando o desejo de participar mais ativamente nos assuntos mundiais, embora mantendo o seu compromisso histórico de neutralidade. A adesão da Suíça à ONU em 2002 foi um momento significativo, não só para a Suíça mas também para a ONU, uma vez que ilustrou a evolução da organização no sentido da aceitação universal e do reconhecimento da diversidade das políticas externas dos seus membros. Desde a sua adesão à ONU, a Suíça tem participado ativamente nas suas várias iniciativas, dando o seu contributo único nos domínios da diplomacia, da mediação e da promoção da paz, mantendo a sua identidade de nação neutra.

A Carta das Nações Unidas, adoptada em 1945, é o documento fundador da Organização das Nações Unidas (ONU) e constitui a pedra angular das suas actividades e da sua missão. O principal objetivo da Carta é promover a manutenção da paz e da segurança internacionais e fomentar a cooperação entre as nações em várias frentes, incluindo os direitos humanos, o desenvolvimento social e económico e a resolução pacífica de conflitos. Estabelece também os princípios fundamentais da igualdade soberana dos Estados, do não uso da força ou da ameaça nas relações internacionais e da intervenção nos assuntos internos de outros Estados. A sede principal da ONU situa-se em Nova Iorque, nos Estados Unidos. É aqui que se encontra a maior parte dos seus principais órgãos, incluindo a Assembleia Geral e o Conselho de Segurança. A escolha de Nova Iorque como sede da ONU foi significativa na altura, simbolizando a esperança e o empenho das nações do mundo numa era de cooperação e paz após a devastação da Segunda Guerra Mundial. A ONU manteve também um importante centro europeu em Genebra, na Suíça. A sede europeia da ONU em Genebra desempenha um papel vital nas operações internacionais da organização. Genebra foi escolhida devido à sua longa tradição de neutralidade e diplomacia, bem como à sua história como centro de cooperação internacional e de organizações humanitárias. O Gabinete das Nações Unidas em Genebra (UNOG) é o segundo maior gabinete da ONU a seguir a Nova Iorque e serve de importante fórum para negociações diplomáticas internacionais, conferências e reuniões sobre uma série de questões globais, incluindo os direitos humanos, o desarmamento, a assistência humanitária e o desenvolvimento económico. Assim, enquanto a sede da ONU em Nova Iorque simboliza o seu empenhamento global na paz e na segurança, o gabinete de Genebra representa o seu papel na facilitação da cooperação internacional e na resolução de problemas globais num contexto europeu e internacional.

Os principais órgãos das Nações Unidas

A Assembleia Geral

A Assembleia Geral das Nações Unidas desempenha um papel central no funcionamento da organização, actuando como um fórum onde cada membro tem um voto, reflectindo o princípio da igualdade soberana dos Estados. Esta assembleia reúne-se anualmente em sessões ordinárias, podendo também realizar sessões extraordinárias, se necessário. Durante estas sessões, os membros discutem e votam sobre várias questões internacionais, desde a paz e a segurança até aos problemas económicos, sociais e ambientais.

Para além da Assembleia Geral, a ONU criou uma rede de organismos e programas especializados para tratar de áreas específicas de interesse internacional. Estes organismos funcionam com um certo grau de autonomia e são especializados em vários domínios. Por exemplo, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), criado em 1950, é responsável pela proteção dos direitos e do bem-estar dos refugiados em todo o mundo. A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) centra-se na educação, na ciência, na cultura e na comunicação para promover a paz e a segurança internacionais. Para além disso, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) trabalha para promover os direitos dos trabalhadores, incentivar condições de trabalho dignas e desenvolver oportunidades de emprego.

Embora a Suíça só se tenha tornado membro de pleno direito da ONU em 2002, já participava em vários destes organismos especializados muito antes da sua adesão. Este facto está de acordo com a sua tradição de neutralidade e cooperação internacional. Por exemplo, a Suíça foi membro fundador da OIT em 1919 e acolheu a sede da organização em Genebra. Este envolvimento precoce nos órgãos especializados da ONU demonstra o empenho da Suíça nos princípios e objectivos da ONU, mesmo antes de se tornar oficialmente membro.

Em conjunto, a Assembleia Geral e os órgãos especializados da ONU representam um sistema complexo e integrado que trabalha para enfrentar uma multiplicidade de desafios globais, reflectindo o empenho comum dos Estados membros num mundo mais pacífico, justo e sustentável. A participação da Suíça neste sistema, tanto na qualidade de observador como de membro de pleno direito, sublinha o seu papel ativo e a sua contribuição significativa para a comunidade internacional.

O Conselho de Segurança

O Conselho de Segurança das Nações Unidas é um dos seis principais órgãos da ONU e desempenha um papel crucial na manutenção da paz e da segurança internacionais. É composto por 15 membros, cuja estrutura reflecte tanto a história da organização como o seu empenho em representar a diversidade geopolítica do mundo. Cinco desses membros são permanentes e são os Estados que foram as potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial: os Estados Unidos, a França, o Reino Unido, a China e a Rússia (a União Soviética até à sua dissolução em 1991). Estes membros permanentes têm poderes especiais, nomeadamente o direito de veto, o que significa que podem bloquear qualquer resolução, mesmo que esta tenha sido aprovada por todos os outros membros do Conselho.

Os outros 10 membros do Conselho de Segurança são Estados não permanentes, eleitos para mandatos de dois anos pela Assembleia Geral da ONU. A eleição destes membros não permanentes tem por objetivo assegurar uma representação equilibrada das diferentes regiões geográficas do mundo. Esta distribuição geográfica tem por objetivo garantir que os interesses e as perspectivas de todas as regiões do mundo sejam tidos em conta nas decisões do Conselho. O Conselho de Segurança é o principal responsável pela manutenção da paz e da segurança internacionais. Pode adotar resoluções que têm força legal para os Estados membros da ONU e tem poderes para tomar medidas que vão desde a imposição de sanções económicas até à autorização de intervenções militares. O Conselho também desempenha um papel essencial na resolução de conflitos, na prevenção de guerras e na gestão de crises internacionais.

O direito de veto dos membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas é uma caraterística distintiva e influente do seu funcionamento, embora a sua natureza exacta seja frequentemente mal compreendida. De facto, o direito de veto não é explicitamente mencionado como tal na Carta das Nações Unidas, decorrendo antes do seu artigo 27º. De acordo com este artigo, para que uma resolução do Conselho de Segurança seja adoptada, deve obter a aprovação de pelo menos nove dos seus quinze membros, incluindo o consentimento de todos os membros permanentes. Na prática, isto significa que um voto contra uma proposta de um dos cinco membros permanentes - Estados Unidos, França, Reino Unido, China e Rússia - é suficiente para impedir a adoção da resolução. Esta situação é comummente designada por "direito de veto".

É importante notar que a abstenção ou ausência de um membro permanente não impede a adoção de uma resolução. Uma resolução pode ser aprovada se obtiver os nove votos necessários, mesmo que um ou mais membros permanentes se abstenham. Isto significa que a abstenção de um membro permanente é considerada como uma não utilização do seu direito de veto, permitindo assim que a resolução avance. Este sistema de veto foi originalmente concebido para garantir que as principais potências do pós-guerra, com grandes interesses estratégicos globais, estivessem de acordo com as acções tomadas pelo Conselho de Segurança. No entanto, o veto tem sido criticado por muitos como um meio de as grandes potências bloquearem a ação, mesmo quando existe um amplo consenso internacional. Também tem sido criticado pelo facto de, por vezes, contribuir para a paralisia do Conselho em questões cruciais, quando o interesse de um membro permanente entra em conflito com a vontade da maioria dos membros.

Desde o desaparecimento da União Soviética e o fim da Guerra Fria, o funcionamento do Conselho de Segurança das Nações Unidas evoluiu efetivamente. Durante a Guerra Fria, o Conselho foi muitas vezes paralisado pela oposição entre os blocos soviético e ocidental, com os Estados Unidos e a União Soviética a utilizarem frequentemente o veto para bloquear resoluções que iam contra os seus interesses respectivos. Com a dissolução da União Soviética em 1991, esta dinâmica bipolar desapareceu em grande parte, abrindo caminho a novas formas de negociação e de tomada de decisões no seio do Conselho. Uma mudança notável na prática do Conselho de Segurança tem sido uma tendência crescente para procurar o consenso. O consenso, ao contrário de uma decisão tomada por maioria de votos, implica um acordo geral ou a ausência de oposição ativa entre os membros do Conselho. Na prática, isto significa que as resoluções e decisões são muitas vezes o resultado de longas negociações e compromissos, reflectindo um esforço para chegar a uma base comum aceitável para todos os membros, incluindo os membros permanentes com direito de veto.

A técnica do consenso é benéfica na medida em que evita o recurso ao veto e incentiva uma abordagem mais colaborativa e menos conflituosa dos problemas internacionais. Isto pode conduzir a resoluções que, embora por vezes menos ambiciosas, têm mais probabilidades de serem aceites e aplicadas por todos os membros do Conselho. No entanto, a procura de consensos também tem os seus inconvenientes. Os críticos salientam que pode conduzir a resoluções diluídas, em que os termos mais fortes ou as acções mais decisivas são diluídos para obter a aprovação de todos. Além disso, o processo de negociação para chegar a um consenso pode ser longo e complexo, atrasando por vezes a ação do Conselho em situações de crise urgente.

O Secretariado-Geral

O Secretariado-Geral das Nações Unidas desempenha um papel crucial na coordenação e gestão das actividades da organização. À frente deste Secretariado está o Secretário-Geral, um cargo de grande importância que combina responsabilidades políticas e administrativas. Desde 1 de janeiro de 2017, o cargo é ocupado por António Guterres, um diplomata e político português. Sucedeu a Ban Ki-moon, cujo mandato terminou em dezembro de 2016. O processo de seleção do Secretário-Geral envolve os dois principais órgãos das Nações Unidas: o Conselho de Segurança e a Assembleia Geral. O candidato é primeiro recomendado pelo Conselho de Segurança, após o que a Assembleia Geral procede à eleição. Este procedimento destina-se a garantir que a escolha do Secretário-Geral reflecte um consenso no seio da comunidade internacional.

O papel do Secretário-Geral é essencialmente político. É mediador em conflitos internacionais, trabalha para promover a paz e a segurança a nível mundial e mobiliza os esforços dos Estados-Membros e dos organismos das Nações Unidas para abordar questões mundiais como o desenvolvimento sustentável, os direitos humanos, as alterações climáticas e a assistência humanitária. Enquanto porta-voz e figura representativa da ONU, o Secretário-Geral desempenha também um papel importante na sensibilização e na influência da opinião pública mundial sobre questões cruciais. O Secretariado, o braço administrativo da ONU, assiste o Secretário-Geral no desempenho das suas funções. O Secretariado é composto por pessoal internacional que trabalha numa variedade de áreas, desde a gestão administrativa até à execução dos programas e políticas da ONU. Os seus esforços são essenciais para o funcionamento quotidiano da organização e para apoiar o Secretário-Geral nas suas iniciativas diplomáticas e missões de mediação.

Cour Internationale de Justice

La Cour Internationale de Justice (CIJ), souvent désignée comme le principal organe judiciaire des Nations Unies, joue un rôle essentiel dans le système international en facilitant le règlement pacifique des différends entre États et en contribuant à l'élaboration du droit international. La CIJ est composée de 15 juges, qui sont élus conjointement par l'Assemblée générale et le Conseil de Sécurité des Nations Unies.

Les juges de la CIJ sont choisis parmi des personnes possédant une haute compétence morale et qui répondent aux qualifications requises dans leurs pays respectifs pour occuper les plus hautes fonctions judiciaires, ou qui sont des jurisconsultes possédant une compétence reconnue en droit international. Cette exigence garantit que les juges de la CIJ sont des experts en droit international, capables de statuer sur des questions juridiques complexes. L'un des objectifs principaux de la CIJ est de régler, conformément au droit international, les différends qui lui sont soumis par les États. Ces différends peuvent concerner une variété de questions, allant des frontières territoriales et maritimes aux droits de passage, en passant par les conflits diplomatiques et autres contentieux internationaux. En rendant des jugements et des avis consultatifs, la CIJ contribue au développement du droit international et à son application cohérente.

En plus de statuer sur des affaires contentieuses entre États, la CIJ a également la capacité de fournir des avis consultatifs sur des questions juridiques à la demande d'autres organes ou agences autorisés des Nations Unies. Ces avis consultatifs, bien qu'ils ne soient pas contraignants, sont respectés et considérés comme ayant une grande autorité et influence dans le développement du droit international. La Cour Internationale de Justice est située à La Haye, aux Pays-Bas, ce qui lui vaut parfois le surnom de "Cour de La Haye". Son rôle et ses décisions ont une importance capitale dans le maintien de l'ordre juridique international et dans la promotion de la résolution pacifique des conflits entre nations, conformément aux principes de justice et de droit international.

La Cour Internationale de Justice (CIJ), établie en 1945 en tant qu'organe judiciaire principal des Nations Unies et successeur de la Cour permanente de justice internationale de la Société des Nations, joue un rôle essentiel dans le règlement pacifique des différends entre les États. Située à La Haye aux Pays-Bas, la CIJ reflète l'évolution et la consolidation du droit international dans le monde post-Seconde Guerre mondiale. La compétence de la CIJ est dédiée exclusivement aux affaires soumises par les États, et non par des individus, des organisations ou des entreprises. Cette restriction souligne l'importance de la souveraineté des États dans le système juridique international. Un exemple notable de l'intervention de la CIJ est l'affaire du Nicaragua contre les États-Unis en 1984, où le Nicaragua a accusé les États-Unis de violations du droit international en raison de leur soutien aux Contras dans la guerre civile nicaraguayenne. La décision de la CIJ en faveur du Nicaragua a été un moment marquant, bien que les États-Unis aient choisi de ne pas se conformer au jugement. Le principe de consentement des États est fondamental pour la CIJ. Aucun État ne peut être forcé de soumettre un différend à la Cour sans son accord. Cela implique que les États doivent volontairement accepter la juridiction de la CIJ pour que celle-ci puisse entendre leur cas. Ce principe a été mis en évidence dans des cas comme celui de la Mer Égée (Grèce c. Turquie), où la compétence de la Cour a été contestée.

En outre, bien que les États puissent reconnaître la juridiction obligatoire de la CIJ, ils ont souvent le choix de limiter ou de conditionner cette reconnaissance. La déclaration de juridiction obligatoire permet à la CIJ d'entendre des affaires sans nécessiter un consentement spécifique pour chaque cas, mais la pratique montre que les États sont parfois réticents à s'engager de manière inconditionnelle. Cette dynamique reflète la tension entre la nécessité d'un ordre juridique international et le désir des États de maintenir une certaine autonomie. La CIJ a donc joué et continue de jouer un rôle crucial dans la promotion du droit international et la résolution pacifique des conflits. Elle représente une avancée significative dans la manière dont les affaires internationales sont gérées, en privilégiant le droit et la négociation sur le conflit et la force. Ses décisions, bien que parfois contestées ou ignorées, ont contribué au développement d'un cadre juridique international plus robuste et ont souvent servi de référence pour la résolution de conflits internationaux ultérieurs.

La Cour Internationale de Justice (CIJ), en tant qu'organe judiciaire principal des Nations Unies, détient une compétence qui est définie par plusieurs critères clés. Sa capacité à entendre et trancher des affaires dépend avant tout de la reconnaissance de sa compétence par les États concernés. Cette reconnaissance peut se manifester de différentes manières, chacune reflétant l'engagement des États envers le droit international et le règlement pacifique des conflits. Premièrement, un État peut reconnaître la compétence de la CIJ de manière générale ou spécifique. La reconnaissance générale est souvent établie par une déclaration où l'État accepte la compétence de la CIJ comme obligatoire pour certains types de litiges. Cette forme de reconnaissance permet à la CIJ d'entendre des affaires sans que les États concernés aient à donner leur consentement spécifique pour chaque cas. Cependant, les États peuvent conditionner leur reconnaissance ou exclure certains types de litiges de la compétence de la CIJ. Deuxièmement, la compétence de la CIJ s'étend aux litiges concernant l'interprétation ou l'application d'un traité. Dans de nombreux traités internationaux, les parties incluent des clauses qui renvoient à la CIJ pour la résolution des différends relatifs à ces traités. Ces clauses traité spécifiques offrent un mécanisme clair pour la gestion des désaccords sur l'interprétation ou l'application du traité, contribuant ainsi à la stabilité et à la prévisibilité du droit international. Enfin, la CIJ est compétente pour entendre des affaires lorsque deux États en conflit décident, de leur propre initiative, de soumettre leur différend à la Cour. Cette forme de saisine volontaire est un exemple de l'utilisation du droit international pour résoudre pacifiquement des conflits. Elle montre la volonté des États de se conformer à des principes juridiques plutôt que de recourir à la force ou à la contrainte. Des affaires historiques telles que le différend frontalier entre le Burkina Faso et le Mali (1986) illustrent comment des États ont choisi de régler pacifiquement leurs différends par le biais de la CIJ. Ainsi, la compétence de la CIJ, bien que conditionnée par la volonté des États, est un pilier essentiel du système juridique international, facilitant le règlement des conflits entre États dans un cadre légal et structuré. Elle symbolise l'engagement des nations du monde envers le principe de justice internationale et la résolution pacifique des désaccords.

L'article 93 de la Charte des Nations Unies offre une possibilité intéressante et importante en ce qui concerne l'accès à la Cour Internationale de Justice (CIJ). Selon cet article, même les États qui ne sont pas membres des Nations Unies ont la possibilité de participer à la CIJ, ce qui élargit la portée et l'influence de la Cour au-delà des frontières de l'ONU. L'article 93 stipule que tous les membres des Nations Unies sont de facto parties au Statut de la Cour Internationale de Justice. Cela signifie que, en devenant membre de l'ONU, un État accepte également la compétence et l'autorité de la CIJ. Cependant, l'article 93 va plus loin en prévoyant que les États non membres de l'ONU peuvent aussi devenir parties au Statut de la Cour, sous certaines conditions. Pour ce faire, ces États doivent d'abord être invités par l'Assemblée générale sur recommandation du Conseil de sécurité à devenir parties au Statut de la CIJ. Ils doivent ensuite accepter les termes et conditions fixés par l'Assemblée générale, qui peuvent inclure des obligations financières ainsi que l'acceptation de la compétence et des décisions de la CIJ. Cette disposition est significative car elle reconnaît la réalité d'un monde où certains territoires et entités politiques ne sont pas membres de l'ONU, tout en soulignant l'importance du droit international et de la résolution judiciaire des conflits au niveau mondial. En permettant à des États non membres de l'ONU d'adhérer à la CIJ, l'article 93 contribue à l'objectif plus large des Nations Unies de promouvoir la paix, la justice et la coopération internationale. Historiquement, cette disposition a permis à des entités qui ne sont pas membres de l'ONU, pour diverses raisons, de rechercher la résolution judiciaire de leurs différends internationaux dans un cadre légal et structuré. Cela renforce le rôle de la CIJ en tant qu'organe judiciaire central dans le système international et souligne l'universalité des principes du droit international.

L'exemple de la Suisse en 1948 illustre parfaitement l'application de l'article 93 de la Charte des Nations Unies. Avant de devenir membre des Nations Unies en 2002, la Suisse a démontré son engagement envers le droit international et le système juridique mondial en devenant partie au Statut de la Cour Internationale de Justice (CIJ) en 1948. Bien que la Suisse ait maintenu une politique de neutralité stricte et choisi de rester en dehors des Nations Unies pendant une grande partie du 20ème siècle, sa décision de rejoindre la CIJ reflète sa reconnaissance de l'importance de la justice internationale et du règlement pacifique des différends. En adhérant au Statut de la CIJ, la Suisse a accepté la compétence de la Cour pour régler les litiges internationaux, marquant ainsi son soutien aux principes du droit international, même en l'absence d'adhésion complète à l'ONU. Cette action a permis à la Suisse de participer activement au système juridique international et de contribuer à la promotion de la paix et de la stabilité mondiales. Elle a aussi démontré que l'engagement envers le droit international pouvait transcender les statuts d'adhésion aux Nations Unies, soulignant l'importance de la CIJ en tant qu'institution accessible à tous les États soucieux de justice et de résolution légale des conflits. La situation de la Suisse avant 2002 est donc un exemple notable de la manière dont les États non membres de l'ONU peuvent interagir avec et participer aux institutions internationales, contribuant ainsi au dialogue et à la coopération internationale dans le cadre du droit international.

Les institutions spécialisées

Dans le sillage de l'Organisation des Nations Unies, un réseau d'organisations spécialisées a été créé pour s'attaquer à divers aspects de la paix et du développement mondial. Chacune de ces entités joue un rôle spécifique, contribuant à un aspect de la coopération internationale et au bien-être global.

Parmi ces organisations, l'Organisation Mondiale de la Propriété Intellectuelle (OMPI), fondée en 1967, se distingue par son travail dans la protection et la promotion de la propriété intellectuelle. L'OMPI encourage l'innovation et la créativité, éléments essentiels au progrès économique et culturel. Sa création a été une étape importante dans la reconnaissance de l'importance de la propriété intellectuelle dans les relations internationales. L'UNESCO, établie en 1945, joue un rôle primordial dans la promotion de l'éducation, de la science et de la culture. Par ses programmes éducatifs, la préservation du patrimoine mondial et la défense de la liberté de la presse, l'UNESCO vise à renforcer la paix et la sécurité en favorisant la collaboration entre les nations. L'Organisation Mondiale de la Santé, créée en 1948, est une autre pierre angulaire de ce réseau. Elle coordonne les efforts internationaux dans le domaine de la santé publique, travaillant à améliorer les conditions de santé et à répondre aux crises sanitaires mondiales. Son rôle a été crucial dans des initiatives telles que l'éradication de la variole et la réponse aux pandémies. Enfin, l'Organisation Internationale du Travail, fondée en 1919, bien avant la création de l'ONU, a été un pionnier dans la promotion des droits des travailleurs. Elle a joué un rôle clé dans l'élaboration des politiques internationales du travail, en établissant des normes et des conventions qui ont façonné les conditions de travail dans le monde entier.

La Suisse, connue pour sa neutralité politique et son engagement envers la coopération internationale, a été impliquée dans ces organisations bien avant son adhésion à l'ONU en 2002. Dès 1919, elle était membre de l'OIT, montrant son soutien précoce aux droits sociaux et aux normes du travail. Son engagement continu dans l'OMPI, l'UNESCO, et l'OMS avant de rejoindre l'ONU témoigne de sa contribution significative aux efforts mondiaux dans les domaines de la propriété intellectuelle, de l'éducation, de la culture, et de la santé publique.

Ces organisations, avec le soutien d'États comme la Suisse, illustrent la façon dont la communauté internationale s'efforce de travailler ensemble pour promouvoir la paix, le développement et le bien-être humain à travers une variété de domaines spécialisés. Elles constituent un élément crucial de l'architecture de la coopération internationale, chacune apportant sa contribution unique à l'objectif global de construire un monde plus juste et pacifique.

Annexes

Références